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Elétricos a preço de saldo na China estão a destruir contas dos construtores

A guerra de preços que domina o mercado chinês de veículos elétricos continua a intensificar-se, gerando preocupações entre reguladores.

BYD Dolphin frente 3/4
© Razão Automóvel

A guerra de preços que se faz sentir no mercado automóvel chinês não mostra sinais de abrandamento, principalmente no segmento dos elétricos, no qual a pressão competitiva tem levado os construtores a cortarem os seus preços agressivamente para aumentarem a sua quota.

Dos cerca de 50 construtores de carros elétricos que operam na China, apenas três — BYD, Li Auto e Seres — são considerados lucrativos. Ainda assim, até estes continuam a oferecer descontos significativos para consolidar a sua posição no mercado.

Em maio, a BYD registou dos melhores valores de vendas desde o início do ano, depois de ter reduzido os preços dos seus modelos até valores em torno dos 34% nos últimos dias do mês, segundo dados da Bloomberg. No total, a marca chinesa vendeu 382 476 veículos, conforme divulgado em comunicado.

BYD Dolphin Surf dianteira 3/4
© BYD Os incentivos da BYD podem cortar os custos domésticos do Dolphin Surf (Seagull na China) em mais de 8 mil euros.

Estes descontos permitiram que a BYD vendesse mais elétricos (204 369 unidades) do que híbridos plug-in (172 561 unidades), uma situação que só se registou uma vez desde o início de 2024. Além disto, o construtor chinês alcançou um recorde de 89 mil unidades vendidas fora do mercado doméstico.

Segundo um estudo da JP Morgan citado pelo South China Morning Post, os descontos médios no setor automóvel chinês atingiram em abril um recorde de 16,8%. A China Passenger Car Association (CPCA) estima que a média de descontos no ano passado tenha sido de 8,3%.

Margens em queda livre

A implementação excessiva de descontos está a pressionar fortemente as margens brutas por veículo, que caíram para cerca de 10% em 2024, metade do valor registado há quatro anos, quando as margens rondavam os 20%.

Esta erosão dos lucros preocupa analistas que prevêem que a maioria dos pequenos fabricantes de veículos elétricos chineses serão obrigados a sair do mercado ou a ser adquiridos por grupos maiores. “São quase todos vítimas da guerra de preços. Se não participarem as suas vendas caem”, disse Phate Zhang do CnEVPost.

Nas últimas semanas, as ações da BYD caíram cerca de 17%, refletindo o receio crescente de que os cortes de preço estejam a atrair a atenção regulatória do Governo e a colocar em risco a sustentabilidade do setor. Outros construtores têm registado quedas semelhantes.

Apesar dos riscos, os descontos agressivos têm impulsionado as vendas a curto prazo na China. Em maio, a Leapmotor entregou 45 067 veículos, um crescimento de 148% face a maio de 2024. A Geely Auto cresceu 46%, com 235 208 unidades entregues, enquanto a Xpeng triplicou as suas vendas, impulsionada pelo modelo de maior volume, o Mona M03.

O que diz o Governo chinês?

No dia 1 de junho, o People’s Daily, órgão oficial do Partido Comunista Chinês, criticou a “concorrência desenfreada” no setor, alertando para o facto de que as guerras de preços podem prejudicar a segurança da cadeia de fornecimento.

O Ministério da Indústria e Tecnologia da Informação da China anunciou que irá colaborar com entidades reguladoras para combater práticas desleais e aplicar medidas rigorosas. Numa publicação no WeChat, no dia 31 de maio, o ministério afirmou que “não existem vencedores numa guerra de preços, muito menos um futuro”.

Entre as medidas está a exigência de que as empresas respeitem o princípio da concorrência leal, evitando práticas monopolistas. Além disso, foi reforçado que, para além dos descontos legais, é proibido vender produtos abaixo do custo de produção, prática conhecida como dumping.

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