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As contas da Toyota: um elétrico polui tanto como três híbridos

Akio Toyoda defende uma aposta diversificada para descarbonizar o automóvel: apostar tudo no automóvel elétrico é um erro, afirmou.

Toyota Prius, frente 3/4
© Toyota

Akio Toyoda, presidente da Toyota, mantém-se fiel à sua convicção de que é errado só insistir nos automóveis 100% elétricos para descarbonizar o automóvel.

Isto não significa que seja contra os 100% elétricos: a Toyota prepara-se até para expandir a sua gama de forma substancial.

Os novos Urban Cruiser e CH-R+ já foram revelados e vão-se juntar ao recentemente atualizado bZ4X e ao novo bZ4X Touring, reforçando a presença elétrica da marca no continente europeu. Ainda assim, Toyoda mantém-se firme: os elétricos não são a única solução.

Toyota Urban Cruiser, frente 3/4
© Toyota O Toyota Urban Cruiser é um dos novos elétricos da marca planeados para a Europa. O início da comercialização arranca no final do verão.

“Nós deveríamos estar a olhar para todas as opções e a trabalhar em todas as direções”, disse o executivo numa entrevista ao editor Hans Greimel, divulgada pela Automotive News.

Recordamos que o maior construtor mundial tem sido muito criticado por não adotar o automóvel elétrico tão rápido como os outros. A Toyota contrapõe que o inimigo a abater é o carbono e não é o motor de combustão.

Para uma descarbonização mais rápida a Toyota defende, nesta fase, a via híbrida, e tem explorado outras, como a tecnologia fuel cell (pilha de combustível) ou os motores de combustão a hidrogénio.

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Akio Toyoda justifica com números: “Nós vendemos 27 milhões de híbridos (desde 1997). Esses híbridos têm o mesmo impacto ambiental que nove milhões de elétricos”. Pelas contas do presidente, um elétrico é tão poluente como três híbridos.

Ele reforça o argumento com o contexto enérgico. “Se tivéssemos construído nove milhões de elétricos no Japão, isso iria, ao contrário do esperado, aumentar a pegada de carbono e não reduzi-la. Isto deve-se ao facto do Japão depender de centrais termoelétricas para produzir eletricidade”, concluiu.

Estratégia diversificada

Face a estas convicções, a abordagem da Toyota é seguir “em todas as direções”: híbridos, elétricos, hidrogénio e motores a combustão fazem parte da sua oferta e vão continuar a fazer no futuro.

E, olhando para o que está a acontecer no mercado — adoção mais lenta que o esperado dos elétricos, com os híbridos a ganharem tração —, a aposta diversificada e apoiada, sobretudo, na tecnologia híbrida, está a funcionar muito bem para o gigante japonês. Há cinco anos que é o maior construtor de automóveis do mundo.

Esta aposta é para continuar, se olharmos para os últimos dois modelos revelados pela marca: o renovado Aygo X e a nova geração do RAV4.

O citadino recebeu, pela primeira vez, uma motorização híbrida e passou a ser o híbrido (sem carregamento externo) com as emissões de CO₂ mais baixas do mercado.

Quanto ao RAV4, a nova geração do SUV despediu-se definitivamente das motorizações só a combustão, passando a ser apenas híbrido ou híbrido plug-in. O impacto será significativo: afinal, o RAV4 é um dos modelos mais vendidos do planeta.

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