Notícias Stellantis diz que metas de emissões adiadas são “uma mão cheia de nada”

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Stellantis diz que metas de emissões adiadas são “uma mão cheia de nada”

Numa indústria lenta a reagir, qualquer passo em falso pesa e Pedro Lazarino, diretor geral da Stellantis, aponta o dedo à UE.

Auto Talks Pedro Lazarino Stellantis 1
© Razão Automóvel

As recentes alterações no calendário e cálculo das metas de emissões da União Europeia estão longe de convencer a Stellantis.

Para Pedro Lazarino, diretor geral do grupo em Portugal, o que foi apresentado por Bruxelas “foi uma mão cheia de nada”. “As multas mantêm-se. Não podemos aliviar a pressão relativamente à eletrificação”. Uma referência às multas que os construtores têm de pagar em 2027, que o próprio diz estarem a montante à espera de serem pagas, pelo que não há margem para redução de preços.

A declaração foi feita no âmbito das Auto Talks, o novo palco editorial da Razão Automóvel, no ECAR Show – Salão do Automóvel Híbrido e Elétrico, em Lisboa, e reflete o desconforto crescente da indústria automóvel com a falta de clareza e consistência por parte dos decisores políticos europeus.

Auto Talks Pedro Lazarino e Diogo Teixeira
© Razão Automóvel Pedro Lazarino, diretor geral da Stellantis (à esquerda) e Diogo Teixeira, publisher da Razão Automóvel (à direita).

Para contexto, inicialmente, a média de 93,6 g/km de CO2 teria de ser atingida pela indústria até ao final deste ano. Com a nova regra apenas será contada a média acumulada de três anos: entre o início de 2025 e o final de 2027.

“Nada mudou e parece que os decisores de Bruxelas são um pouco imunes ao que se está a passar à volta deles.”

Pedro Lazarino, diretor geral da Stellantis

Construir a casa pelo telhado

Quando questionado se considerava que Bruxelas tinha começado a construir a casa pelo telhado — relativamente às metas de emissões —, Lazarino respondeu sem rodeios que “sim”.

“Estamos numa indústria que não é muito rápida a reagir. Precisamos de ter um horizonte claro. O que é que queremos fazer? Ficar bem na indústria ou descarbonizar o parque circulante?”, questionou.

Deu como exemplo o parque automóvel português, que tem uma idade média superior a 14 anos. Segundo Lazarino, representa um problema de fundo que não está a ser resolvido. Destaca o incentivo ao abate como uma solução, alertando para a necessidade de ser revisto e alargado.

Neste alargamento, segundo o responsável da Stellantis, o incentivo deve estar disponível para todas as motorizações eletrificadas e não apenas aos 100% elétricos. Mas que também deve ser alargados aos usados, com um ano de matrícula.

O seguro de vida da Stellantis

Face à incerteza, a Stellantis mantém a sua aposta nas plataformas multi-energia: “com a mesma plataforma, a mesma linha de produção, sem qualquer alteração, podemos produzir carros a combustão, Diesel, elétricos, eletrificados etc”. O Peugeot 308 é um exemplo disso:

A NÃO PERDER: Peugeot 308 elétrico tem muito a favor mas tem um grande contra

As plataformas multi-energias são, segundo o responsável, “o nosso seguro de vida para gerir todas estas complexidades”. Uma estratégia que tem permitido à empresa adaptar-se rapidamente a diferentes contextos de mercado, assim como a exigências regulatórias.

“Vamos continuar a apostar em plataformas multi-energias, entendemos que é a melhor forma de estarmos preparados para um futuro que ainda é incerto.”

Pedro Lazarino, diretor geral da Stellantis

Apesar de reafirmar o compromisso com a eletrificação, confirma que a marca fez recentemente ajustes à sua gama e colocou motores de combustão, em modelos inicialmente pensados para serem 100% elétricos. “Vamos voltar a ter um FIAT 500 mild-hybrid, que tínhamos retirado de circulação”. Avançou ainda que a Stellantis “vai lançar outros produtos mild-hybrid, que não estavam inicialmente previstos”.

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