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Indústria automóvel europeia está a encolher por três motivos

Existem vários fatores que estão afastar a UE do centro da indústria automóvel a nível global e agora é já a China que está na liderança.

A indústria automóvel europeia está a encolher. Em apenas dois anos, a União Europeia (UE) passou de líder mundial no investimento direto estrangeiro (IDE) para uma posição secundária.

Perante este cenário, a CLEPA (Associação Europeia de Fornecedores da Indústria Automóvel) identificou três grandes fragilidades que estão a comprometer a posição da Europa no panorama global da indústria automóvel.

Audi Q6 e-tron
© Razão Automóvel A venda de automóveis elétricos tem estado a subir na Europa, mas isso não tem sido suficiente para colmatar as dificuldades.

Preços elevados da energia

Embora o preço da energia tenha descido em 2022, os custos energéticos continuam significativamente mais elevados do que os registados em mercados concorrentes. A eletricidade industrial custa, em média, o dobro do valor praticado nos EUA e cerca de 90% mais do que na China.

“A Europa não pode liderar a corrida para a mobilidade do futuro com obstáculos significativos à sua competitividade, como preços de energia substancialmente mais elevados em comparação com outras regiões. Restabelecer as condições certas deve ser uma prioridade urgente.”

Archibald Poty, gerente de Assuntos de Mercado da CLEPA

O gás natural, crucial para a produção automóvel, apresenta um fosso ainda maior. Esta desvantagem, segundo a CLEPA, está a penalizar gravemente a indústria automóvel e coloca em risco a viabilidade desta na Europa.

Regulação rígida e pouco flexível

A abordagem regulatória da União Europeia tem sido apontada como excessivamente restritiva, nomeadamente ao limitar a adoção de tecnologias como os híbridos plug-in. Enquanto países como a China promovem uma estratégia diversificada, incluindo veículos 100% elétricos e híbridos plug-in, a Europa tem apostado quase exclusivamente nos elétricos.

Esta opção, segundo a associação, reduz a margem de escolha para os consumidores e atrasa a transição energética da indústria. A revisão das normas de emissões de CO₂ é vista como uma oportunidade crítica para adotar uma abordagem tecnologicamente neutra e mais realista.

Para contexto, este ano entraram em vigor novas metas de emissões — 93,6 g/km —, que ameaçavam a indústria com coimas de até 15 mil milhões de euros. Posto isto, a UE estabeleceu uma nova regra: apenas será considerada a média acumulada de três anos (2025-2027). Recorde-se que o objetivo final da UE é ser neutra em emissões em 2035.

Queda no investimento

O desinteresse dos investidores reflete-se na quebra drástica dos fluxos de investimento estrangeiro direto (IDE) europeus: a quota da UE caiu de 34% em 2022 para apenas 10% em 2025.

A atratividade da Europa como destino de investimento está em declínio, o que afeta diretamente a sua capacidade de inovação e competitividade.

“Para atrair mais investimento e proporcionar estabilidade, as políticas da UE devem definir critérios de sustentabilidade claros e tecnologicamente neutros, que incentivem tanto os investidores estrangeiros como os nacionais e reforcem as cadeias de abastecimento europeias”, pode ler-se no relatório.

Um dos países que se está a «aproveitar» deste enfraquecimento é a China que, atualmente, é o maior investidor mundial na indústria automóvel — uma posição que antes pertencia à UE. Entre 2022 e 2025 a sua quota no investimento direto estrangeiro global quase triplicou, passando de 16% para 49%.

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