Notícias AMG admite que motor de quatro cilindros foi um erro e tem solução

Indústria

AMG admite que motor de quatro cilindros foi um erro e tem solução

Os Mercedes-AMG C 63 e GLC 63 equipados com o sistema híbrido que inclui o motor de quatro cilindros não conseguiram convencer o mercado e estão de saída.

Mercedes-AMG C 63 S E-Performance detalhe traseira
© Mercedes-AMG

Apesar de os atuais Mercedes-AMG C 63 e GLC 63 serem os mais potentes de sempre (680 cv), a combinação do motor de quatro cilindros em linha (M 139L) com um motor elétrico no eixo traseiro falhou em conquistar o mercado. Afinal, parece que os clientes ainda queriam o V8 da geração anterior.

A marca de Affalterbach teve de se render às evidências, como um responsável da empresa admitiu à Autocar no âmbito da apresentação do Mercedes-AMG Concept GT XX: “Tecnicamente o quatro cilindros é um dos grupos motrizes mais avançados colocados num carro de produção. A performance é de topo. Mas apesar disto, falhou em cativar os nossos clientes tradicionais. Reconhecemos isso”.

Os clientes tradicionais que a AMG refere criticaram a falta de caráter da cadeia cinemática híbrida, assim como o peso excessivo do veículo — o C 63 pesa 2165 kg. Agora há boas notícias para esses entusiastas: o quatro cilindros vai embora. Mas não será para já.

Mercedes-AMG M 139
© Mercedes-AMG Mercedes-AMG M 139, o quatro cilindros que tem estado no centro da discórdia.

O mesmo responsável não revelou quando é que isso vai acontecer, mas tudo indica que deverá coincidir com a entrada da norma anti-poluição Euro 7, a 29 de novembro de 2026. Segundo ele, o custo para adaptar o M 139 às exigências da nova norma é simplesmente demasiado elevado.

Isto afeta não só os C 63 e GLC 63, como também os GT 43 e SL 43 e, claro, os modelos 45 das gamas mais baixas da marca alemã, como o Classe A e o CLA.

Futuro com mais cilindros

Não sabemos se a AMG voltará a ter motores de quatro cilindros, mas para os próximos anos a estratégia assentará em dois pilares: elétricos e motores de combustão eletrificados… com mais cilindros.

No caso dos elétricos, o Concept GT XX antecipa o que esperar dos futuros elétricos de alta performance da marca: motores de fluxo axial — mais compactos e leves, mas mais potentes —, e potências de carregamento muito elevadas (850 kW).

Já nos motores a combustão, Markus Schäfer, o diretor-técnico da Mercedes-Benz, confirmou a continuidade dos blocos de seis cilindros em linha e V8, “todos eletrificados, com sistemas mild-hybrid (48 V) ou híbridos (plug-in)”.

A maior novidade parece estar reservada para o V8. A AMG está a desenvolver uma nova geração, com cambota plana (à la Ferrari) e já preparada para cumprir a norma Euro 7.

Descubra o seu próximo automóvel:

Qual o futuro do C 63?

Apesar de todas as novidades, o futuro do C 63 permanece incerto. O fim do motor de quatro cilindros não é garantia automática de haver um sucessor V8 ou seis cilindros para o modelo.

Correm rumores que tanto o C 63 como o C 43 — atualmente com quatro cilindros — poderão ser substituídos por um novo C 53, equipado com o seis cilindros em linha (M 256M) que já encontramos em modelos como o E 53.

Mas há um detalhe técnico a ter em conta: quando o atual Classe C (W 206) foi revelado ao mundo em 2021, a Mercedes deixou claro que no compartimento do motor só «encaixam» quatro cilindros. O seis cilindros em linha é demasiado comprido.

Paradoxalmente, poderá ser mais fácil encaixar o V8, por ser mais curto que o seis cilindros — quem sabe se o V8 não regressa?