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Clientes preferem automóveis sem botões? Mazda diz que sim

A Mazda eliminou do novo CX-5 a maioria dos botões ou comandos físicos e justifica a sua decisão com um argumento que pode surpreender.

Mazda CX-5 interior
© Mazda

A Mazda não costuma ir atrás de «modas», mas com a revelação da terceira geração do CX-5, parece ter cedido a uma: reduziu substancialmente o número de botões ou comandos físicos.

Foram eliminados os comandos físicos dedicados à climatização, assim como desapareceu o comando rotativo que controlava o sistema de infoentretenimento. Os botões que restam concentram-se no volante que, segundo a marca, foram redesenhados para garantir maior facilidade de uso.

É uma decisão inesperada, até pelas críticas generalizadas aos sistemas baseados em ecrãs táteis. E são várias as marcas que, a pedido dos seus clientes, decidiram dar um passo atrás e reintroduzir botões para as funcionalidades mais frequentes, como a climatização ou o volume do som.

Mazda CX-5 interior
© Mazda Desapareceram os botões, mas o ecrã tátil cresceu de forma significativa: tem 12,9″ de série, mas chega às 15,6″ nas versões mais equipadas

Por isso mesmo a Motor1 questionou a Mazda sobre esta decisão e a resposta pode surpreender: a decisão tomada foi, precisamente, com base no “feedback dos clientes”. E vai mais longe, afirmando que “o novo CX-5 substitui o comando rotativo por um ecrã tátil central, que é a solução mais adequada para minimizar o tempo em que as mãos estão fora do volante“.

Recorde que os modelos mais recentes da Mazda nem sequer permitem a interação tátil no ecrã durante a condução, precisamente para evitar que o condutor desvie o olhar da estrada por um tempo excessivo. Para interagir com o ecrã tátil em andamento, tem de recorrer ao comando rotativo.

“Nós desenvolvemos uma nova interface homem-máquina (HMI) que dá prioridade à facilidade de utilização, mantendo a filosofia de condução segura da Mazda.”

Mazda

Apesar do foco no ecrã tátil, a Mazda lembra que, em alternativa, o novo CX-5 também tem tecnologia de reconhecimento de voz, que permite controlar várias funções como o ar condicionado, o sistema de som ou o de navegação.

O CX-5 não é o primeiro modelo da Mazda a eliminar a maioria dos comandos físicos. O recém lançado Mazda 6e também segue o mesmo princípio, ainda que possa estar relacionado com o facto de se basear num modelo chinês, o Changan Deepal SL03.

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A redução de comandos físicos não é uma discussão nova. A Volkswagen, por exemplo, recebeu muitas críticas pela redução excessiva de botões na geração atual do Golf e na família ID, trocando-os por um ecrã tátil e superfícies de controlo hápticas. A marca voltou a reintroduzir botões físicos no volante e os comandos para a climatização vão regressar em futuros modelos.

A tendência de eliminar botões físicos até poderá estar perto do fim, não só devido ao feedback negativo dos clientes e dos media, mas também graças ao Euro NCAP. Perceba o que está em causa:

A partir do próximo ano (2026), este organismo independente vai passar a avaliar o controlo de funções consideradas essenciais, que requerem comandos físicos (botões, hastes, etc.). E o peso desta avaliação será grande o suficiente para impedir um modelo de alcançar as desejadas cinco estrelas, caso tenha má nota nesta área.

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