Notícias Vendem 800 mil carros por ano e escolheram Coimbra para reunir

Mercado

Vendem 800 mil carros por ano e escolheram Coimbra para reunir

Da regulamentação às grandes ameaças. Coimbra foi a cidade escolhida para o Encontro Nacional do Comércio de Automóveis Usados da ANECRA.

Conferência Encontro carros usados
© Razão Automóvel

A cidade de Coimbra foi o ponto de encontro de quem faz mexer o mercado automóvel português — e não, não estamos a falar de carros novos. Com mais de 800 mil unidades transacionadas por ano, o mercado de usados representa quatro vezes o volume de mercado de automóveis novos. Como veremos adiante, é a espinha dorsal do comércio automóvel — sobretudo para os particulares.

É devido a esta importância que a ANECRA (Associação Nacional das Empresas do Comércio e da Reparação Automóvel) voltou a reunir bancos, financeiras, grandes grupos e operadores independentes no Encontro Nacional do Comércio de Automóveis Usados.

O objetivo? Discutir o futuro do setor. Entre painéis, palestras e conversas de corredor, ficou claro que o setor está mais maduro do que nunca, mais regulamentado, mais digital… mas também com desafios cada vez mais complexos.

Os milhões dos usados e o branqueamento de capitais

O crescimento do mercado de usados não veio sozinho: trouxe também mais regras, escrutínio, obrigações legais e novos desafios para quem opera neste setor. O primeiro painel do dia focou-se exatamente nisso: como a regulamentação está a transformar o negócio.

Sob o tema “Os Desafios de um Setor mais Regulamentado e mais Regulado”, discutiram-se questões como o combate ao branqueamento de capitais, as obrigações legais dos operadores e a crescente pressão regulatória sobre os comerciantes de usados.

© Ryan Searle O setor automóvel em Portugal, no seu conjunto, representa um volume de negócios de 23,7 mil milhões de euros, englobando 29 mil empresas e mais de 124 mil postos de trabalho diretos.

João Rodrigues Brito, da Morais Leitão, sublinhou a importância da formação e de procedimentos internos sólidos, lembrando que este setor pode ser utilizado como canal para fluxos financeiros ilícitos.

A ASAE, por sua vez, apelou à criação de relações de confiança com os clientes, enquanto a ANECRA voltou a defender o combate à concorrência desleal, que continua a afetar operadores formais.

Garantias, paradoxos da lei e carros importados

Num setor em transformação, onde os riscos são cada vez mais difíceis de antecipar, nem sempre as regras acompanham o ritmo do mercado. Se há setor em que a hiper-regulamentação pode tornar-se contraproducente, é neste.

José de Athayde Tavares apontou precisamente para essa tensão entre a ausência de um enquadramento legal adequado e o excesso de regras em áreas mal definidas. A nova Lei das Garantias é, segundo a ANECRA, o exemplo mais evidente dessa tensão. Continuamente apontada como um entrave ao negócio, é um dos temas centrais nas conversas com os sucessivos governos.

Quanto às viaturas importadas, o estigma começa a desvanecer-se, mas ainda é visível. Segundo um inquérito da ANECRA, apenas 40% dos operadores trabalha com viaturas importadas. A associação recomenda transparência e acompanhamento pós-venda como forma de reforçar a confiança dos consumidores.

Isto é a «ponta do icebergue» daqui que foi discutido no evento. O financiamento automóvel, a procura por elétricos e a falta de mão de obra foram também outros dos temas abordados, que pode ler no próximo artigo:

Sabe esta resposta?
Em que ano é que o Citroën AX foi eleito Carro do Ano em Portugal?
Oops, não acertou!

Pode encontrar a resposta aqui:

Citroën AX. Vencedor do Carro do Ano 1988 em Portugal
Parabéns, acertou!
Vai para a próxima pergunta

ou lê o artigo sobre este tema:

Citroën AX. Vencedor do Carro do Ano 1988 em Portugal