Notícias Nesta coleção única de 20 McLaren apenas dois foram usados. E está à venda

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Nesta coleção única de 20 McLaren apenas dois foram usados. E está à venda

Não existe mais nenhuma coleção de automóveis assim, seja da McLaren ou de qualquer outro construtor de automóveis. Descubra porquê.

The Mansour Ojjeh Collection - foto de grupo
© Tom Hartley Jnr

Há coleções de automóveis que nos deixam sem palavras, como esta, designada de “The Mansour Ojjeh Collection”. Inclui 20 automóveis e são todos da McLaren. Mas para saber o que está por detrás desta «obsessão» pela marca de Woking, temos de dar um salto aos anos 80.

Foi precisamente nessa década que Mansour Ojjeh — um nome muito associado ao mundo da Fórmula 1 — decidiu investir numa ideia aparentemente simples, mas que mudaria para sempre o rumo da McLaren: construir o melhor carro do mundo.

Através da sua empresa, Techniques d’Avant Garde (mais conhecida por TAG), não só ajudou a financiar o desenvolvimento dos lendários motores TAG-Porsche para a equipa de F1, como viria a adquirir uma participação significativa na própria McLaren, em 1984.

The Mansour Ojjeh Collection - foto de grupo
© Tom Hartley Jnr

Com Ron Dennis à frente da empresa e com o apoio financeiro de Ojjeh, a McLaren viveu anos históricos no campeonato do mundo de F1. Aqueles partilhados em conjunto com pilotos como Niki Lauda, Alain Prost e Ayrton Senna. Apesar disso, a ambição de Ojjeh não se esgotava nos circuitos.

A visão de criar o derradeiro supercarro de estrada começou a ganhar forma no final dos anos 80 e viria a concretizar-se com o nascimento do McLaren F1, em 1992. Como sabemos, este foi o automóvel que redefiniu o conceito de desempenho e exclusividade.

Especificação única

O McLaren F1 foi também o ponto de partida para esta coleção de automóveis agora revelada e a unidade que vê nas imagens ainda é a que serve de pilar para a mesma. Foi o último F1 a ser produzido e tem a carroçaria numa cor única, Yquem, como o conceituado e raro vinho de sobremesa.

Graças a uma relação pessoal com Gordon Murray, o génio responsável pelo desenvolvimento do McLaren F1, e um acesso direto ao que de melhor se fazia em Woking, Mansour Ojjeh não foi apenas mais um colecionador. Ojjeh foi parte integrante da história da marca.

The Mansour Ojjeh Collection - foto de grupo
© Tom Hartley Jnr O McLaren que começou tudo, incluindo esta coleção.

Na altura, o tom Yquem da carroçaria do F1 mudou de nome para Mansour Orange e passou a ser o tom exclusivo para os seus automóveis. Tão exclusivo que não podia ser encomendado por nenhum outro cliente.

Além disso, Mansour também reservou o número de chassis final para todos os futuros modelos da marca. Desta forma, garantia que os seus automóveis incorporavam todas as atualizações técnicas efetuadas ao longo do seu ciclo de produção.

O resultado de tudo isto não tem qualquer termo de comparação. Com exceção do F1, que soma apenas 1810 km e do P1 GTR, que foi utilizado em alguns dos track days organizados pela McLaren, todos os modelos da coleção estão precisamente nas mesmas condições do dia em que saíram da fábrica — têm todos zero quilómetros.

Apesar de nunca terem circulado são meticulosamente mantidos, com instruções diretas da própria McLaren. Um serviço que nunca foi disponibilizado a nenhum outro colecionador.

Um legado incrível

Mansour Ojjeh deixa assim um legado incrível. Depois do seu falecimento, em 2021, esta é a primeira vez que este conjunto tão pessoal de automóveis se torna acessível ao público. A “The Mansour Ojjeh Collection” é uma verdadeira homenagem a um homem que ajudou a moldar o passado, o presente e o futuro da McLaren.

A empresa encarregue da venda desta coleção da McLaren é a Tom Hartley Jnr, com uma vasta experiência nesta área. Não há estimativa do valor desta coleção — só o F1, para mais sendo o último, poderá superar os 20 milhões de euros.