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Volkswagen encerra fábrica chinesa e reforça nova estratégia

A Volkswagen quer voltar a liderar o mercado chinês. Um processo de transformação que vai deixar algumas fábricas para trás.

A Volkswagen China vai encerrar definitivamente a fábrica de Nanjing, uma das unidades mais antigas (17 anos) da joint venture com a SAIC — um dos maiores construtores de automóveis na China, que detém, entre outras marcas, a MG.

A produção da fábrica, com capacidade de produzir 360 mil automóveis por ano, já foi interrompida e, segundo avança o diário alemão Handelsblatt, o encerramento será feito de forma gradual durante o segundo semestre deste ano.

Além do Volkswagen Passat, também eram produzidos vários modelos da Skoda na fábrica de Nanjing.

O motivo explica-se numa frase: a fábrica de Nanjing estava focada na produção de automóveis com motor de combustão e a procura tem vindo a diminuir de força expressiva.

O domínio dos 100% elétricos no Top 20 de carros mais vendidos na China no primeiro semestre de 2025, confirma a tendência de diminuição das vendas dos carros a gasolina:

O porta-voz da marca alemã confirmou que “a fábrica SVW de Nanjing terminou a produção” e acrescentou que “muitos dos locais da SAIC Volkswagen estão atualmente a ser convertidos, ou já foram convertidos, para produção de veículos elétricos”.

Os modelos da Volkswagen que ainda estavam a ser montados em Nanjing, serão transferidos para uma outra fábrica, também localizada na província de Jiangsu, no leste da China. O Grupo Volkswagen tem 39 fábricas na China, que empregam mais de 90 mil pessoas.

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Com fábricas a serem reconvertidas, equipas locais reforçadas e o centro de inovação em Hefei a assumir um novo papel estratégico, o encerramento da unidade de Nanjing pode ser encarado como o fim de um capítulo e, ao mesmo tempo, o início de uma nova abordagem do «gigante alemão» neste mercado.

Hefei será o nosso novo centro de gravidade na China. É daqui que vamos desenvolver os modelos certos, ao ritmo certo, com os parceiros certos.”

Ralf Brandstätter, CEO Volkwagen China

Nova estratégia em marcha

A decisão, antecipada pela Reuters em setembro do ano passado, coincide com uma fase particularmente delicada para a Volkswagen na China, onde a sua quota de mercado tem vindo a encolher.

Volkswagen ID Aura - Xangai 2025
© Volkswagen O Volkswagen ID.Aura é apenas um dos modelos da nova estratégia “da China, para a China”.

O grupo alemão — que liderou as vendas na China de 1993 até 2023 — tem vindo a perder terreno para rivais chineses como a BYD, a Geely ou a Xiaomi, mais ágeis na resposta à eletrificação e às preferências do consumidor chinês.

Mas este encerramento não é um ponto final. Faz parte de uma reestruturação mais profunda da estratégia do Grupo Volkswagen no país asiático. Este ano entrou em marcha uma ofensiva de produto sem precedentes na história da Volkswagen na China, com 30 novos modelos previstos até 2030 — metade dos quais será já lançada nos próximos dois anos. Todos os detalhes nesta notícia:

A marca alemã também está a apostar numa nova geração de modelos elétricos desenvolvidos especificamente “na China, para a China”, com destaque para a plataforma CEA (China Electrical Architecture), através da parceria com a XPeng, que irá acelerar os lançamento de novos modelos.