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Preço dos carros novos aumentou 40% em cinco anos. Entenda as razões

O estudo da JATO analisou o mercado alemão entre 2019 e 2024 e constatou um aumento significativo no preço dos carros novos. Mas nem todas as marcas ficaram a perder.

Volkswagen Golf 2024 - eHybrid de frente
© Volkswagen

Não é novidade que o preço dos carros novos tem vindo a subir bastante nos últimos anos. Mas o estudo The Automotive Pricing Study da JATO Dynamics sobre o mercado alemão — o maior da Europa —, quantifica o aumento: entre 2019 e 2024 o preço dos automóveis novos subiu 40%. Ao mesmo tempo registou-se uma quebra de 22% no volume de vendas no mercado alemão.

Relembramos que 2019 foi o último ano «normal» de vendas. Em 2020, com a pandemia, todos os mercados europeus caíram e, no geral, continuaram a cair em 2021 e 2022, tendo recuperado em 2023 e ligeiramente em 2024. Mas ainda assim, continuamos a estar muito abaixo dos números de 2019 — em 2024 a diferença foi superior a dois milhões de unidades.

Porque é que o preço subiu tanto nestes cinco anos?

A JATO justifica o aumento de preço, em grande parte, pela oferta crescente de veículos eletrificados: mild-hybrid, híbridos, híbridos plug-in e elétricos. Os custos de produção são superiores, logo, os preços para o consumidor também teriam de subir.

Curiosamente, os elétricos foram responsáveis apenas em um terço pelo aumento dos preços. Os outros dois terços são atribuídos à introdução de outras “motorizações eletrificadas, à inflação e a diversos fatores económicos”.

Os mais afetados

De acordo com o estudo, a quebra de vendas foi mais significativa, precisamente, nos segmentos mais acessíveis, com preços inferiores a 30 mil euros.

Isto aconteceu porque muitos consumidores foram simplesmente «excluídos» do mercado, ao não conseguirem acompanhar o ritmo dos aumentos. Ao mesmo tempo houve uma redução na oferta a este nível.

Importa referir que entre 2019 e 2024 os salários líquidos na Alemanha subiram 24%. Mas o preço dos carros subiu mais depressa. Resultado? O estudo da JATO diz que a acessibilidade do automóvel caiu 11%.

Mesmo assim, muitos construtores conseguiram compensar essa perda atraindo clientes com maior capacidade financeira para os segmentos mais altos e com preços mais elevados.

“Como resultado, os consumidores estão a tornar-se cada vez mais dependentes de financiamento, leasing e de veículos usados com preços mais acessíveis.”

JATO Dynamics

Crise no setor automóvel

Com as vendas em baixo e os preços a subir, os fabricantes enfrentam uma crise de acessibilidade que, segundo os autores do estudo, pode comprometer a sua sustentabilidade a longo prazo.

“A crise de acessibilidade exige uma revisão profunda nas estratégias de produto, preços e financiamento”, alerta Steffen Rilling, da consultora Oliver Wyman. Já David Di Girolamo, da JATO Dynamics, destaca a importância de monitorizar a evolução das vendas ao detalhe para identificar novas oportunidades de receita.

Para os especialistas, os fabricantes que se adaptarem mais rapidamente às novas exigências do mercado estarão em melhor posição para crescer de forma rentável num setor em rápida transformação.

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A exceção à regra

Como em tudo, há sempre uma exceção à regra. Apesar do cenário desafiante, há pelo menos uma marca que, apesar de ter subido os preços, viu as suas vendas crescer.

A JATO não identificou o construtor, mas constatou que entre 2019 e 2024 o preço dos seus modelos subiu 48% e, mesmo assim, as vendas deram um salto de 19% na Alemanha. O segredo? Um preço médio de venda de apenas 15 mil euros.

Todos os indícios apontam para que seja, naturalmente, a Dacia. A marca romena tem vindo a destacar-se por oferecer automóveis simples, práticos e acessíveis.

Dacia Sandero
© Dacia O Dacia Sandero tem uma nova geração prevista para 2027 e deverá ter motorizações elétricas.

“Vendemos automóveis com a resposta certa ao preço certo”, disse Elisa Jarier, líder de produto da Dacia. Para isso, a marca aposta fortemente na redução de custos, desde o design às plataformas utilizadas.

Independentemente do «segredo» do construtor romeno, está a funcionar. No ano passado, o Sandero foi o modelo mais vendido na Europa e a Dacia continua a ser a líder europeia destacada nas vendas a retalho (a particulares).

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