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“Um elétrico é como um robô”. Patrão da Koenigsegg sem papas na língua

Com a produção esgotada, a Koenigsegg prepara-se para lançar um novo modelo. Mas a ideia de um hipercarro totalmente elétrico está afastada.

Koenigsegg Sadair
© Koenigsegg

Com a produção atual toda vendida, a Koenigsegg prepara-se para lançar um novo modelo em 2026. A confirmação foi feita pelo próprio diretor-executivo da empresa e o seu fundador, Christian von Koenigsegg, em entrevista à Top Gear.

“Vamos apresentar algo novo daqui a um ano ou ano e meio e depois vamos abrir novamente o livro de encomendas”, referiu, depois de revelar: “Não temos nada para vender (…) o que é bom, mas também irritante, porque é divertido interagir e fornecer aos entusiastas os seus sonhos e torná-los realidade”.

Sobre este novo modelo, o «patrão» da marca sueca pouco ou nada revelou. Apenas disse que terá que acrescentar algo de novo e… que não será elétrico.

Koenigsegg Regera e Christian von Koenigsegg
© Koenigsegg

Elétrico como um… robô!

Sobre este tipo de tecnologia, Christian von Koenigsegg foi peremptório: “O desejo do mercado por um carro deste nível, totalmente elétrico, é extremamente baixo”.

“Eu próprio conduzi elétricos durante muitos anos e adoro a resposta imediata, a suavidade, a facilidade de convivência e tudo isso. Mas ao fim de algum tempo, se és um entusiasta dos automóveis, queres falar com a máquina, certo? Queres ter um diálogo. É uma espécie de discussão. Queres ouvir como ela se sente e em que estado de espírito está”, acrescentou.

“Queres sentir as pulsações (…), o calor, os sons, as mudanças — todos esses elementos que dão vida à experiência. Diria que um carro elétrico é mais como um robô. Este (o próximo carro da Koenigsegg), por outro lado, será mais como um animal”, atirou Christian von Koenigsegg.

Ainda assim, a possibilidade de um Koenigsegg elétrico não está afastada para um futuro muito distante: “Talvez um dia, quem sabe. Poderá haver alguma coisa. Mas neste momento, estamos felizes assim”.

O caso da Rimac

Quando Christian von Koenigsegg coloca em causa a vontade do mercado em ter um hipercarro elétrico, o primeiro caso que nos vem à memória é o da Rimac, que apesar de todos os recordes que bateu, não está a conseguir «despachar» as 150 unidades do Nevera.

Rimac Nevera R, traseira
© Rimac O Rimac Nevera não está a ter uma carreira comercial fácil.

Isto foi algo que o próprio Mate Rimac, diretor executivo da Bugatti Rimac, reconheceu no ano passado. Ele afirmou que a procura por hipercarros elétricos não vai voltar e que nos segmentos de topo, onde marcas como a Koenigsegg «navegam», há um maior apelo analógico e uma enorme vontade de diferenciação.

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“Nessa altura (quando pensaram em fazer o Nevera), pensávamos que os carros elétricos seriam cool dentro de alguns anos, que seriam os melhores carros ou com a performance mais elevada (…). Agora percebemos que à medida que a eletrificação se está a tornar convencional, as pessoas no topo querem diferenciar-se”, disse, na altura, Mate Rimac, em declarações à Autocar.