Mercado europeu a cair mas vendas de elétricos e híbridos disparam

As vendas de veículos eletrificados na Europa — elétricos, híbridos plug-in e híbridos — dispararam no primeiro semestre de 2025, superando por larga margem o desempenho do mercado automóvel à geral (-0,9% em relação a 2024).

Os dados da ACEA (Associação Europeia de Fabricantes de Automóveis) confirmam-no: os híbridos plug-in foram os que mais cresceram no mês de junho, com um aumento de 37,7% face ao mesmo mês de 2024. Os elétricos também registaram uma subida de vendas significativa de 14,5%, enquanto os restantes híbridos (full hybrid e mild hybrid) subiram 5,3%.

Mas a ordem é invertida quando olhamos para os valores absolutos. Em junho venderam-se 417 431 híbridos, 239 073 elétricos e 118 547 híbridos plug-in.

Estes números tornam-se ainda mais relevantes quando comparados com a evolução do mercado automóvel europeu no seu todo, que no último mês decresceu 5,1% para 1 243 732 unidades. No acumulado do ano, a queda foi mais ligeira, apenas 0,9% para um total de 6 815 320 unidades.

Elétricos sobem mais no acumulado

Se em junho foram os híbridos plug-in a brilhar, quando fazemos as contas ao semestre, são os elétricos que mais cresceram em vendas em termos relativos, com um aumento de 24,9% face ao mesmo período de 2024, totalizando 1 190 346 unidades.

Ainda assim, continuam atrás dos híbridos convencionais (inclui os mild hybrid) em volume: com 2 384 298 unidades vendidas no semestre, os híbridos registaram um crescimento de 16% e mantêm-se como o tipo de motorização mais vendida no mercado europeu.

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Já os híbridos plug-in, apesar de terem crescido 21,2% entre janeiro e junho, mais que os restantes híbridos, continuam a ter o menor volume absoluto: 591 572 unidades.

Face a este contexto, as motorizações eletrificadas representaram, no primeiro semestre, cerca de 61,2% do total das vendas do mercado europeu.

E as metas de emissões?

O aumento das vendas dos elétricos e híbridos plug-in são boas notícias para os construtores, que estão dependentes destas para atingirem as metas de emissões de CO₂ (93,7 g/km) impostas pela União Europeia (UE). Mas mantém-se um problema: as vendas não estão a aumentar o suficiente.

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A UE até alterou a forma como as emissões são calculadas — passa a ser a média de 2025, 2026 e 2027 —, mas a quota de mercado dos elétricos continua a estar longe do desejado. No primeiro semestre fixou-se nos 15,6%, uma melhoria face aos 12,5% no final de 2024, mas longe dos necessários 20-22% estimados para ir ao encontro das metas estabelecidas.

Mesmo quando incluímos nas contas os países europeus que estão fora da UE (Reino Unido, Noruega, etc.), apesar de a quota dos elétricos subir para 17,5%, ainda assim não é suficiente.

Quanto aos híbridos e híbridos plug-in, alcançaram uma quota de mercado de 35% e 8,7%, respetivamente. Ambas são superiores ao mesmo período o ano passado: 29,2% para os híbridos e 6,9%.

Gasolina e Diesel continuam a perder terreno

As motorizações exclusivamente a combustão continuam a perder quota de mercado, tanto por quebra de procura como pela redução da oferta. No primeiro semestre, o Diesel foi a motorização que mais recuou: menos 27,5%, para 561 500 unidades. A gasolina seguiu a mesma tendência, com uma queda de 21,7%, para 1 902 166 unidades.

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Mariana Teles

O universo das «quatro rodas» entrou na sua vida por intermédio da Razão Automóvel. É a sua primeira volta no mundo do jornalismo e promete não parar.

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