Notícias Elétricos da Porsche na China podem ter os dias contados

Mercado

Elétricos da Porsche na China podem ter os dias contados

A Porsche está a perder força no maior mercado automóvel do mundo e pondera até deixar de vender automóveis elétricos na China.

Porsche Taycan GTS - 3/4 de frente
© Porsche

Os construtores automóveis chineses estão a tornar-se numa verdadeira «dor de cabeça» para os construtores europeus — não só na Europa, como também na própria China. E a Porsche é um dos mais afetados.

O declínio tem sido tão acentuado que a própria Porsche admite poder abdicar da venda de elétricos na China já nos próximos anos.

Porsche Macan Turbo - 3/4 de frente
© Porsche Porsche Macan

A mudança tem sido rápida. Em 2021, a Porsche teve o seu melhor ano no mercado chinês, com 95 671 unidades vendidas. Mas em 2024, as vendas caíram para 56 887 unidades — menos 28% face a 2023. E os números do primeiro trimestre de 2025 são ainda mais alarmantes: uma quebra de 42%, com apenas 16 340 unidades vendidas.

Esta queda refletiu-se nas ações da marca, que já perderam 21% só em 2024 — e 44% desde a entrada em bolsa. O cenário é tão crítico que levou Tu Le, fundador da empresa de consultoria Sino Auto Insights, a afirmar à Automotive News Europe “a Porsche está acabada na China”.

O orgulho nacional fala mais alto

Na China, os tempos em que um carro europeu era símbolo máximo de estatuto estão a ficar para trás. Hoje, há um orgulho crcescente nas marcas nacionais, e isso faz-se notar nas escolhas dos consumidores.

No podcast Auto Rádio, discutimos como as marcas chinesas estão a ultrapassar as estrangeiras com propostas mais tecnológicas, alinhadas com os gostos locais e com preços muito mais competitivos.

Veja-se o caso do Xiaomi SU7 Ultra: com 1548 cv, custa cerca de 63 600 euros. Já o elétrico Porsche Taycan mais barato na China, com 408 cv, custa quase o dobro — mais de 111 mil euros. O resultado? A Xiaomi vendeu 137 mil unidades do SU7 em 2024, mais do dobro de todas as vendas da Porsche no país.

Fim dos elétricos da Porsche na China?

Enquanto outras marcas do Grupo Volkswagen — Volkswagen e Audi — apresentaram elétricos desenhados especificamente para o mercado chinês no Salão de Xangai, a Porsche não seguiu esse caminho. Em vez disso, apresentou duas edições especiais do 911, sempre a combustão.

Salão de Xangai 2025

Este trio marca o início da nova ofensiva da Volkswagen na China

A Volkswagen revelou três concepts elétricos: ID. Aura, ID. Era e ID. Evo. São o rosto da nova ofensiva da Volkswagen na China.

André Mendes

Isto apesar de mais de metade dos carros vendidos na China em 2024 terem sido elétricos ou híbridos.

Perante este cenário, a marca está a rever a sua estratégia. “Vamos ver se dentro de dois ou três anos a Porsche continua a existir enquanto marca elétrica neste país”, afirmou Oliver Blume, diretor-executivo da Porsche. Atualmente, a oferta da marca elétrica na China resume-se ao Taycan e ao novo Macan.

Blume rejeita ainda uma rivalidade direta com as novas marcas chinesas: “São carros interessantes, mas não oferecem a mesma experiência de condução. Estão num segmento abaixo.” E acrescenta: “O nosso foco está em manter os preços elevados, adequados ao posicionamento da Porsche”.

Por outro lado, Bo Yu, da JATO Dynamics, avança com mais um motivo para o declínio: “O conceito da Porsche como marca premium não diz nada às gerações mais jovens chinesas”.

Uma crise que não é só da Porsche

A Porsche é só a ponta do icebergue. Outros fabricantes alemães e de outras nações, como a Nissan ou General Motors também estão a perder quota.

A GM, por exemplo, aposta tudo na marca Buick, que ainda lidera no segmento dos MPV de luxo, mas como frisou Matt Noone, diretor de design da marca Buick, “estamos lutar contra o tempo”.

Sabe esta resposta?
Em que data foi inaugurada a pista de testes de Nardò?
Oops, não acertou!

Pode encontrar a resposta aqui:

Nardò Technical Center. A pista de testes que se vê do espaço