Revolução. O Bentley do futuro não se parece nada com um

Quase que podíamos afirmar que a Bentley está a ter um momento Jaguar, tal é o contraste entre o futuro que o EXP 15 antecipa com o que a marca britânica faz hoje.

É uma mudança de direção inesperada no design da marca britânica ao cortar drasticamente com o passado. De tal forma que muitos deverão ter dificuldade em ver um Bentley ao olhar para as imagens. Faz lembrar, em parte, o radicalismo do Type 00 que quer reinventar a Jaguar.

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Ambos trocam as linhas mais suaves e elegantes que conhecemos por volumes monolíticos, superfícies mais planas (e menos esculpidas) e linhas mais retilíneas e regulares. Mas o corte com o passado e o presente é mais sentido nas extremidades.

O EXP 15 prescinde, por exemplo, dos característicos faróis circulares ou elípticos que têm marcado a face dos Bentley desde… sempre, para adotar elementos LED verticais que ajudam a enquadrar a dianteira. E atrás há também uma nova assinatura luminosa, com um padrão adiamantado, composta por dois elementos em “C”, totalmente distintos dos elementos elípticos atuais.

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A Bentley deu asas novas ao seu emblema por um bom motivo

A Bentley redesenhou o emblema histórico Winged B e é o primeiro passo para uma nova era no design da marca.

Mariana Teles

Mesmo a grelha, um dos elementos mais distintivos na identidade visual de qualquer Bentley, foi profundamente remodelada. Em parte justificada por se tratar de um 100% elétrico, logo não precisa de ser aberta para entrar ar. Por isso, de acordo com Robin Page, o diretor de design, decidiram transformá-la numa “obra de arte” com recurso a elementos luminosos integrados num padrão que evoca o das grelhas dos Bentley a combustão.

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Page não podia ser mais claro nas suas intenções de querer iniciar um novo capítulo ou linguagem de design na Bentley. Ele assume que não quis ficar refém do passado e cair na armadilha do retro-design, mas não significa que não tenha olhado pelo retrovisor.

Um mix de berlina, SUV e Grand Tourer

Isto porque a inspiração para o design do EXP 15 vem de um modelo quase centenário, feito por encomenda: um Speed Six de 1930, muito especial, que recebeu a alcunha de “Blue Train” ou “Comboio Azul” — por detrás desta alcunha está uma interessante história que teve início numa aposta. Havemos de contá-la…

Desse coupé o EXP 15 herdou o contorno da área vidrada lateral e a linha do tejadilho. Mas o EXP 15 não é bem um coupé, apesar do lado do condutor (sendo britânico, à direita) ter apenas uma porta, tendo duas do lado do passageiro.

O protótipo mistura várias tipologias que resultam numa berlina fastback (dois volumes e meio) com altura ao solo elevada — a silhueta acaba por ser muito semelhante à do novo Volvo ES90, que adota a mesma fórmula.

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Atreva-se a sonhar com luxo britânico

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Fusão do físico e digital

O interior do EXP 15 é igualmente radical, mas que identificamos melhor com a Bentley. Apesar das dimensões exteriores generosas do carro (mais de cinco metros de comprimento), só há espaço para três ocupantes.

O terceiro ocupante é tratado como um rei. Não há passageiro dianteiro à sua frente e a sua poltrona pode deslizar longitudinalmente, assim como rodar 45º para garantir entradas e saídas mais elegantes. Tudo para não estragar a potencial fotografia à chegada de um qualquer evento.

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O espaço amplo que tem à sua frente pode ser ocupado por vários itens especialmente concebidos, como por exemplo… uma transportadora para o cão. Luxo.

À frente do condutor estende-se um tabliê designado “Wing Gesture”, que recupera a forma alada do emblema da marca. A presença do digital é forte — estende-se a toda a largura do tabliê —, mas podemos desligá-lo, deixando ver por trás superfícies em madeira.

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De notar também a ausência de um tablet gigante. No seu lugar há uma “Maravilha Mecânica”, que é definido pela marca como um “dispositivo semelhante a um relógio com múltiplos dedos móveis e iluminados”. Este dispositivo pode indicar a direção num trajeto, o estado de carga da bateria e muito mais… até servir de objeto de decoração para o interior.

Vai ser produzido?

A Bentley foi clara sobre o EXP 15: não antecipa um modelo de produção. No passado houve vários protótipos EXP da marca que o fizeram, mas não é essa a missão do EXP 15.

É um manifesto para a nova linguagem de design da marca e também um vislumbre do que poderemos esperar do seu primeiro elétrico (será revelado em 2026).

No entanto, em declarações à Autocar, Robert Page sugeriu que caso haja uma receção positiva a esta nova silhueta, poderá dar força para um eventual modelo de produção.

Fernando Gomes

Entrou no universo dos automóveis através do design, hoje expressa a sua paixão pelo automóvel na escrita.

Bentley

Apresentação, Bentley, Protótipo