Notícias O ano de 2017 foi negro para os motores Diesel

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O ano de 2017 foi negro para os motores Diesel

Contas feitas e os números registados em 2017 revelam uma história onde o futuro dos motores Diesel no mercado é cada vez mais sombrio.

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Os motores Diesel, que chegaram a ser o tipo de motores mais vendidos no continente europeu, estão a ficar rapidamente de fora das escolhas dos automobilistas europeus. Consequência ainda do escândalo de 2015, que começou num grupo automóvel e rapidamente afetou os restantes, acabando por se transformar num delicado assunto político.

Os números, avançados pela JATO Dynamics, são claros — o tombo nas vendas de automóveis ligeiros Diesel na Europa foi considerável em 2017.

Motores Diesel em queda

A venda de automóveis ligeiros na Europa cresceu 3,1% em 2017, alcançando as 15,6 milhões de unidades, mas, por outro lado, os automóveis com motores a gasóleo viram as suas vendas caírem 7,9% relativamente a 2016 — uma queda expressiva. No total foram vendidos 6,77 milhões de unidades de automóveis a gasóleo, um volume que não se via desde 2013, quando a Europa estava profundamente mergulhada na crise iniciada anos antes.

A quota de mercado para os motores Diesel foi de 43,8%, tendo de recuar até 2003 para encontrar um valor tão baixo como este, numa altura em que os Diesel começavam a ganhar ímpeto. A quota tem vindo a descer desde 2015, o ano em que o Dieselgate veio a público. Entre 2010-2015, andou sempre acima dos 50%, com o pico a dar-se em 2011, quando atingiu 55%.

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Portugueses continuam fãs dos Diesel

Naturalmente, se virmos os dados país a país, verificou-se, igualmente, uma descida nas quotas dos motores Diesel. De acordo com a JATO Dynamics, em 26 países europeus, apenas um, a Letónia, viu a quota de Diesel subir em 2017.

Mas apesar da tendência decrescente, há países onde as motorizações Diesel ainda são a força dominante do mercado. Portugal é um desses países, sendo o segundo país europeu onde a quota dos Diesel é mais elevada — em 2017, esta atingia à volta dos 61% (menos 4% relativamente a 2016). À frente de Portugal só mesmo a Irlanda, onde os motores Diesel corresponderam a 65% das vendas no ano que passou.

E as marcas?
Obviamente, também as marcas venderam menos Diesel, com respetiva descida da sua quota de penetração. Exceção feita à Fiat, onde esta subiu 0,2% relativamente a 2016. No entanto, existem marcas que continuam excessivamente dependentes da venda de motores Diesel, o que constitui um risco elevado, considerando as mudanças a que se assistem no mercado. Mais de 90% das vendas da Land Rover correspondem a motores Diesel, seguido da Jeep e da Volvo com valores a roçar os 80%. No outro lado da tabela, encontramos a Toyota e a Suzuki, onde os motores Diesel significam pouco mais de 5% do total das suas vendas.

Quedas acentuadas

As diferenças são mais dramáticas noutros casos, sobretudo quando analisamos o percurso das vendas desde 2011. Na Noruega, três em cada quatro carros vendidos (75%) eram Diesel em 2011, mas após o país ter apostado forte na eletrificação, em 2017 a quota é de agora 23%, ou seja, ligeiramente menos de um em cada quatro carros vendidos.

Outros países que costumavam ter quotas acima dos 60% em 2011, assistiram também a quedas acentuadas:

  • Bélgica — 75% (2011) para 46% (2017)
  • Lituânia — 63% para 35%
  • França — 72% para 47%
  • Luxemburgo — 77% para 54%
  • Espanha — 70% para 49 %
  • Suécia — 61% para 50%

A exceção italiana

No entanto, a Itália tem resistido mais à mudança que qualquer outro país. Houve uma ligeira queda de 1% da quota em relação a 2016, mas os 56,5% registados em 2017 são superiores aos 55% de 2011. Porque é que os Diesel persistem na Itália?

Primeiro, o Diesel não foi demonizado como noutros países. A palavra “diesel” raramente surge nos discursos referentes ao banir dos motores de combustão interna das cidades. Segundo, a gasolina é demasiado cara — está entre as mais caras da Europa — pelo que não é uma alternativa tão atrativa como noutros mercados.

Quem está a tomar o lugar dos Diesel?

Se o mercado continua a crescer, mas as vendas de motores Diesel estão a cair, quem está a tomar o seu lugar? Não são nem os híbridos, nem os elétricos, apesar de serem os que mais crescem no mercado — em 2017 as suas vendas aumentaram 46,2%, mas traduz-se apenas num volume total de 738 300 unidades, o que equivale a uma quota de mercado de 4,8%. Se separamos os elétricos, a quota destes é de apenas 0,9%, um valor ainda excessivamente baixo.

Sobram os motores a gasolina — são estes que estão verdadeiramente a tomar o lugar dos Diesel. Em 2017 as vendas de motores a gasolina aumentaram 10,9%, em linha com o crescimento verificado em 2015 e 2016. A diferença é que este ano superaram e em muito o crescimento do mercado e a própria quota deu um salto considerável de 3,6%, atingindo os 50,1%.

Mais gasolina, mais CO2

O aumento a que se assiste na venda de motores a gasolina já causa problemas para o cumprimento das metas de redução de CO2 tanto para os construtores como os países, que assinaram acordos com objetivos ambiciosos na redução destas.

Os analistas são unânimes — até ao fim da década prevêem que a quota de mercado dos motores Diesel continue a descer até ao final da década.

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