Notícias Crise na Tesla. Vendas voltam a dar um tombo enorme em fevereiro

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Crise na Tesla. Vendas voltam a dar um tombo enorme em fevereiro

Tesla está a ter um ano de 2025 desafiante. Depois da queda de vendas substancial em janeiro, os primeiros números de fevereiro mostram um tombo ainda maior.

Tesla Model Y - 3/4 de frente
© Tesla

Este ano está-se a revelar particularmente difícil para a Tesla. Depois de em janeiro as suas vendas terem caído substancialmente, fevereiro acelerou ainda mais essa queda.

Na Alemanha, o maior mercado automóvel europeu — onde a Tesla tem uma fábrica que produz o Model Y —, as vendas caíram 76,3% em fevereiro, com apenas 1420 unidades vendidas, segundo a Autoridade Federal Alemã de Transporte Motorizado (KBA).

No acumulado do ano, foram matriculados 2706 veículos, o que representa uma queda de 70,6% face a 2024. Um cenário preocupante, considerando que o mercado de elétricos na Alemanha cresceu 41%.

Tesla Model 3
© Tesla Tesla Model 3

Ainda na Europa, o cenário de queda abrupta repete-se em vários países em 2025. Na Noruega, onde nove em cada 10 carros novos vendidos são 100% elétricos, estes viram as suas vendas subir 53,4%, mas as vendas da Tesla caíram 45,3%.

Quedas superiores a 40% nas vendas da Tesla este ano (janeiro e fevereiro) foram também registadas em França (-44,4%), Espanha (-44,4%), Suécia (-43,9%), Dinamarca (-48,1%) e também em Portugal, tendo caído 45,5%. Nos Países Baixos a queda foi menor, mas mesmo assim expressiva, de 34,1%.

Há exceções a este cenário. No Reino Unido as vendas da Tesla estão a subir 7,7% no acumulado do ano e na Irlanda estão a subir 30%. Só que, neste caso, traduz-se em 539 unidades vendidas.

Vendas a cair também fora da Europa

Contudo, o problema trespassa as fronteiras do mercado europeu. As vendas da Tesla na China também caíram, assim como na Austrália.

Na Austrália, de acordo com o Conselho de Veículos Elétricos, as vendas da Tesla caíram 71,9% no mês passado, com apenas 1592 unidades vendidas, contra 5665 no ano passado. No acumulado, a marca registou 2331 unidades, uma queda de 65,5% face ao mesmo período de 2024.

Mas mais preocupante é o que se está a passar na China, onde os volumes são mais elevados. Os números divulgados pela Associação de Automóveis de Passageiros da China (CAAM) — juntam produção e vendas (domésticas e exportações) —, mostram que a Tesla produziu e vendeu 30 668 unidades em fevereiro, o que é praticamente metade (49,16%) das 60 365 unidades registadas no período homólogo de 2024.

Afinal o que se passa?

Os resultados negativos de janeiro foram justificados, em parte, pelo esforço adicional feito no final de 2024, esvaziando o inventário para o início do ano seguinte, e ainda pela antecipação do substancialmente renovado Model Y (Juniper).

O diretor financeiro da marca, Vaibhav Taneja, durante a conferência dos resultados de 2024, alertou que a introdução do novo modelo — que já testámos; veja o vídeo abaixo — iria afetar a produção. A reformulação do modelo iria custar ao fabricante “várias semanas de produção”, avançou.

O Model Y 2025 começou a chegar a vários mercados em fevereiro, inicialmente apenas na versão Launch Series, mais cara. Pelo que a haver um efeito positivo nas vendas da marca norte-americana só deverá ser sentido a partir deste mês de março, com a chegada das versões mais acessíveis.

No entanto, fica por explicar a queda das vendas do Tesla Model 3. A berlina também está a registar quedas significativas na maioria dos mercados. Em Portugal, aquele que foi o elétrico mais vendido em 2024, registou uma queda de 30% nos dois primeiros meses do ano, por exemplo.

Uma das razões para este cenário no mercado europeu, poderá ter a ver com as metas de emissões da UE. Para as cumprirem, os construtores automóveis têm de vender, obrigatoriamente, mais veículos elétricos. Por isso, temos visto preços a baixar e campanhas de descontos a crescer um pouco por toda a Europa em todos os outros construtores, para estimular a procura.

Parece estar a resultar, pois as vendas de elétricos estão a crescer na Europa. Os números de janeiro indicam uma subida de 37,3% (Fonte: ACEA).

Por fim, outra razão que tem sido mencionada para a queda de vendas da Tesla em tantos mercados tem a ver com o envolvimento na política por parte de Elon Musk, o diretor executivo do construtor. Seja pelo seu papel na administração de Donald Trump, seja pelo seu apoio a partidos de extrema-direita, como aconteceu durante as eleições na Alemanha.

Já são muitos nas redes sociais a venderem os seus Tesla, como forma de protesto: “Vendi o meu Tesla. Vende o teu também. Vende as tuas ações. E boicota”, pode ler-se numa publicação no X.

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