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UE e EUA chegaram a acordo sobre tarifas. O impacto no setor automóvel

A União Europeia e os Estados Unidos da América chegaram a um acordo comercial que evita novas tarifas e substitui as penalizações agravadas impostas desde março.

Ursula von der Leyen, presidente da Comissão Europeia, e Donald Trump, presidente dos EUA, durante o encontro na Escócia para chegar a um acordo provisório sobre as tarifas comerciais
© Fred Guerdin / European Union, 2025 / EC - Audiovisual Service

Ursula von der Leyen, presidente da Comissão Europeia, e Donald Trump, presidente dos Estados Unidos, anunciaram este domingo, 27 de julho, um acordo comercial que visa travar o aumento das tarifas entre os dois blocos.

Os blocos fecharam um acordo comercial provisório que prevê a aplicação de tarifas de 15% sobre a maioria dos produtos europeus, incluíndo os automóveis. De acordo com a presidente, estas novas tarifas visam precisamente impedir a imposição de outras ainda mais gravosas.

Desde março, que os EUA impõem tarifas adicionais de 25% sobre os automóveis e 10% sobre todas as importações da União Europeia (UE), além das taxas habituais. Anteriormente, a taxa base era de 2,5%.

Em contrapartida, a UE comprometeu-se a adquirir 750 mil milhões de dólares (642,6 mil milhões de euros) em produtos energéticos norte-americanos, investir 600 mil milhões de dólares (514,1 mil milhões de euros) e abrir os mercados europeus, isentos de tarifas, ao comércio. Trump acrescentou ainda que Bruxelas se comprometeu a comprar “grandes quantidades” de equipamento militar norte-americano.

Acordo longe do ideal para a UE

Apesar de evitar um agravamento da tensão comercial, o entendimento ficou aquém das ambições iniciais da Comissão Europeia, que defendia um acordo tarifário “zero por zero”. Ainda assim, esta abordagem sobreviveu parcialmente no acordo agora alcançado.

Entre os produtos que continuarão isentos de tarifas estão: aviões e componentes, alguns produtos químicos e farmacêuticos genéricos, máquinas para a produção de microprocessadores, recursos naturais e matérias-primas críticas, bem como determinados produtos agrícolas.

“Continuaremos a trabalhar para adicionar mais produtos a esta lista”, afirmou von der Leyen.

Aço e alumínio ainda sem acordo

Apesar do avanço, permanece o impasse em torno das tarifas sobre o aço e o alumínio, que continuam nos 50%. Este ponto de fricção não foi resolvido no acordo preliminar, que surge a poucos dias do prazo auto-imposto por Trump: 1 de agosto. O presidente norte-americano ameaçava subir as tarifas para 30% se não houvesse entendimento até essa data.

“É o maior acordo alguma vez feito.”

Donald Trump, presidente dos EUA

“(Este acordo) Vai trazer estabilidade e previsibilidade. Isso é muito importante para as empresas de ambos os lados do Atlântico”, disse Von der Leyen.

Ursula von der Leyen, presidente da Comissão Europeia, e Donald Trump, presidente dos EUA, durante o encontro na Escócia para chegar a um acordo provisório sobre as tarifas comerciais
© Fred Guerdin / European Union, 2025 / EC – Audiovisual Service Ursula von der Leyen, presidente da CE, e Donald Trump, presidente dos EUA.

As negociações entre os dois blocos deverão continuar nos próximos meses, com o objetivo de aprofundar o acordo.

Reações divididas

O anúncio gerou reações mistas dentro da UE. O ministro francês do Comércio Externo, Laurent Saint-Martin, classificou o acordo como “desequilibrado” e criticou a ausência de vários elementos fundamentais.

Já a primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni, descreveu o acordo como “sustentável”, embora tenha sublinhado que será necessário analisar os detalhes com atenção.

Por outro lado, o primeiro-ministro húngaro, Viktor Orbán, foi mais crítico, afirmando que “isto não é um acordo”. Na mesma linha, Bart de Wever, primeiro-ministro da Bélgica, escreveu na rede social X: “Este é um momento de alívio, mas não de celebração”.

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Em contraste, o chanceler alemão, Friedrich Merz, saudou o entendimento, destacando que permitiu evitar um conflito comercial que teria causado sérios danos à economia alemã e, em particular, ao setor automóvel.

Fabricantes como a Volkswagen, Mercedes-Benz e BMW estavam entre as mais penalizadas pela tarifa de 27,5% aplicada pelos EUA às importações de automóveis e componentes provenientes da UE.

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