Especial A lista completa de todas as marcas chinesas em Portugal

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A lista completa de todas as marcas chinesas em Portugal

São tantas que é difícil memorizar. Por isso juntámos neste artigo todas as marcas chinesas em Portugal. No total, são 16 marcas de A a Z.

Sim, é isso mesmo. Existem 17 marcas chinesas com planos definidos para o mercado nacional. Umas já são presença assídua nas estradas portuguesas, outras estão a ultimar os detalhes para concretizar a sua entrada no nosso mercado.

A primeira marca chinesa a chegar ao mercado português com um plano estruturado foi a Aiways, em 2022. No entanto, as coisas não correram bem. A Aiways encontra-se neste momento numa fase de redefinição estratégicao preço a pagar pelo pioneirismo? Eventualmente.

Desde então, os anúncios de novas marcas chinesas a chegar a Portugal sucedem-se a um ritmo difícil de acompanhar. Destas, destacam-se a BYD que, em 2024, entrou no TOP 20 das marcas mais vendidas em Portugal, seguida da MG, que ficou à porta deste TOP 20, ocupando a 21ª posição.

Neste artigo reunimos, por ordem alfabética, todas as marcas chinesas que já estão disponíveis em Portugal ou que têm planos confirmados de entrada no nosso mercado.

Contabilizámos um total de 17 marcas, mas existem pelo menos mais três — que não mencionamos neste artigo — que já têm negociações muito avançadas para entrar no nosso país.

Aion. A Toyota made in China

A Aion é a marca elétrica do Grupo GAC (Guangzhou Automobile Group), um dos construtores mais antigos e mais importantes na China. Fundada em 2018, nasceu com o objetivo de ser a marca de veículos 100% elétricos deste grupo, detido maioritariamente pelo Governo chinês.

Chega a Portugal nos próximos meses pelas mãos do Grupo JAP, com os modelos Aion UT e Aion V, um utilitário com mais de 400 km de autonomia e um SUV familiar com foco no conforto e conectividade, respetivamente.

Na China, a GAC ganhou a fama de “Toyota chinesa”, muito por culpa da longa parceria que tem com a marca japonesa no seu mercado doméstico. Há várias décadas que a GAC produz, sob licença, vários modelos da Toyota e também da Honda na China. É comum ver os modelos da GAC no topo dos rankings de fiabilidade chineses.

Aiways. A primeira vítima

Na vida, nem tudo são rosas. Uma verdade universal que, como verdade universal que é, também se aplica à China. A Aiways, fundada em 2017, foi uma das primeiras marcas chinesas a vender elétricos na Europa e foi também das primeiras a falhar quase todos os objetivos.

Aqueles que seguem o setor automóvel com mais atenção recordarão outras marcas que falharam e que prometiam muito, como a Qoros, por exemplo.

Aiways U5
Enes Kucevic Aiways U5

Representada em Portugal pela ASTARA, a Aiways comercializa o SUV U5 (anuncia até 400 km de autonomia) e o SUV coupé U6. Hoje, tem o seu futuro em causa — está a ter dificuldades em enfrentar a concorrência na China e na Europa falta-lhe notoriedade.

Parecia ter tudo para dar certo, mas talvez tenha pago o preço do pioneirismo no mercado europeu. O saldo em Portugal só não é menos positivo, porque teve na sua retaguarda a reputada ASTARA, responsável por importar marcas como a Mitsubishi e a Kia para o mercado nacional.

BYD. O gigante em crescimento

Ao início o nome causou estranheza aos portugueses. Diz-se “bíde” ou “biuaidi”? Volvidos dois anos, já não há dúvidas nenhumas relativamente à BYD, acrónimo de “Build Your Dreams”.

É o maior fabricante mundial de veículos eletrificados e a marca chinesa N.º1 em Portugal — entrou pela primeira vez no TOP 20 do mercado nacional em 2024.

© BYD O BYD Dolphin Surf é a mais recente adição à gama da construtora chinesa. Já chegou a Portugal e tem como rivais o Dacia Spring e o Hyundai Inster.

Fundada em 2003, chegou a Portugal em 2023 pelas mãos do histórico importador da Toyota e Lexus, a Salvador Caetano. A gama inicial incluía o Atto 3 (SUV compacto), o Han (berlina premium) e o Tang (SUV de 7 lugares). Hoje, tem oito modelos no seu portfólio em Portugal, com preços que se iniciam abaixo dos 21 mil euros.

Além dos números de vendas expressivos, a BYD «acena» ao mercado com outros argumentos, nomeadamente a tecnologia battery blade, que tem fornecido a marcas rivais como a Tesla e a Toyota.

Changan. Da indústria militar para os automóveis

A Changan Automobile é um dos fabricantes mais antigos da China, com origens militares e estatais que remontam a 1862. Atualmente, produz mais de 2 milhões de veículos por ano e está presente em mais de 60 países.

Changan Deepal S07 - frente
© Changan O Deepal S07 vai o primeiro modelo da Changan a ser comercializado em Portugal.

A sua entrada no mercado português foi assinalada na última edição do ECAR Show Lisboa. Representada em Portugal pelo Grupo Auto-Industrial, inicia operações com o Deepal S07, um SUV elétrico desenvolvido em parceria com a Mazda.

Só está disponível na versão topo de gama e equipa uma bateria de 80 kWh. Quanto ao preço, é de 44 500 euros — o único opcional é a cor da carroçaria.

Mas este é apenas o primeiro de muitos. No total, a Changan tem previstos nove modelos para os próximos três anos.

Dongfeng. Dos mísseis para as quatro rodas

A Dongfeng Motor Corporation é um dos cinco maiores grupos automóveis chineses e a sua fundação remonta a 1969. Tal como a Changan, a Dongfeng também teve a sua origem na fabricação de armamento e atualmente detém um ecossistema que inclui veículos comerciais e passageiros, marcas premium, mísseis e veículos militares.

Em Portugal, é representada pela Salvador Caetano, que «nomeou» o citadino elétrico BOX como o modelo mais importante para a sua estreia, posicionado abaixo dos 30 mil euros. E nós já o testámos:

Além de operar sob o nome Dongfeng, este gigante chinês detém ainda marcas como a Voyah — destinada ao segmento de luxo — e a X-Hero, para um público-alvo mais aventureiro, ambas representadas pela Salvador Caetano em Portugal.

Fora da alçada da importadora portuguesa ficou apenas a marca Forthing, que em Portugal é representada pelo Grupo Auto-Industrial.

Farizon. Apenas veículos comerciais

A ofensiva de marcas chinesas não se faz apenas no segmento dos ligeiros de passageiros. Aliás, começou com maior expressão precisamente nos veículos pesados, sobretudo no segmento dos autocarros.

Num mercado que não cresce e com novas marcas a chegar, quais vão vencer e quais vão perder quota de mercado? Uma resposta à qual só o tempo dará resposta.

Agora, essa abordagem continua também no segmento dos veículos comerciais ligeiros 100% elétricos. A Farizon é representada em Portugal pela Salvador Caetano, uma das empresas nacionais com maior know-how neste segmento, um fator importante para entrar nos seus canais de vendas.

Firefly. Citadino com grandes ambições

A Firefly é nova marca de entrada criada pela NIO para conquistar o segmento dos elétricos acessíveis. Apesar de alguns contratempos, tem o lançamento do seu primeiro modelo previsto para o final do ano, e em Portugal será representada pelo Grupo JAP.

Firefly - dois modelos
© Firefly O Firefly é o primeiro modelo da marca, com a qual partilha o nome. Na china, já se sabe que deverá custar cerca de 20 mil euros, mas o valor para o mercado Europeu ainda está por confirmar.

O primeiro modelo desta nova sub-marca da NIO chama-se Firefly EV e terá cerca de quatro metros, design inspirado nos smartphones (com faróis inspirados nas câmaras dos iPhone), um interior espaçoso e comandos por gestos.

Temos vários artigos dedicados ao Firefly EV na Razão Automóvel. Poderá ser o elemento que faltava à NIO para finalmente se afirmar no mercado europeu. Apesar do design e da tecnologia, a operação da NIO na Europa não tem crescido ao ritmo esperado.

Forthing. Um gigante tímido

Tal como referimos antes, a Forthing é uma marca da Dongfeng Motor Corporation. Foi criada em 2001 e em Portugal é representada pelo Grupo Auto-Industrial desde 2024.

A sua gama inclui o U-Tour (monovolume de 7 lugares), o SUV Friday, com versões híbridas e elétricas, e a berlina 100% elétrica S7. Destaque pelo recurso a tecnologia BYD para os sistemas híbridos e pela relação equipamento/preço no segmento dos familiares.

Esta primeira ofensiva ao mercado nacional foi tímida, em termos de estilo e tecnologia, com produtos ainda muito desfasados do gosto dos europeus.

Mas o Grupo Auto-Industrial tem planos ambiciosos para a Forthing, estando neste momento a trabalhar para assegurar uma cobertura total do território nacional e uma logística de peças que permita responder de forma rápida às solicitações dos clientes e das redes de concessionários.

Jaecoo. Um SUV chinês não elétrico

A Jaecoo é uma das marcas mais recentes do Grupo Chery Automobile. Chegou à Europa em 2024 em conjunto com a sua marca-irmã, a Omoda. É uma das marcas mais jovens desta lista, e foi criada em 2023 como uma divisão orientada para um estilo de vida mais ativo.

O Jaecoo 7 (versão híbrida plug-in com tração integral) será o primeiro modelo desta marca, e já está em comercialização noutros mercados europeus — nomeadamente em Espanha, onde teve uma aceitação positiva.

Apesar de não ter importador ainda definido para Portugal, prevê-se que chegue ao nosso mercado até ao final de 2025. O mais provável é que a Jaecoo seja representada diretamente pelo Grupo Chery Automobile.

Leapmotor. A marca chinesa mais ocidental

A Leapmotor é uma start-up chinesa criada em 2015, especializada em veículos elétricos acessíveis com tecnologia própria. Tem como particularidade ter na sua estrutura acionista a Stellantis.

Já está disponível em Portugal com dois modelos: T03 (citadino 5 portas) e C10 (SUV médio). Apesar de recente, a Leapmotor já detém uma forte componente tecnológica: desenvolve internamente as suas baterias, software e sistemas de assistência.

Os primeiros modelos têm sido muito elogiados pela imprensa especializada. Para já, não está prevista nenhuma partilha de componentes da Leapmotor com as restantes marcas do Grupo Stellantis.

Maxus. Uma questão de trabalho

A Maxus é marca de veículos comerciais ligeiros da SAIC Motor, um dos maiores grupos do setor automóvel na China. Representada em Portugal pela ASTARA, oferece soluções elétricas para empresas com os modelos eDeliver3, eDeliver9 e a pickup T90 EV.

Maxus T90 EV - 3/4 de frente
© André Mendes / Razão Automóvel A T90 EV a pick-up 100% elétrica da Maxus, e tem preços a começar nos 81 381 euros.

Os modelos da Maxus complementam o portfólio deste importador, cuja implementação nos canais de vendas profissionais é dos mais fortes em Portugal, fruto da experiência acumulada ao longo dos anos com marcas como a Mitsubishi e a FUSO.

MG. A marca chinesa inglesa

Pouco sobrou da histórica marca britânica MG além do nome. Uma marca que renasceu das cinzas sob a alçada do grupo SAIC Motor. Está presente em Portugal desde 2021 com uma gama diversificada: MG3 (utilitário híbrido), MG4 (elétrico compacto), MG5 (carrinha elétrica), ZS (SUV compacto), HS ( SUV familiar híbrido plug-in) e o recém apresentado S5 EV (SUV elétrico).

MG4
© MG O MG4 é um dos elétricos mais vendidos na Europa, juntando boa autonomia (até 450 km em ciclo WLTP) e preço acessível.

A ofensiva de produto desta marca já cobre vários segmentos, começando no dos utilitários com o MG3 híbrido, cujo preço se inicia abaixo dos 23 mil euros.

NIO. Uma promessa adiada

A NIO foi fundada em 2014 e tem um boa reputação no mercado, sendo conhecida pelas suas tecnologias avançadas e pelo design dos seus modelos. Chega a Portugal em 2025 via Grupo JAP.

Apesar de, aparentemente, ter tudo para vingar no mercado europeu, as suas vendas têm demorado a «arrancar». Agora, esta marca prepara-se para uma segunda fase, com presença em vários países, de modo a aumentar a presença no «velho continente».

Omoda. Um sucesso espanhol

A Omoda é a submarca da Chery. Lançada na Europa em 2024 e prevista para chegar a Portugal em 2025, teve no mercado espanhol — que é muito sensível ao preço — uma boa aceitação.

Omoda 5 dianteira
© Omoda O Omoda 5 está disponível com duas motorizações: gasolina e 100% elétrica

Terá ajudado o facto de não ter iniciado esta ofensiva com versões 100% elétricas. O Omoda 5 é o primeiro modelo e está disponível com motor de combustão e numa versão 100% elétrica. É, como referimos, uma marca-irmã da Jaecoo.

Voyah. Uma marca premium chinesa

A Voyah é uma das várias marcas do universo indústria Dongfeng, assumindo a vertente premium deste gigante chinês. Representada em Portugal pela Salvador Caetano, a Voyah foi fundada em 2018.

O Voyah Courage é um SUV 100% elétrico de segmento D da marca chinesa.

O modelo bandeira no mercado nacional é o Voyah Free, um SUV elétrico de 489 cv com 500 km de autonomia. Objetivo? Concorrer diretamente com marcas como a Lexus e a Mercedes-Benz, oferecendo mais equipamento por um preço inferior. Os preços dos modelos da Voyah podem superar os 80 mil euros.

Xiaomi. Dos smartphones para os automóveis

Há quem defenda que os automóveis parecem-se cada vez mais com smartphones. É uma realidade. O recurso a softwares cada vez mais avançados e a sistemas de conectividade mais complexos foi o convite perfeito para as grandes tecnológicas começarem a olhar para a indústria automóvel. Até a Apple chegou a ter planos para um carro elétrico.

Sobretudo conhecida pelos seus smarphones, a Xiaomi entrou com tudo no setor automóvel. O primeiro modelo foi o SU7, uma berlina elétrica que até já tem versões desportivas e já anda a bater recordes na Europa. É uma das marcas chinesas mais promissoras.

Estão mais modelos a caminho, entre eles um SUV e um crossover. A Xiomi chegará a Portugal em 2027 mas ainda não tem um importador definido. A Razão Automóvel sabe que há vários grupos interessados na representação desta marca que tem como objetivo ter uma presença global até 2028.

XPeng. Não é uma marca de automóveis

Quem o diz é a própria XPeng, que se assume como uma empresa de software, e não como uma marca de automóveis. Foi fundada em 2014 e é um das marcas chinesas com soluções tecnológicas mais avançadas, nomeadamente nos sistemas de apoio à condução.

Em Portugal, é representada pela Salvador Caetano desde 2024. Estreou-se no nosso mercado com os modelos G6 (um SUV coupé de tamanho médio), G9 (SUV elétrico de luxo com autonomia até 570 km) e P7 (berlina de estilo coupé).

Na China, é um dos parceiros privilegiados da Volkswagen. O Grupo alemão tem aumentado de forma significativa a sua presença junto da Xpeng, com várias joint-ventures em curso para partilha de tecnologia e desenvolvimento de novos modelos.