Testes Já conduzimos o novo Opel Astra Sports Tourer

Já conduzimos o novo Opel Astra Sports Tourer

A 10ª geração do Opel Astra Sports Tourer surge totalmente renovada. Fomos até à melhor estrada do mundo confirmar o trabalho desenvolvido pela marca alemã.

Antes de arrancarmos em direção à N222 para falarmos das primeiras impressões ao volante do novo Opel Astra Sports Tourer, permitam-me partilhar convosco alguns números. Saibam que esta é 10ª geração de uma linhagem que teve início em 1963 (com o lançamento do Opel Kadett A Caravan) e que desde então já vendeu 5,4 milhões de carrinhas compactas.

Portanto, como devem calcular, recai sobre os ombros do novo Opel Astra Sports Tourer uma enorme responsabilidade – que a julgar pelas 130.000 encomendas da versão hatchback, desde o início de 2015, não deverá ser difícil cumprir.

Lição bem estudada
Astra Sports Tourer

Os responsáveis da Opel dizem que estudaram bem a lição e apresentam o novo Opel Astra Sports Tourer livre do maior defeito que clientes e imprensa especializada apontavam à 9ª geração: o peso.

Um fator com reflexos na vertente dinâmica, nos consumos, nas prestações e consequentemente nos custos de utilização. Graças ao recurso a uma nova plataforma, os técnicos da marca conseguiram poupar até 190kg de peso na nova Sports Tourer face à geração precedente. Valor que aliado a um coeficiente aerodinâmico de apenas 0,272 (o melhor valor do segmento) colocam novamente o Astra Sports Tourer no topo da «liga das carrinhas compactas».

Vamos para a estrada

Para além da dieta a que foi submetido, o novo Opel Astra Sports Tourer beneficia ainda de uma suspensão traseira com uma engenhosa arquitetura. Os técnicos da marca aliaram um eixo traseiro de barra torção com um paralelograma de Watt. Ou por outras palavras, aliaram a leveza da arquitectura «barra de torção» com a as qualidades dinâmicas de uma suspensão multi-link. Uma combinação win-win.

Nas reviradas estradas do Douro Vinhateiro, nomeadamente na N222, ficou bem patente as diferenças dinâmicas do «dia para a noite», entre a 9ª geração e a 10ª geração do Opel Astra Sports Tourer. Leve, progressiva e sempre despachada.

Não era caso para menos. A versão que conduzimos estava equipada com o competente e sempre disponível motor 1.6 BiTurbo CDTI de 160cv. Se a vossa intenção não for replicar os andamentos audazes dos carros de ralis nas estradas do norte, dá para fazer o percurso sem praticamente recorrer à caixa de velocidades.

Sensações ao volante? Como já dei a entender, não esperava um comportamento dinâmico tão acertado – posso dizer que as diferenças para a versão hatchback são praticamente imperceptíveis. Os técnicos da marca estavam tão certos disto (ao contrário de mim…) que resolveram apresentar este familiar numa estrada onde aquilo que mais nos apetece é deixar a mulher, a sogra, os putos e bagagem numa prova de vinhos e arrancar «com tudo» em direção à curva mais próxima.

Porque nem sempre podemos fugir às obrigações familiares (e há licores que são um desperdício na boca de algumas sogras…) podem sempre contar com uma carrinha que à parte das qualidades dinâmicas, também é confortável e uma excelente estradista.

Vamos abrandar o ritmo?

Sim, eu sei. Este é o primeiro contacto com uma carrinha compacta e ainda só falei praticamente de sensações dinâmicas. A culpa é dos senhores da Opel, que fizeram a apresentação na melhor estrada do mundo. Blame the game not the player.

Dito isto, vamos abrandar o ritmo e saborear as paisagens do Douro. Como dizia mais acima, o Opel Astra Sports Tourer é um excelente estradista. Se optarem pelos brancos ergonómicos certificados pela AGR – associação alemã especialista em ergonomia – até podem beneficiar de massagens, aquecimento, ventilação e 18 possibilidades de regulação. Se ficarem pelos bancos “normais” também não vão mal servidos. Os ocupantes do banco traseiro também podem beneficiar de aquecimento.

Astra Sports Tourer

O espaço a bordo também aumentou em todos os sentidos, especialmente na altura disponível entre a cabeça dos ocupantes e o tejadilho (outra das críticas à anterior geração).

Recuando mais um pouco até a bagageira, as novidades continuam. O portão traseiro pode ser aberto sem contacto do utilizador com o automóvel e sem manuseamento do comando à distância. Como? Dizem Abracadabra! Ok, não é por passes de mágica que lá vão.

Graças à combinação do comando à distância com um sensor localizado sob o para-choques traseiro (como na imagem em baixo) o Opel Astra Sports Tourer abre o portão traseiro. Para fechar, bastará repetir o gesto. O sistema está apto a detetar qualquer obstrução, parando o mecanismo em caso de emergência. Além disso, o portão traseiro continua a poder ser aberto por meio de um interruptor na porta do lado do condutor ou através do comando à distância na chave.

Astra Sports Tourer

O novo Astra Sports Tourer oferece bancos traseiros rebatíveis tripartidos, permitindo assim optimizar as configurações da bagageira, cuja capacidade é de 1630 litros. Opcionalmente, a Opel disponibiliza o sistema FlexOrganizer de calhas laterais, redes divisórias e múltiplas possibilidades de fixação, permitindo, assim, a arrumação ordenada e segura de todos os tipos de volumes. Dá para levar tudo menos a sogra (por questões legais…).

Falando de motores

Como já puderam perceber, cada componente da Sports Tourer foi pensado tendo em mente a máxima eficiência. O design aerodinâmico, a par da carroçaria de baixo peso, contribuíram para que a “station wagon” emagrecesse os tais 190 kg, fixando-se agora nos 1188 kg. A utilização de aços resistentes e as modificações ao nível das suspensões dianteira e traseira, entre outras alterações, desempenharam um papel crucial nesta dieta rigorosa.

Naturalmente, os motores não podiam ficar de fora desta equação de eficiência. Nos Diesel, no topo da cadeia alimentar surge o motor testado por nós: o 1.6 BiTurbo CDTI de 160cv e 350Nm de binário máximo (a Opel declara 4,1 litros/100km em ciclo misto). Como disse anteriormente, é um motor sempre disponível. Ainda assim, o mais adequado para o mercado nacional e para as obrigações familiares deverá ser a versão 1.6 CDTI de 136cv. Para aqueles que não necessitam de imprimir toadas demasiado rápidas, o 1.6 CDTI de 110cv chega e sobra para as encomendas e devolve um consumo de apenas 3,5 litros/100km (consumo anunciado em ciclo misto).

Astra Sports Tourer

Do lado da oferta a gasolina, a Opel tem quatro opções, incluindo o motor em alumínio 1.0 Turbo de três cilindros, o 1.4 Turbo de quatro cilindros e o topo de gama 1.6 Turbo, todos da nova geração de motores da marca alemã. O mais interessante é sem dúvida o 1.0 Turbo de 105cv e 170Nm de binário máximo disponível às 1700 rpm. Ainda só conduzi este motor na versão hatchback, mas na Sports Tourer – apesar do peso marginalmente superior – deverá mostrar a mesma facilidade em subir de regime, imprimir andamentos interessantes, sem passar uma fatura elevada ao nível dos consumos (a Opel declara 4,2 litros/100km em ciclo misto).

Como já referi, está ainda disponível um motor 1.4 Turbo de 150cv e 245Nm de binário máximo; e um 1.6 Turbo de 200cv e 300Nm de binário máximo (em modo overboost). Só para terem uma ideia, com este motor a Astra Sports Tourer cumpre os 0-100km/h em apenas 7,2 segundos. A versão 1.6 BiTurbo CDTI não fica muito atrás e responde com 8,1 segundos dos 0-100km/h e 220km/h de velocidade máxima.

Segurança e conectividade

Além da nova gama de motores, o Astra Sports Tourer pretende estabelecer também novos padrões em matéria de segurança, infoentretenimento e conforto, a começar pelos faróis IntelliLux de matriz de LED. Esta é mais uma novidade trazida pela Opel para o segmento dos familiares compactos, que permite conduzir permanentemente com os máximos fora das cidades, desativando e ativando continuamente, de forma automática, os elementos LED que estão direccionados às fontes de luz que correspondem a veículos circulando no mesmo sentido ou em sentido contrário.

A Opel investiu ainda nos sistemas de segurança inovadores, assentes na câmara dianteira Opel Eye de última geração, mais extenso e preciso, até ao sistema de manutenção na faixa de rodagem, que assegura correções autónomas do volante em caso de emergência, passando pelo alerta de colisão iminente com capacidade de intervir com travagem autónoma de emergência, que pode mesmo chegar a imobilizar o automóvel a velocidades inferiores a 40 km/h.

Como não poderia faltar, no habitáculo surge o Opel OnStar. Este sistema, presente também no modelo compacto, permite o apoio permanente aos passageiros em viagem e em caso de emergência. Falando de infoentretenimento, o Astra Sports Tourer vem equipado com a mais recente geração do sistema IntelliLink, compatível com Apple CarPlay e Android Auto. Para manter os miúdos (e quiçá a sogra…) entretidos no banco traseiro, esta carrinha pode fazer de hotspot wifi até 7 dispositivos em simultâneo (disponível brevemente em Portugal).

A Astra Sports Tourer representa actualmente uma fatia de cerca de 30% das vendas Astra na Europa, e chegará aos concessionários portugueses já no próximo mês. A versão de entrada – motor 1.0 turbo de 105 cv – estará disponível a partir de 21,820€, enquanto que a variante com motor 1.6 CDTI de 110 cv começa nos 25,570€. Já os blocos 1.6 biturbo CDTI de 160 cv e 1.6 turbo de 200 cv chegam a Portugal em junho e outubro, respectivamente.

Veredicto?

A concorrência tem nesta proposta um osso duro de roer. Não só pelas qualidades apresentadas mas também pelo preço. O design muito próximo da anterior geração não deixa transparecer a revolução operada pela marca debaixo dos trajes familiares desta Sports Tourer, mas as diferenças estão lá.

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