Superdesportivo elétrico
Dos 0 aos 160 km/h em 3,8 segundos: vem aí um super Ariel… elétrico
O pequeno construtor britânico Ariel prepara-se para alcançar um novo patamar de performance. Como? Com uma «supermáquina» elétrica de elevadas performances.

Conhecida pelos seus esqueléticos modelos Atom e Nomad, a Ariel trilha um novo caminho ao ter anunciado o desenvolvimento de um superdesportivo de altas performances. Não que falte “pulmão” ao Atom, com adjectivos como insano a serem habitualmente associados à descrição das suas performances.
Mas o HIPERCAR – nome do projecto, não do modelo, acrónimo de High Performance Carbon Reduction -, é uma criatura totalmente distinta. Trata-se de uma estreia tecnológica por parte do pequeno construtor: o HIPERCAR será o primeiro Atom 100% elétrico. Não só é movido a eletrões como apresentará um original extensor de autonomia – uma micro turbina de 48 cv de potência alimentada a gasolina.
O HIPERCAR terá duas versões, de duas e quatro rodas motrizes, com esta última a ter um motor elétrico por roda. Cada um dos motores debita 220 kW (299 cv) e 450 Nm de binário. Multiplicando por quatro, dá um total de 1196 cv e 1800 Nm de binário e sendo elétrico, logo disponíveis a partir de uma rotação por minuto! O de duas rodas motrizes, previsivelmente, terá metade da potência e binário – 598 cv e 900 Nm.

Simon Saunders, CEO da ArielEstamos a fazer o carro aspiracional do amanhã usando a nossa agilidade de empresa pequena, antecipando-nos às grandes. Adoramos os Ariel que fazemos agora, mas sabemos que temos de adoptar as novas tecnologias. Se não, dentro de 20 anos estamos a fazer antiguidades e até podemos deixar de existir devido a futura legislação.
Como é que estes números “de doidos” se traduzem em aceleração?
Segundo os dados da Ariel, o HIPERCAR deverá ser uma das máquinas com melhor aceleração no planeta, batendo inclusivamente colossos como o Bugatti Chiron. Os 0 aos 100 km/h são cumpridos em apenas 2,4 segundos, até aos 160 apenas 3,8 e os 240 km/h são alcançados em míseros 7,8 segundos. Bem, parece rápido ao ponto de se tornar fisicamente desconfortável.
A velocidade máxima será limitada aos 257 km/h, bastante inferior à generalidade dos super e hiperdesportivos, mas nenhum deverá chegar a esse valor tão rapidamente.

O Ariel mais pesado de sempre
Claro que, sendo elétrico, a autonomia entra na equação. O HIPERCAR virá com dois conjuntos de baterias distintos – um para o modelo de tração traseira e outro para o de tração integral -, com capacidades de 42 kWh e 56 kWh respetivamente. Serão suficientes para permitir entre 160 a 190 km de autonomia, a ritmos animados, antes da micro turbina entrar em acção.
Como podemos observar nas imagens divulgadas, o Ariel HIPERCAR apresenta dimensões compactas, com apenas dois lugares, e a contrário dos outros Ariel, tem o que parece ser uma carroçaria e até traz portas – em asa de gaivota. Estruturalmente o alumínio será o principal material usado (monocoque, sub-estruturas e chassis) mas carroçaria deverá recorrer à fibra de carbono. As rodas são em materiais compósitos e forjadas com as medidas de 265/35 20 à frente e 325/30 21atrás.
Estima-se que o HIPERCAR pese à volta de 1600 kg, um contraste violento para os mais simples Atom e Nomad que pesam menos de metade.
A união faz a força
Este projecto é o resultado de uma parceria a três com a duração de três anos e suportado pelo Innovate UK, um programa estatal britânico que garantiu fundos na ordem das duas milhões de libras. As três empresas envolvidas são a própria Ariel, que desenvolveu carroçaria, chassis e suspensão; a Delta Motorsport que desenvolveu a bateria, a micro turbina que serve de extensor de autonomia e parte eletrónica; e a Equipmake que desenvolveu os motores elétricos, caixas de velocidade e eletrónica associada.
O HIPERCAR será conhecido ao vivo e a cores pela primeira vez nas duas versões já a 6 e 7 de setembro no Low Carbon Vehicle Show em Millbrook. A versão final do projecto surgirá em 2019 com produção prevista para começar em 2020.
Simon Saunders, CEO da ArielO preço só será decidido mais tarde no decorrer do projecto. Vai ser um carro caro devido à tecnologia envolvida, mas quando comparado com os super carros de mais de um milhão de libras que superará em performance vai representar excelente valor pelo custo. Este será o primeiro e verdadeiro super carro elétrico que atravessará continentes, será conduzido em cidade e poderá dar voltas a um circuito.

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