Notícias ARAN: “Será muito difícil chegar às metas de emissões se continuarmos a hesitar”

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ARAN: “Será muito difícil chegar às metas de emissões se continuarmos a hesitar”

Rodrigo Ferreira da Silva, presidente da ARAN, evidencia os problemas e propõe soluções para Portugal conseguir cumprir as metas da UE para 2035.

© Volkswagen

A União Europeia (UE) estabeleceu uma meta ambiciosa para o setor automóvel: a partir de 1 de janeiro de 2035, todos os automóveis novos comercializados nos países-membros deverão ter zero emissões de CO2 (dióxido de carbono). Estará Portugal (e a Europa) à altura do desafio?

Para Rodrigo Ferreira da Silva, presidente da Associação Nacional do Ramo Automóvel (ARAN), a resposta não é simples. Em entrevista ao ECO, alertou que “será muito difícil chegar às metas se continuarmos a hesitar no caminho que temos de tomar”.

Segundo o responsável, é essencial haver “um caminho claro do que se pretende e das metas que são para atingir”, recordando que os fabricantes europeus têm investido milhares de milhões de euros no desenvolvimento de veículos elétricos.

Tan Kian Khoon

Obstáculos ao parque automóvel português

O executivo aponta vários desafios que “não ajudam o parque automóvel português a ficar mais verde”, sendo um dos mais importantes o volume de importação de veículos usados, muitos deles com uma idade elevada.

No ano passado, Portugal importou cerca de 106 mil veículos, com uma idade média de oito anos. Destes, 44% eram Diesel e 27% tinham mais de 10 anos (fonte: ACAP).

Para Ferreira da Silva, esta tendência contribui para o envelhecimento do parque automóvel, cuja idade média já ultrapassa os 14 anos (14,1), com 1,6 milhões de veículos com mais de 20 anos ainda em circulação.

Reduzir ISV e incentivos ao abate

Entre as soluções apontadas para acelerar a renovação do parque nacional, Ferreira da Silva destaca a redução do Imposto Sobre Veículos (ISV), atualmente “muito alto” em Portugal. O presidente da ARAN propõe o cálculo do ISV com base no valor do veículo, de forma progressiva: quanto mais caro, maior é o imposto.

Hélder Barata Pedro, secretário-geral da ACAP, já tinha referido a problemática do ISV no Auto Talks, um formato editorial da Razão Automóvel estreado no ECAR Show. Saiba o que está em causa no vídeo abaixo:

Ferreira da Silva defende igualmente que os incentivos ao abate de veículos antigos devem ser alargados, abrangendo particulares, empresas e veículos seminovos até três anos. “É melhor tirar um carro de 14 anos e trocá-lo por um de três do que a pessoa continuar com o de 14 anos”, explica, lembrando que esta é uma forma direta de reduzir as emissões de CO₂.

Um equilíbrio europeu necessário

O presidente da ARAN alerta ainda para a necessidade de equilibrar as políticas de transição europeias. Países com forte indústria automóvel, como Portugal, Espanha ou Hungria, enfrentam desafios diferentes de países sem fábricas, como a Dinamarca. “Não queremos que o projeto europeu seja este de alguns ficarem para trás e outros avançarem”, afirma.

Para Rodrigo Ferreira da Silva, o futuro do setor em Portugal passa por decisões claras, políticas fiscais ajustadas, permitindo que o país consiga cumprir as metas de zero emissões em 2035.

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