Ford dá passo atrás e promete lançar mais carros para a Europa

A Ford acaba de revelar que pretende lançar mais ligeiros de passageiros no mercado europeu, sendo uma inversão da estratégia seguida nos últimos anos.

A notícia, avançada pelo Automotive News Europe, diz que a revelação foi feita por Christoph Herr, responsável da Ford para os mercados de língua alemã, numa videoconferência com os seus concessionários.

Esta decisão surge depois de a marca norte-americana ter focado grande parte da sua operação europeia no setor dos veículos comerciais ligeiros, onde tem conseguido maior rentabilidade. Em contraponto, a oferta de ligeiros de passageiros tem diminuído.

Nos últimos anos a Ford retirou do mercado alguns dos seus modelos mais populares, como o Fiesta. Também acabou com o Mondeo, o Galaxy e o S-Max. O Focus, um dos modelos mais emblemáticos da marca, tem o seu fim anunciado para o outono.

Entre os ligeiros de passageiros, sobraram os SUV, como o Ford Puma. Este é agora o modelo de passageiros mais vendido da marca na Europa, com 64 212 unidades (Fonte: Dataforce) vendidas entre janeiro e maio deste ano. Seguem-se o Kuga (outro SUV), com 44 573 unidades, e o Focus, com 32 499 unidades, que está de saída.

Por outro lado, os novos modelos 100% elétricos da Ford, como o Explorer e o Capri — ambos SUV —, estão a registar vendas muito tímidas. Até maio, o Explorer acumulava 15 764 unidades vendidas, enquanto o Capri somava apenas 5068.

Concessionários aplaudem decisão da Ford

Depois de questionada sobre o tema, a marca norte-americana recusou-se a prestar quaisquer comentários sobre os novos planos. Mas esta notícia está a ser muito bem recebida pelos concessionários da oval azul.

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A prioridade é lucros sobre a emoção, levando a Ford a sacrificar modelos emblemáticos como o Fiesta e agora o Focus.

André Mendes

Para muitos, esta decisão é mesmo vista como um novo sinal de esperança. “Adoramos esta marca, faz parte da Europa e deve continuar a ser”, referiu o responsável por um dos concessionários à alemã Automobilwoche.

Outro responsável de concessionário foi ainda mais direto: “É um enorme alívio. Precisamos de novos modelos e não apenas elétricos”.

André Mendes

Jornalista automóvel desde o final dos anos 90. Assistiu às grandes transformações do setor e acredita que o melhor ainda está para vir.

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