Marca chinesa escolhe Portugal como uma das portas de entrada na Europa

Portugal está na linha da frente e será um dos três primeiros mercados da chinesa GAC Aion na Europa — os outros dois são a Polónia e Israel. A marca chinesa, braço dedicado aos veículos elétricos do GAC Group, confirmou a estreia europeia no terceiro trimestre de 2025.

A importação nacional da GAC Aion vai estar a cargo do Grupo JAP, com o negócio do retalho assegurado pela Carby, empresa pertencente ao Grupo JAP.

Porquê começar em Portugal?

Foi uma das perguntas que lançámos a Thomas Schemera, diretor global de operações da GAC International, numa mesa redonda realizada no estúdio de design do construtor em Milão (Itália), no âmbito do Milan Design Week (Semana de Design em Milão).

A escolha de Portugal não foi feita ao acaso. Para Schemera, é preferível “começar em pequena escala”, minimizando os riscos associados à introdução de uma nova marca num novo continente.

Talvez seja a voz da experiência deste executivo veterano da indústria a falar. Schemera iniciou a sua carreira na BMW em 1987, passou pela divisão BMW M ao lado da Albert Biermann, que o levou para a Hyundai em 2018, onde ajudou a criar a aclamada divisão Hyundai N.

Com profundo conhecimento dos mercados chinês e europeu, Schemera sabe que estabelecer uma nova marca no «velho continente» é um desafio. Reconhece as dificuldades enfrentadas por outras marcas chinesas em estabelecerem-se e defende uma abordagem feita de passos mais pequenos, mas seguros.

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Os primeiros modelos

Em Milão pudemos ver ao vivo os dois primeiros modelos da GAC Aion que vão chegar a Portugal: Aion V e Aion UT.

O Aion V é um SUV 100% elétrico que tem como potenciais rivais o BYD Atto 3, o Renault Scenic ou o Peugeot e-3008.

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Apresenta um motor dianteiro com 150 kW (204 cv) e uma bateria LFP da CATL com 75,3 kWh de capacidade, garantindo uma autonomia de 521 km no ciclo WLTP.

Já o Aion UT é a grande novidade, embora só deva chegar em 2026. Trata-se de um familiar compacto que mais parece um monovolume, e vai enfrentar concorrentes como o Volkswagen ID.3 ou o MG4.

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A versão exibida em Milão era ainda a vendida na China, pelo que as especificações finais para a Europa — motorização, materiais e acabamentos — estão ainda por confirmar. O modelo exposto equipava um motor dianteiro com 100 kW (136 cv) e uma bateria LFP de 60 kWh, permitindo uma autonomia de 430 km.

Primeiras impressões

Tivemos oportunidade de entrar nos dois modelos e destacamos o generoso espaço interior — tanto para passageiros como para bagagens —, a robustez da montagem e o elevado nível de equipamento disponível.

Mercado

Há uma nova marca chinesa a entrar em Portugal e já tem importador

São cada vez mais as marcas chinesas a chegar a Portugal. Agora há mais um nome para decorar, chama-se Aion e será importada pelo Grupo JAP.

Guilherme Costa

Os materiais são, no geral, agradáveis ao toque e à vista, ainda que, no Aion UT, os materiais na segunda fila não acompanhassem o nível dos da frente, algo que é, talvez, compreensível para um modelo de entrada na gama.

Quanto a preços, ainda não há informações definitivas. No caso do Aion UT, a expectativa é que se posicione abaixo do Volkswagen ID.3, cujo preço em Portugal começa praticamente nos 39 mil euros.

Fernando Gomes

Entrou no universo dos automóveis através do design, hoje expressa a sua paixão pelo automóvel na escrita.