Prazer de conduzir
O Mazda MX-5 recorda-nos sempre porque gostamos de conduzir
O Mazda MX-5 é um dos melhores e mais acessíveis carros para quem gosta (ou quer) conduzir. Agora estamos limitados nos nossos ensejos de condução, mas quando isto acabar, voltaremos a encontrar-nos.

Ironia do destino. Ter um dos carros mais orientados para a condução na minha garagem, o Mazda MX-5, numa altura em que o confinamento é obrigatório.
Confesso que para não cair em tentação antecipei a devolução. Entreguei-o antes deste fim de semana começar, não fosse a vontade de conduzir falar mais alto. Isto numa altura em que outros valores se impõem. E foi precisamente a caminho de mais uma entrega — e entregar um Mazda MX-5 é sempre um momento menos feliz do que o seu levantamento — que comecei a pensar na importância do que estava a acontecer.
A importância de conduzir
Alguém disse um dia que “a vida é demasiado curta para conduzir carros aborrecidos”. O nome do autor da frase entretanto perdeu-se, mas a frase não.

De facto é verdade. A vida é demasiado curta para conduzir carros aborrecidos. Mais ainda numa altura em que as possibilidades para o fazer são cada vez mais escassas. Recordo que, por esta altura, está quase a fazer um ano desde que estas limitações à nossa liberdade de circulação começaram.
Tenho 35 anos e durante toda a minha vida adulta sempre dei por garantido que quando quisesse conduzir podia fazê-lo. Pegar nas chaves do carro, sair de casa e ir até onde quisesse. Ou até sair de casa sem saber para onde ir! Não importa. É este o tipo de liberdade que o carro tem para nos oferecer: liberdade total.

O segredo do Mazda MX-5
O Mazda MX-5 foi lançado originalmente em 1989. Entretanto já passaram mais de duas décadas, o mundo mudou (muito), e a fórmula do pequeno roadster japonês continua atual como sempre.
O Mazda MX-5 continua a ser um baluarte da liberdade e do prazer de conduzir.
Avanço um motivo para isso: simplicidade. Num mundo cada vez mais complexo e intricado, a Mazda continua a apostar num carro descomplicado. Dois lugares, capota manual, caixa manual, motor atmosférico, tração traseira e mais meia dúzia de coisas de que já não abrimos mão (ar condicionado, fecho centralizado, sistema de infoentretenimento, etc).
Esta simplicidade radica numa característica fundamental para o sucesso do MX-5: não é preciso um curso de condução para lhe apanhar as manhas. Basta um pouco de paciência e algum atrevimento. Ou nem sequer é preciso isso. Mesmo devagar e com a capota recolhida podemos desfrutar da liberdade de conduzir a céu aberto.
Dito por outras palavras, o Mazda MX-5 é um concentrado de tudo aquilo que o automóvel representa: liberdade. E felizmente o Mazda MX-5 não é caso único na indústria automóvel. Esta tem sido uma indústria que tem conseguido aguentar estoicamente todos os ataques que lhe têm dirigido nos últimos anos.

Atacar o automóvel é atacar a nossa liberdade. Mas podemos ficar descansados. Enquanto marcas como a Mazda celebrarem a importância de conduzir com modelos especiais como este Mazda MX-5 — e que assinala os 100 anos da marca japonesa — temos a certeza que no futuro haverá lugar nas nossas estradas para o prazer de conduzir e viajar.
Quando isto acabar, vamos dar uma volta. Combinado?
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