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Mercado de usados está a mudar. Os desafios e oportunidades do setor

O mercado de usados está a mudar e depressa: financiamento, elétricos e falta de mão de obra são alguns dos desafios e oportunidades do setor.

© Ryan Searle

O Hotel Vila Galé, em Coimbra, foi o palco do Encontro Nacional do Comércio de Automóveis Usados, promovido pela ANECRA (Associação Nacional das Empresas do Comércio e da Reparação Automóvel). Aqui, especialistas, operadores e representantes de instituições financeiras reuniram-se para debater os principais desafios e oportunidades do setor.

No segundo painel da jornada, sob o tema “O Financiamento Automóvel”, discutiu-se uma das áreas mais sensíveis do negócio de usados: o financiamento automóvel e o impacto das taxas de juro num setor cada vez mais sensível à instabilidade.

Encontro Nacional do Comércio de Automóveis Usados da ANECRA
© ANECRA Diogo Lopes, chefe de vendas dos automóveis novos e usados no Cetelem BNP Paribas, e Licínio Santos, diretor executivo do Montepio Crédito, alinharam no mesmo tom: há sinais positivos no financiamento, com crescimentos de 10% nas viaturas novas e 8% nas usadas.

Do lado do Credibom — líder nacional no financiamento de automóveis usados —, Henrique Henriques mostrou-se otimista com a atual estabilização das taxas, o que está a reanimar a procura.

Paulo Jorge Figueiredo, diretor comercial da Cofidis Portugal, avança que a imprevisibilidade das taxas é hoje o fator mais crítico. João Mendes, managing director do Santander Consumer Finance, reforçou essa ideia, sublinhando a importância da “confiança como antídoto contra a incerteza”.

O papel das plataformas digitais e dos marketplaces também foi discutido neste Encontro. Um setor onde nos últimos anos tem havido importantes investimentos por parte das instituições de crédito: o Credibom com o Piscapisca.pt e o Santander Consumer com o Carmine.pt. Estratégias à parte, concordou-se no essencial: a inovação é inevitável, mas não deve fazer esquecer o valor das relações humanas e confiança no interlocutor.

Os carros que animam o mercado

No último painel do dia, apelidado “Os Desafios Imediatos do Comércio de Automóveis Usados”, Pedro Bastos, diretor executivo da Car Consulting, sublinhou ainda solidez do mercado de luxo, enquanto Gentil Pereira, diretor geral da Carplus, destacou a subida da procura por elétricos — embora ainda com uma abordagem cautelosa ao stock.

Tânia Azenha, diretora financeira da Hemoauto, foi clara: o risco de desvalorização dos elétricos usados é real e o setor tem de se preparar para isso. A Ayvens, maior operador de remarketing em Portugal, confirmou: as frotas estão a gerar cada vez mais viaturas eletrificadas e nem todos os operadores estão dispostos a absorvê-las.

Um dos temas mais quentes deste painel foi, eventualmente, a nova política de preços do Standvirtual.

Nuno Castel-Branco, diretor-executivo da plataforma líder em Portugal, reconheceu que a mudança, fruto de um alinhamento internacional da plataforma, gerou instabilidade no mercado. Mas garantiu que o processo de auscultação com a ANECRA permitiu corrigir parcialmente os desajustes e ir ao encontro das especificidades do mercado português.

Falta de mão de obra

Para além das questões económicas e tecnológicas, o setor do mercado de usados enfrenta ainda outro problema proeminente: a falta de mão de obra. A escassez de pessoal qualificado foi apontada por 48% dos inquiridos como o principal constrangimento ao crescimento.

Como resposta, 27% das empresas estão a abrir oficinas próprias e 17% apostam em serviços como lavagens e recondicionamento para diversificar receitas e aumentar a rentabilidade.

Ainda assim, o otimismo é palpável: quase metade dos operadores acredita que 2025 será um ano melhor que 2024, com mais stock, mais dinamismo e uma base mais sólida para crescer.

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