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Kia critica Mercedes sobre metas de emissões da União Europeia

Enquanto parte da indústria automóvel pressiona Bruxelas para adiar as metas de emissões, a Kia segue na direção oposta.

Primeiro Kia EV4 produzido na Europa
© Kia

As metas de emissões estabelecidas pela União Europeia (UE) para 2030 e 2035 podem estar a ser uma grande dor de cabeça para a maioria da indústria automóvel, mas há construtores que se opõe ao seu adiamento.

Recentemente, durante a cerimónia de início de produção do novo EV4 na Eslováquia, o diretor-executivo da Kia na Europa, Marc Hedrich, mostrou-se contra quaisquer adiamentos das metas de emissões. “Nós temos uma avalanche de carros elétricos a caminho, se de repente deixarmos de lançar elétricos, isto vai custar-nos uma fortuna”, disse.

As declarações do CEO da Kia Europa surgem na sequência das avançadas por Ola Källenius, diretor-executivo da Mercedes-Benz e atual presidente da ACEA. Este desafiou a União Europeia a rever as metas de emissões para 2035 que vão obrigar, na sua essência, a deixar de vender carros novos a combustão:

Marc Hedrich critica a postura do CEO da Mercedes, lembrando que “há apenas alguns anos”, o mesmo Ola Källenius prometia vendas 100% elétricas na Europa já a partir de 2030.

Além das declarações de Källenius, a ACEA (Associação Europeia de Fabricantes Automóveis) e a CLEPA (Associação Europeia dos Fornecedores Automóveis) enviaram uma carta conjunta a Ursula von der Leyen, presidente da Comissão Europeia, e não podia ser mais clara: “As metas de emissões de 2030 e 2035 não são, hoje, viáveis”.

As associações acusam Bruxelas de “falta de visão holística” e de impor um plano “sem pragmatismo político” para a transformação do setor, apelando por mudanças.

Kia vai conseguir cumprir metas da UE

Marc Hedrich opõe-se a esta visão das coisas, afirmando que não apoia eventuais atrasos que a União Europeia possa decidir durante o próximo Diálogo Estratégico, sobre o futuro da indústria automóvel, marcado para dia 12 de setembro.

“Nós estamos bem posicionados para atingir as nossas metas de dióxido de carbono graças aos nossos elétricos.”

Marc Hedrich, CEO da Kia Europa

Hedrich foi taxativo: “Temos o plano de cumprir a 100% com o prazo até 2035”. Até agora, a Kia conta com cinco elétricos ligeiros na sua gama europeia — EV6, EV9, EV3 e os mais recentes EV4 e EV5, que chegam ainda este ano ao mercado. Em 2026, juntar-se-á o EV2.

Primeiro Kia EV4 a sair da linha de produção da fábrica de Zilina, na Eslováquia
© Kia Primeiro Kia EV4 a sair da fábrica em Zilina, na Eslováquia.

O EV4 começou a ser produzido a semana passada, na fábrica do construtor em Zilina, na Eslováquia, que recebeu 108 milhões de euros de investimento para produzir veículos elétricos. Em 2026 vai também produzir o EV2.

O que propõe o CEO da Kia?

Em vez de pressionar por alterações às metas, Hedrich apelou a uma maior consistência nos principais mercados europeus.

Ele deu o exemplo do mercado francês onde, nos primeiros setes meses do ano, as vendas de automóveis elétricos caíram 4,3% em França (fonte: ACEA), devido a mudanças frequentes de políticas e por falta de transparência sobre apoios no futuro.

Já na Alemanha, Hedrich acredita que as regras mais favoráveis para carros de empresa e uma oferta mais competitiva dos construtores nacionais vão ajudar a reforçar a procura.

Combustão continua na Kia, por enquanto

Apesar da aposta reforçada na eletrificação, a Kia não vai abandonar, para já, os motores de combustão. O objetivo da marca é que os elétricos representem 74% das vendas na Europa até 2030, mas sem um corte abrupto nas restantes motorizações.

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“Nós nunca dissemos que iríamos deixar de vender automóveis a combustão em 2028 ou em 2030, como outros construtores fizeram. Nós sabemos que esta é uma fase de transição que vai durar alguns anos e vamos manter todas as tecnologias enquanto houver procura”, disse Hedrich.

Relativamente aos híbridos plug-in e aos elétricos com extensores de autonomia, o executivo já não se mostrou tão confiante. “Os híbridos plug-in são claramente uma tecnologia de transição, muito dependente das regras de cada governo. Dado que as regras são bastante diferentes (em cada país), é extremamente difícil construir um modelo de negócio”, concluiu.

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