Notícias Carlos Sousa. “Estava no sofá quando o telefone tocou…”

Dakar 2018

Carlos Sousa. “Estava no sofá quando o telefone tocou…”

Com o número 315 nas portas do Duster, Carlos Sousa é uma das surpresas da edição 2018 do Dakar. Diretamente do sofá para o mais exigente rali do mundo.

Depois de dois anos afastado das competições, o português está de regresso ao Dakar com a equipa oficial Renault Duster Dakar Team. O almadense sonha com um resultado entre os dez primeiros, até em função do potencial revelado pelo Duster em edições anteriores, em que chegou a conquistar dois terceiros lugares em etapas.

O piloto nacional admite que “estava longe de imaginar que estaria de regresso ao Dakar. Estava descansado em casa, quando recebi um telefonema com o honroso e irrecusável convite do Renault Duster Dakar Team. Apesar de estar sem correr há dois anos, a adrenalina subiu de imediato e, a verdade, é que não vejo a hora de me sentar aos comandos do Duster.”

Limpar as «aranhas»

Para os primeiros dias de dezembro está previsto um teste de preparação. “Uma sessão particularmente importante para mim”, reconhece Carlos Sousa. “Vou rodar, pela primeira vez, com o Duster e vou tentar recuperar o ritmo perdido em dois anos de ausência de competições. Um teste que está marcado para uma zona de deserto na Argentina.”

Dacia Duster Dakar
Equipados com um motor V8 da Aliança Renault-Nissan, com 390 cavalos de potência, os Duster querem ser uma das surpresas da prova.

Como admite o piloto nacional, “a falta de ritmo é uma das minhas maiores preocupações, pois há dois anos que não me sento num automóvel de competição. Por isso mesmo, o teste vai ser importante, até para ficar a conhecer minimamente o Duster. Aliás, estou com bastante curiosidade em o pilotar, até pelo facto de, para mim, marcar o regresso aos carros equipados com motores a gasolina.”

Um navegador de «luxo»

Ao lado de Carlos Sousa, a «cantar» as notas, estará o francês Pascal Maimon. Um dos navegadores com mais experiência no Dakar e vencedor da prova em 2002, ao lado do japonês Hiroshi Masuoka.

Um navegador que outrora rival e com quem Carlos Sousa tem cimentado uma relação de amizade ao longo dos anos. “Assim que o meu nome surgiu na lista de inscritos provisória, o Pascal ligou logo a perguntar se era desta que íamos fazer dupla. O acordo ficou estabelecido no momento! É uma das referências da modalidade na arte da navegação. O seu palmarés diz tudo sobre a sua experiência e competência. Também é um especialista em mecânica, pelo que a escolha não podia ser mais certa.”

Objetivos ambiciosos

Para quem até há alguns dias estava no sofá a fazer zapping — estamos a exagerar, naturalmente — os objetivos de Carlos Sousa são no mínimo… ambiciosos.

Carlos Sousa não esconde que “sonho com a conquista de um resultado nos dez primeiros. Tenho consciência que é uma expetativa muito elevada, tendo em conta a qualidade da lista de inscritos, mas eu acredito nessa possibilidade e na competitividade do Duster. Aliás, tenho bem presente na memória os top-3 conquistados em algumas etapas, resultados que só são possíveis de obter por um carro competitivo”.

A verdade é que «quem sabe não esquece», e Carlos Sousa continua a ser um dos melhores pilotos portugueses em todo-o-terreno.