Até “voa”! Mercedes-AMG GT Black Series é o mais rápido no “Inferno Verde”

Impressionante é o que podemos afirmar do feito do Mercedes-AMG GT Black Series no Nürburgring-Nordschleife. Não é todos os dias que vemos um carro com motor dianteiro “bater” outros com motor central traseiro e traseiro, mais aptos a este tipo de feitos; assim como o recorde foi obtido com temperaturas bastante baixas — 7 ºC de temperatura exterior e 10 ºC de temperatura no asfalto —, com partes da pista não totalmente secas.

Mesmo assim, o GT Black Series conseguiu um tempo oficial de 6min43,616s, menos 1,36s que o anterior detentor do recorde, o Lamborghini Aventador SVJ, ambos obtidos na versão “curta” de 20,6 km do circuito alemão.

Desde 2019, porém, foram introduzidas novas regras para obter tempos oficiais no Nürburgring. A principal é a inclusão dos 232 m da pequena reta na secção T13 do circuito — ou seja, a linha de partida passou a coincidir com a linha de chegada —, pelo que a distância de uma volta subiu para os 20,832 km. Neste caso, o tempo obtido pelo GT Black Series é de 6min48,047s, que servirá de referência para os futuros pretendentes — o Aventador SVJ conseguiu o recorde em 2018, sem nunca ter sido testado ao abrigo das novas regras.

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O setup ideal para o “inferno verde”

Não foi apenas a potência adicional do Mercedes-AMG GT Black Series — o V8 twin turbo tem agora 730 cv — que lhe garantiu o recorde. O desportivo alemão vem, de série, com a possibilidade de ajustar uma série de parâmetros ao nível do chassis e aerodinâmica, além do controlo de tração. Os pneus usados são também os que vêm de série: Michelin Pilot Sport Cup 2 R MO, de composto suave.

Maro Engel, piloto que corre com os Mercedes-AMG GT GT3, foi quem esteve aos comandos do GT Black Series na obtenção deste recorde e este foi o setup ou configuração que ele usou:

• Splitter dianteiro: posição Race;
• Lâminas da asa traseira: posição intermédia;
• Suspensão coilover adaptativa: 5 mm mais baixa à frente e 3 mm atrás para potenciar o efeito venturi do difusor dianteiro;
• Camber ajustado para os seus valores máximos: -3,8º no eixo dianteiro e -3,0º no eixo traseiro;
• Barras estabilizadoras ajustáveis: posição mais firme possível;
• Controlo de tração AMG: das nove posições possíveis, Engel recorreu às 6 e 7, dependendo da secção da pista.

Não será difícil imaginar um ou outro proprietário do GT Black Series que seja mais aventureiro e tentar “atacar o inferno verde” com a mesma configuração do piloto.

Uma máquina impressionante

Não é novidade nenhuma que o Mercedes-AMG GT é uma máquina impressionante, sobretudo nestas versões mais focadas. Já o tínhamos constatado no anterior GT R — um ABUSO de carro —, mas o GT Black Series eleva tudo a um outro patamar. Algo que o Diogo Teixeira pode comprovar em primeira mão quando teve oportunidade de o testar no circuito de Lausitzring, tendo não outro que Bernd Schneider como anfitrião.

Uma experiência incrível, uma máquina fantástica e o vídeo com mais sonoros “beeps” na história dos vídeos da Razão Automóvel. Imperdível:

Fernando Gomes

Entrou no universo dos automóveis através do design, hoje expressa a sua paixão pelo automóvel na escrita.

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