Clássicos Sabiam que o Renault 12 foi testado pela NASA?

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Sabiam que o Renault 12 foi testado pela NASA?

As razões pelas quais o modesto Renault 12 foi posto à prova pela NASA são ainda hoje atuais e nada têm que ver com a "corrida ao espaço".

Renault 12 eletrico EVA Metro

Fortemente afetados pela crise petrolífera de 1973, os EUA embarcaram no resto da década numa procura incessante por soluções que não só permitissem tornar os carros mais económicos como até abdicar totalmente dos combustíveis fósseis e foi precisamente nesse contexto que o Renault 12 se “cruzou” com a NASA.

Comercializado nos EUA, o modelo gaulês foi um dos escolhidos para integrar o projeto ERDA da NASA, um projeto através do qual a agência responsável por levar o homem à lua uns anos antes procurava descobrir a viabilidade comercial dos modelos elétricos e híbridos.

Para tal, o Renault 12 “norte-americano” (facilmente identificável graças aos faróis duplos e aos para-choques de maiores dimensões) foi transformado num modelo 100% elétrico pela empresa “EVA” (Electric Vehicle Associates).

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Renault 12 eletrico EVA Metro
O espaço na bagageira era totalmente usado para guardar baterias.

Nascida em 1974 no estado norte-americano do Ohio, esta empresa dedicava-se a transformar modelos com motor de combustão em automóveis elétricos, contando para tal com o apoio do Departamento de Energia dos EUA que, tal como vos dissemos queria averiguar se os elétricos tinham “pernas para andar”.

O EVA Metro

Sem ter sido desenvolvido oficialmente pela Renault, o 12 eletrificado mudou de nome, passando a ser conhecido como EVA Metro. Equipado com 19 baterias de chumbo-ácido de 6 volts debaixo do capô e na bagageira, o EVA Metro pesava mais 500 kg que o Renault 12, com a balança a acusar uns então consideráveis 1429 kg.

Para locomover toda esta massa a EVA equipou o 12 (desculpem, o Metro) com um motor elétrico de 13 cv que lhe permitia alcançar uns modestos 90 km/h de velocidade máxima e acelerar até aos 50 km/h em 12 segundos. Já a transmissão estava a cargo de uma caixa de velocidades automática de três relações.

Quanto à autonomia, esta refletia a tecnologia disponível à época. Com uma carga completa (que demorava cerca de seis horas numa tomada de 220V) o EVA Metro era capaz de percorrer entre 65 e 100 km.

Renault 12 eletrico EVA Metro
Debaixo do capô estavam… mais baterias! Em boa hora chegaram as baterias de iões de lítio.

E se achavam que o aluguer das baterias dos elétricos da Renault é “chato”, fiquem a saber que as baterias deste Renault 12 elétrico precisavam da adição regular de água destilada como medida de manutenção.

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Os testes

Outro atestado da evolução extraordinária dos automóveis elétricos nos últimos anos é o registo de fiabilidade do EVA Metro nos testes da NASA (cujos resultados podem consultar aqui).

Posto à prova em 1975 e 1976 (com motores e bateria novos e usados), o EVA Metro começou por impressionar nos testes de autonomia: a uma velocidade constante de 40 km/h percorreu 91 km, quando a velocidade subiu para os 56 km/h a autonomia foi de 57 km e mesmo com o velocímetro fixo nos 85 km/h foi capaz de percorrer 45 km.

Renault 12 eletrico EVA Metro
Alguns dos veículos postos è prova nos testes do projeto ERDA. Ao lado do EVA Metro podemos ver um Renault Le Car eletrificado (a versão norte-americana do Renault 5).

Não se esqueçam que tudo isto foi conseguido antes das baterias de iões de lítio e dos sistemas de travagem regenerativa modernos. Contudo, no campo da fiabilidade as coisas não correram tão bem.

Ao todo, ao longo dos testes foi necessário trocar por quatro vezes o motor do EVA Metro. Ainda assim, foi possível perceber que as arcaicas baterias de chumbo-ácido de 6 volts seriam capazes de aguentar 45 000 quilómetros, uma vez mais um valor considerável se tivermos em conta que estávamos na década de 1970.

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Apesar do balanço positivo dos testes, o EVA Metro nunca chegou a ser produzido em massa. No total só foram produzidas sete unidades (vendidas a particulares, empresas ou doadas a universidades) sendo que só se conhece o paradeiro de duas. Uma está no Canadá e outra nos EUA, tendo sido alvo de um restauro.

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