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Chega em 2026

Novo Ferrari Amalfi é o mais barato que podem comprar

O nome é totalmente novo, mas a base é igual à do Ferrari Roma. Chama-se Amalfi e passou a ser o Ferrari mais acessível de todos.

Ferrari Amalfi - frente
© Ferrari

O Roma era, até agora, o degrau de acesso ao exclusivo mundo da Ferrari e o Amalfi prossegue com essa missão, substituindo o modelo que tinha o nome da capital italiana. Perdeu-se o nome Roma e foi-se buscar inspiração à Costa Amalfitana, nas margens do Mediterrâneo.

O nome mudou, mas a tecnologia é a mesma. No Ferrari Amalfi temos a mesma plataforma, o mesmo chassis, o mesmo motor e a maioria das soluções técnicas anteriores. Em equipa que ganha não se mexe? O princípio é quase esse, mas há novidades que vale a pena mencionar.

Nas próximas linhas destacamos as grandes novidades deste Ferrari Amalfi, que, felizmente, preserva na sua dianteira, de forma orgulhosa, um motor V8 a gasolina. Como referimos, é o Ferrari mais acessível de todos, mas todos sabemos que o significado de acessível no dicionário Ferrari tem outro peso…

Glorioso motor italiano

Do Ferrari Roma ficou a configuração de coupé 2+ (uma designação modesta porque os lugares traseiros só admitem crianças ou adultos com dotes de contorcionismo) e o motor V8 de 3,9 litros, biturbo, instalado numa posição central dianteira.

Ferrari Amalfi - motor V8
© Ferrari A Ferrari afirma que a resposta do acelerador é agora ainda mais rápida do que no Roma, graças à utilização de uma cambota plana, turbinas compactas de baixa inércia e tecnologia de entrada dupla para uma gestão separada dos gases de escape.

Para o Amalfi, a Ferrari trabalhou no V8, para que este permitisse uma resposta mais rápida em todos os regimes e conseguisse entregar os mesmos 760 Nm de binário. Já a potência subiu de 620 cv para 640 cavalos. Como resultado, o Amalfi pode disparar até aos 100 km/h em uma décima de segundo menos do que o Roma (agora 3,3s) e prosseguir até aos 200 km/h em 9,0s (vs 9,3s).

Dimensões e formas minimalistas

As dimensões são quase as mesmas, apenas com meio centímetro a mais em comprimento. Sobre isto, Flavio Manzoni (diretor de design da Ferrari) explica que “mesmo mantendo o chassis, foram instalados componentes técnicos que nos permitiram redesenhar algumas secções da carroçaria. Na frente deixou de existir uma grelha, que foi substituída por uma superfície porosa. Não só porque a altura mudou, mas também porque foi preciso colocar um radar mais alto”.

Manzoni explica ainda que “todos os painéis da carroçaria são novos face ao Roma e que só a superfície vidrada foi mantida”. A inspiração partiu do próprio Roma, mas foi esculpida uma forma mais moderna e com um tratamento minimalista”. Os faróis traseiros estão escondidos dentro de cortes gráficos, evocando modelos clássicos da Ferrari.

A cor de lançamento, Verde Costiera — um verde-azulado brilhante inspirado nos reflexos do mar ao longo da costa amalfitana — pretende realçar as superfícies esculpidas deste novo modelo.

A asa móvel ativa (que já existia no Roma) pode assumir três posições automaticamente — Baixo Arrasto (LD), Carga Aerodinâmica Média (MD) e Carga Aerodinâmica Elevada (HD) — dependendo da velocidade e da aceleração longitudinal e lateral. Em retas, a asa permanece na posição LD ou MD para minimizar a resistência aerodinâmica, enquanto nos momentos de condução mais dinâmica muda automaticamente para HD, conseguindo gerar cerca de 110 kg de força descendente a 250 km/h.

Espetro de reações alargado

Gianmaria Fulgenzi, diretor de desenvolvimento de produto da Ferrari, esclarece que foram efetuadas novas afinações e introduzida uma nova tecnologia para tornar o comportamento geral do carro mais competente.

“O Ferrari Amalfi é um carro mais silencioso nas posições mais tranquilas do manettino, especialmente em Wet (molhado) e Comfort. Mas depois também consegue ser um carro mais enérgico, mais dinâmico e mais desportivo nas posições mais à direita do seletor. Para o conseguir, precisávamos de diferentes sistemas e dispositivos — e não apenas de calibrações de software. Por isso, instalámos um sistema de travagem eletrónico (brake-by-wire) e o sensor 6D, de desempenho muito elevado em termos de dinâmica do veículo. Este permite que a direção e o controlo de estabilidade detetem perdas de aderência em menos 10% do tempo, conseguindo detetar a velocidade em três eixos de aceleração em uma milésima de segundo”.

As dimensões dos pneus são 245/35 R20 à frente e 285/35 R20 atrás, uma configuração escolhida como a que melhor equilibra agilidade e aderência. O Amalfi é equipado de fábrica com pneus desenvolvidos em conjunto com dois parceiros técnicos habituais: Bridgestone (Potenza Sport) e Pirelli (P ZERO).

Mais botões físicos: felizmente!

Por dentro, a evolução é significativa mesmo que, num dos casos mais importantes, se trate de uma regressão. A Ferrari decidiu voltar a usar botões físicos em funções que dizem respeito à condução e que nos modelos mais recentes tinham passado a ser controlados digitalmente.

Enrico Galliera, vice-presidente de marketing da Ferrari explica tudo: “Para guiar um Ferrari o ideal é ter os olhos na estrada e as mãos no volante e a verdade é que fomos longe demais na digitalização de algumas funções. Foram estes os comentários que ouvimos dos nossos clientes, quase em uníssono, e que tivemos de corrigir. Ou seja, estamos a reequilibrar a nossa estratégia, ajustando a proporção entre comandos físicos e digitais”.

Do lado esquerdo do volante temos, então, o retorno do icónico botão de arranque em alumínio, mas também os controlos dos sistemas de assistência ao condutor, do cruise control adaptativo, do telefone, dos comandos de voz e das luzes. Do lado direito, estão os comandos de visualização da instrumentação e o limpa para-brisas. No topo, estão os indicadores de mudança de direção e atrás do volante, os comandos rotativos que controlam o volume e a seleção das estações de rádio.

O tabliê apresenta, pela primeira vez, uma configuração monolítica em que o painel de instrumentos e as saídas de ar são fundidos num único bloco. O túnel central, esculpido de um bloco de alumínio anodizado, está suspenso, albergando elementos funcionais como o seletor da caixa automática de oito velocidades, a ranhura da chave, o carregador sem fios e os comandos secundários.

Três ecrãs a bordo do Amalfi

A interface de utilizador do Ferrari Amalfi usa três ecrãs. O painel de instrumentos de 15,6” fornece todas as informações sobre a condução e a dinâmica do veículo. Ao centro, está um segundo ecrã tátil de 10,25”, para que o condutor e o passageiro acedam às principais funções (multimédia, rádio, telefone, climatização, ajustes dos assentos e definições do veículo). Por fim, o terceiro ecrã tem uma medida de 8,8” e está instalado em frente ao passageiro, de forma a proporcionar uma experiência de copiloto, mostrando parâmetros como as forças g e as rotações do motor.

Ferrari Amalfi - ecrã em frente ao passageiro
© Ferrari O ecrã existente em frente ao lugar do passageiro pretende criar uma verdadeira experiência de copiloto, segundo a marca.

Da extensa lista de opcionais é possível escolher assentos mais confortáveis, que estão disponíveis em três tamanhos. Incluem 10 câmaras de ar para a função de massagem, com cinco programas e três níveis de intensidade, mas também um sistema de ventilação.

Em relação aos sistemas de assistência à condução, Galliera não quis deixar de salientar que, ao contrário do que se poderia pensar, “há bastante tempo que os nossos clientes pedem para os carros terem estes sistemas — que, por lei, se voltam a ativar cada vez que o motor é ligado — para situações de condução com trânsito muito intenso em autoestrada e em cidade, por uma questão de conveniência e segurança. Mas logo a seguir pedem que exista um botão que os desligue de forma rápida e simples e foi isso que fizemos”.

Quando chega

O novo Ferrari Amalfi já está disponível para encomenda, ainda que as primeiras entregas a clientes só estejam previstas para o primeiro trimestre de 2026.

Em termos de preços ainda não existem valores para o mercado nacional. No entanto, em Itália, o valor base do Amalfi deverá rondar os 240 mil euros.

Ferrari Amalfi - lateral
© Ferrari

Especificações técnicas

Ferrari Amalfi
Motor
Arquitetura8 cilindros em V com cárter húmido
PosicionamentoCentral, dianteiro, longitudinal
Capacidade3855 cm3
Distribuição2×2 a.c.c., 4 válv./cil., 32 válv.
AlimentaçãoInjeção direta
Potência640 cv / 7500 rpm
Binário760 Nm entre as 3000-5750 rpm
Regime máximo7600 rpm
Potência específica166 cv/l
Relação peso/potência2,29 kg/cv
Distribuição de peso50% – 50%
Transmissão
TraçãoTraseira
Caixa de velocidadesF1 DCT de dupla embraiagem e 8 velocidades
Chassis
SuspensãoFR: Independente, triângulos sobrepostos;
TR: Independente, triângulos sobrepostos
TravõesFR: Discos ventilados de 390 mm;
TR: Discos ventilados de 360 mm
DireçãoAssistida eletricamente, variável
Dimensões e Capacidades
Comp. x Larg. x Alt.4660 mm x 1974 mm x 1301 mm
Distância entre eixos2670 mm
Capacidade da mala273 litros
PneusFR: 245/35 R20;
TR: 285/35 R20
Peso1470 kg
Depósito de combustível80 litros
Prestações e consumos
Velocidade máxima320 km/h
0-100 km/h3,3s
0-200 km/h9,0s
100-0 km/h30,8 m
200-0 km/h119,5 m
Consumo combinado(em homologação)
Emissões CO2(em homologação)