Crónicas Fim de uma era. O Renault Clio é o último do segmento com motor Diesel

Diesel

Fim de uma era. O Renault Clio é o último do segmento com motor Diesel

O Renault Clio com motor Diesel vai desaparecer. É o fim de um capítulo da história do automóvel em que o gasóleo reinava… até nos carros pequenos.

Renault clio frente
© Thomas V. Esveld / Razão Automóvel

A «ficha caiu» enquanto escrevíamos sobre a próxima geração do Renault Clio: o fim do Diesel no atual significa também o fim dos motores Diesel no segmento B, o dos utilitários.

Quem os viu e quem os vê. Durante a maior parte deste século, os motores Diesel foram vistos como a escolha racional por excelência, mesmo nos carros pequenos: os consumos eram baixos, tinham autonomia para dar e vender e até os motores evoluíram em suavidade e agradabilidade.

Era a escolha dos papás que faziam 30 mil quilómetros por ano com os miúdos e a casa às costas, e dos que tinham no carro a sua ferramenta de trabalho. Nenhum modelo do segmento o evitou: até o Toyota Yaris, hoje conhecido pela motorização híbrida, teve motores Diesel.

Eram populares no mercado e chegaram a estatuto de culto: quem não se lembra do mítico SEAT Ibiza 1.9 TDI — bastava ter dois lugares e uma antepara em acrílico…

SEAT Ibiza GTI
© SEAT Este é um Ibiza GTI, mas o GT TDI era praticamente igual e um dos carros de sonho de muitos jovens nos anos 90.

Mas os tempos mudaram. O Dieselgate foi o início e a guerra às emissões da União Europeia fez o resto. A eletrificação empurrou o motor Diesel para um canto, os custos de combate às emissões subiram e os impostos deixaram-no de proteger.

No segmento B, onde cada euro conta, a opção Diesel tornou-se insustentável. A tecnologia é cara, os clientes também são menos e há alternativas — eletrificadas — cada vez mais eficazes.

O motor Diesel foi desaparecendo do segmento ao ritmo de cada modelo renovado ou nova geração. Agora resta um: o Renault Clio. Assim prepara-se para terminar um capítulo na história do automóvel. O Clio vai continuar, o seu motor Diesel — o venerável 1.5 dCi — não.

Para os papa-quilómetros do segmento a escolha vai limitar-se aos híbridos — que o Clio já tem e continuará a ter —, e à opção GPL que também caracteriza o utilitário francês.

Os efeitos benéficos na qualidade do ar que respiramos com o fim dos Diesel é incontestável, mas nada substitui verdadeiramente a sensação de encher o depósito com 70 euros, fazer 1000 km e ainda sobrar combustível. Para muitos, isso também era liberdade.