Notícias Diesel com 10 anos não entra. O que diz a ACAP sobre as restrições espanholas

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Diesel com 10 anos não entra. O que diz a ACAP sobre as restrições espanholas

A ACAP também comentou sobre as restrições mais exigentes à circulação em zonas urbanas que várias cidades espanholas preparam-se para implementar.

Trânsito
© André Mendes / Razão Automóvel

Várias cidades espanholas preparam-se para endurecer as restrições à circulação de automóveis em zonas urbanas, passando a abranger veículos mais recentes, como carros Diesel com apenas 10 anos, deixando muitos condutores apreensivos.

Recorde-se que, em Espanha, todas as cidades e municípios com mais de 50 mil habitantes foram obrigados a estabelecer Zonas de Baixas Emissões (ZBE) até 2023. Estas proíbem o acesso a veículos mais antigos ou poluidores com base num sistema de categorias ou selos.

Até agora, as restrições de circulação nas ZBE incidiam apenas nos automóveis sem categoria (os mais antigos). Mas várias cidades espanholas vão alargar as restrições nos próximos anos a veículos com selo B — incluem automóveis a gasolina matriculados entre 2001 e 2005 e Diesel entre 2006 e agosto de 2015 —, seguindo o exemplo de Bilbau, que já o fez.

Esta medida tem o potencial de afetar os condutores de até mais nove milhões de automóveis, que correspondem a praticamente 31,5% do parque circulante espanhol.

O que diz a ACAP

Helder Barata Pedro, secretário-geral da ACAP (Associação Automóvel de Portugal), em declarações à Razão Automóvel, discorda medida, mas começou por referir que “o assunto das Zonas de Emissões Reduzidas (ZER) está na agenda europeia e tem feito parte dos assuntos em discussão na nossa Associação europeia”.

© Razão Automóvel Helder Barata Pedro, secretário-geral da ACAP, durante o Auto Talks realizado no ECAR Show, em maio.

Mas deixa clara a separação entre as medidas que as cidades espanholas já começaram a adotar, com as medidas que tem discutido com os parceiros europeus:

“(…) de modo algum, se preconizam (nas discussões a nível europeu) medidas como esta que é adotada em Espanha que discrimina os tipos de combustíveis e, de igual, frusta as expectativas de quem adquiriu os seus veículos quando ao fim de 10 anos não poderão continuar a circular.”

Helder Barata Pedro, secretário-geral da ACAP

Também o ACP (Automóvel Club de Portugal), pela voz do seu presidente, Carlos Barbosa, manifestou-se contra esta medida.

Depois de termos questionado o ACP sobre se seria possível implementar esta medida nas cidades portuguesas, foi categórico: “não é possível aplicar em Portugal, porque o parque automóvel é muito mais velho”. E rapidamente concluiu que “parava metade do parque automóvel Diesel”.