Autopédia Porque é que os «crash tests» são realizados a 64 km/h?

Segurança

Porque é que os «crash tests» são realizados a 64 km/h?

Para quem se questiona porque é que os "crash tests" são realizados a 64 km/h e não a outra velocidade qualquer, aqui está a resposta.

Volvo XC90 crash-test

Os “crash tests” — testes de impacto, em bom português — servem para medir os níveis de segurança passiva dos automóveis, isto é, a capacidade de um automóvel minimizar as consequências de um acidente, seja através de cintos de segurança, barras de proteção lateral, airbags, zonas de deformação programada da carroçaria, vidros anti-estilhaços ou pára-choques de baixa absorção, entre outros.

Realizados pelo Euro NCAP no “velho continente”, pelo IIHS nos EUA e pelo Latin NCAP na América Latina e Caraíbas, estes testes consistem em simulações de acidentes em situações reais, realizados a uma velocidades máxima de 64 km/h.

Embora se registem acidentes muito acima desta velocidade, os estudos comprovam que a esmagadora maioria dos acidentes mortais ocorrem até 64 km/h. Na maior parte das vezes, quando um veículo que viaja, por exemplo, a 100 km/h, embate num obstáculo à sua frente, raramente no momento do impacto a velocidade é de 100 km/h. Antes da colisão, o instinto do condutor é tentar imobilizar o veículo o mais depressa possível, o que reduz a velocidade para valores mais próximos dos 64 km/h.

RELACIONADO: Estrada que reduz a velocidade dos veículos (e recupera energia) vai ser testada em Cascais

Além disso, a maioria dos testes de impacto seguem o padrão “Offset 40”. O que é o padrão “Offset 40”? É a tipologia de uma colisão em que apenas 40% da parte dianteira colide com outro objeto. Isto porque na maioria dos acidentes, pelo menos um dos condutores tenta desviar a sua trajetória, o que faz com que raramente ocorra um impacto 100% frontal.