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Insólito

Este Toyota RAV4 está impecável mas mesmo assim vai para abate

Este Toyota RAV4 está completamente funcional, mas vai ser desmantelado. Esteve submerso nas cheias espanholas, mas sobreviveu.

Toyota RAV4 na sucata
© Razão Automóvel

As cheias na região espanhola de Valência deixaram um rasto de destruição. Casas arrasadas, ruas transformadas em rios, garagens submersas e milhares de automóveis convertidos em sucata num ápice.

Um desses automóveis foi o Toyota RAV4 de 2021 que podem ver no vídeo que pode encontrar neste texto. Este SUV japonês esteve debaixo de água, literalmente. Mas, contra todas as expectativas — e contra aquilo que tantas vezes ouvimos sobre carros modernos — continua a funcionar.

É fácil encontrar nas redes sociais exemplos de clássicos que voltam à vida depois de estarem mergulhados em água — nós também já partilhámos um desses momentos. Os carros antigos são mais simples, robustos e não têm uma eletrónica tão sensível. Mas ver isso acontecer num carro moderno, carregado de sensores, cablagens, centralinas e conectores, é — no mínimo — surpreendente.

Veja o vídeo:

No vídeo que partilhamos acima, é possível ver o Toyota RAV4 a funcionar perfeitamente após o resgate. Apesar de ter estado submerso, todos os seus sistemas eléctricos permanecem operacionais. Janelas, faróis, ecrãs, comandos, ignição. Tudo a funcionar como se nada tivesse acontecido. Mas há uma explicação para isso.

Segundo os responsáveis por este centro de abate e recuperação de peças usadas, sediado em Granada, tudo se deve à qualidade da montagem do Toyota RAV4. Mais concretamente, ao rigor no isolamento dos sistemas elétricos.

Neste RAV4, a estanqueidade dos conectores impediu a entrada de humidade, evitando curtos-circuitos e a degradação dos componentes. Ou seja, mesmo submerso, o sistema resistiu. Mas porque é que a Toyota se dá a este trabalho? Sobretudo num detalhe que, à partida, nenhum cliente vê.

Europa pouco importa

O RAV4 é um modelo global. É vendido em todos os continentes, incluindo em mercados onde as condições de utilização são particularmente exigentes. Estradas más, clima extremo, manutenção escassa. Para garantir que o carro funciona onde quer que esteja, é preciso ser desenvolvido e fabricado com esse cenário em mente.

Por isso, mesmo que na Europa seja raro um carro encontrar-se submerso durante horas, a marca aplica os mesmos padrões de construção. Resultado? Um Toyota RAV4 que, mesmo depois de um cenário catastrófico, continua a funcionar. Ironicamente vai ser destruído…

Destruído porquê?

Porque esteve submerso. E uma vez classificado como “danificado por água” passa a salvado e a legislação impede que regresse à estrada — mesmo que esteja 100% funcional.

É esta a realidade de muitos automóveis modernos após eventos climáticos extremos. Mesmo quando resistem melhor do que seria expectável, acabam condenados. Este RAV4 é apenas mais um caso.

Serve de exemplo. Não apenas para falarmos da destruição causada pelas cheias, mas também para percebermos o que distingue a boa da má engenharia — mesmo quando está escondida debaixo de um painel ou num conector de que nunca ouvimos falar.