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Trump dá passo atrás nas tarifas? Saiba o que mudou

A administração Trump anunciou um sistema de reembolsos parciais para compensar as tarifas de importação nos EUA, válidos durante dois anos.

Depois de muita pressão por parte da indústria automóvel, a administração de Donald Trump cedeu nas tarifas de importação adicionais, mas à sua maneira.

Em vez de reduzir (ou anular) as tarifas de importação nos EUA, o presidente optou por um sistema de reembolsos parciais, que visa aliviar os custos adicionais impostos às marcas… mas só para quem produzir localmente.

A Ford Maverick, a pick-up mais pequena da Ford, é produzida no México. Poderá ser beneficiada pelas novas medidas de Donald Trump.

Ao invés de anular ou reduzir o valor imposto, o presidente dos EUA optou por um sistema de reembolsos, com base na quantidade de componentes e de automóveis fabricados no país. O objetivo é compensar parcialmente os custos associados às tarifas de importação durante os próximos dois anos.

Como funciona este novo sistema?

De acordo com uma das ordens executivas assinadas por Trump, os fabricantes poderão pedir um reembolso parcial sobre os componentes importados que representem até 15% do valor total de um veículo no primeiro ano da medida. No segundo ano, essa percentagem baixa para 10%.

Adicionalmente, será possível pedir uma compensação equivalente a 3,75% do preço de venda recomendado de todos os veículos produzidos nos EUA entre 3 de abril de 2025 e 30 de abril de 2026. No segundo ano, esse valor desce para 2,5%.

O objetivo é claro: favorecer a produção local. As novas regras preveem a isenção total de tarifas para veículos com, pelo menos, 85% de componentes fabricados nos EUA, no Canadá ou no México, desde que cumpram os critérios do acordo comercial entre os três países. No segundo ano, esse limiar sobe para 90%.

“Eles compram componentes de todo o mundo. Eu não quero isso. Quero que fabriquem aqui. Damos-lhes um pouco de tempo antes de os matarmos, se não começarem a fabricar os seus componentes aqui.”

Donald Trump, Presidente dos EUA

Para que este sistema funcione, o Governo comprometeu-se a criar, no prazo de 30 dias, um mecanismo que oriente os construtores sobre como pedir os reembolsos. Entre os dados exigidos estarão previsões de produção e localização das fábricas.

Outra medida relevante diz respeito à sobreposição de tarifas sobre o mesmo produto. Se um carro ou componente já estiver sujeito a uma tarifa por conter aço ou alumínio (taxados a 25%), não será aplicada uma nova taxa por ser um automóvel ou peça importada. O objetivo é evitar custos duplicados com as várias tarifas impostas pela administração Trump.

Mais perguntas que respostas

Apesar de suavizar o impacto, este novo plano está longe de agradar a todos. As ordens executivas, divulgadas a 29 de abril, levantam várias dúvidas: como serão aplicadas as compensações, quais os critérios exatos de elegibilidade ou como é que estas mudanças vão impactar a cadeia de fornecimento a longo prazo.

“Estas alterações não são um motivo de celebração”, avançou um executivo de um fornecedor importante à Automotive News Europe. Já a Ford, citada pela BBC, mostrou-se «aliviada» com estas mudanças, que, segundo a mesma “vão ajudar a mitigar o impacto das tarifas”.

Nos resultados financeiros de primeiro trimestre que vão sendo conhecidos, já são vários os construtores automóveis a rever em baixa as suas previsões para este ano, ou até a não deixar qualquer estimativa prevista, tais como a Mercedes-Benz, a General Motors e a Volvo.

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