Clássicos Bernie Ecclestone: dos bolos e caramelos à liderança da Fórmula 1

Bernie Ecclestone: dos bolos e caramelos à liderança da Fórmula 1

A paixão pelo desporto motorizado e o jeito para os negócios levaram Bernie Ecclestone à liderança da prova rainha do automobilismo. Conhece a vida do «patrão da Fórmula 1».

Bernard Charles “Bernie” Ecclestone nasceu a 8 de outubro de 1930 em Suffolk, Inglaterra, no seio de uma família pobre. Filho de uma ama e de um pescador, hoje é o «patrão da Fórmula 1». É o presidente e CEO da Formula One Management (FOM) e da Formula One Administration (FOA).

Os primeiros anos de vida de “Bernie”

Desde cedo, Bernie Ecclestone mostrou ter uma personalidade forte e jeito para os negócios. Em criança, costumava comprar doces para depois vender aos colegas pelo dobro do preço, revelando a sua mentalidade empreendedora. Como era mais pequeno do que os seus colegas, diz-se que Bernie pagava aos colegas mais velhos em troca de proteção no recreio. E esta?…

Já na fase da adolescência, o britânico ganhou o gosto pelo motociclismo, e com apenas 16 anos de idade juntou-se a Fred Compton para fundar a Compton & Ecclestone, uma empresa que comercializava peças para motas.

A primeira experiência numa prova de competição – monolugares – ocorreu em 1949 na Fórmula 3, mas após vários acidentes no circuito local de Brands Hatch, Bernie Ecclestone desinteressou-se da competição e decidiu focar-se mais na parte empresarial das corridas.

Os primeiros negócios grandes

Com o passar dos anos, o sucesso dos negócios foi crescendo – Ecclestone iniciou-se também na compra e venda de veículos e em investimentos em imobiliário – e em 1957 Ecclestone comprou a equipa de Fórmula 1 Connaught Engineering.

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Ainda esse ano, Ecclestone tornou-se empresário do amigo e piloto Stuart Lewis-Evans, tendo tentado um regresso às pistas no Grande Prémio do Mónaco em 1958, sem sucesso. No Grande Prémio de Marrocos, Lewis-Evans teve um acidente mortal que deixou Ecclestone bastante afectado; dois anos mais tarde, o piloto Jochen Rindt (que na altura tinha contratado Ecclestone como seu empresário) faleceu no histórico circuito de Monza, o que fez com que o britânico desse definitivamente por terminada a sua carreira como piloto.

A entrada definitiva no mundo da Fórmula 1

Em 1972, Ecclestone comprou a Brabham, uma equipa britânica que viria a ser bastante bem sucedida muito graças aos pilotos Niki Lauda e Nelson Piquet (na imagem em cima). Bernie Ecclestone começava assim a cimentar a sua posição na prova rainha do automobilismo. Dois anos mais tarde, o britânico fundou a Associação de Construtores de Fórmula 1 (FOCA), com Colin Chapman (fundador da Lotus) e o amigo e advogado Max Mosely (na imagem em baixo), entre outros.

Através da FOCA, Ecclestone conseguiu em 1978 aquele que é talvez o seu maior contributo para a evolução da Fórmula 1. O empresário britânico reuniu todas as equipas e chegou a um acordo de venda dos direitos televisivos. A receita era distribuída pelas equipas (47%), pela a Federação Internacional de Automobilismo (30%) e pela recém-criada Formula One Promotions and Administration (23%). O contracto – designado por “Concorde Agreement” – tem vindo a ser renegociado ao longo do anos, sempre com Ecclestone como principal responsável.

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Desde então, Bernie Ecclestone tem sido um dos grandes impulsionadores da Fórmula 1 e o grande responsável por aproveitar todo o potencial da modalidade, sempre com uma visão única e muito própria sobre o desporto – por vezes sem conseguir evitar controvérsias. Actualmente, o empresário é líder do Grupo Fórmula 1 e um dos empresário mais ricos da Grã-Bretanha.

Pelo meio, têm sido muitas as polémicas em torno das suas escolhas. Naturalmente focado no negócio e nos resultados, não teve problemas de «mexer os cordelinhos» para desviar a concorrência do caminho. Por exemplo, em 1992, conseguiu promover junto da FIA uma mudança nos regulamentos do Mundial de Resistência para castrar a disciplina. Resultado? Acabou o Mundial de Resistência, prova que cada vez mais fazia sobre à Fórmula 1.

As histórias sucedem-se e as polémicas também – é pública a sua oposição às mulheres na Fórmula 1 e a resistência às redes sociais. Atualmente com 85 anos, umas das grandes questões da atualidade da disciplina é a sua sucessão. Seja quem for o seu sucessor, Ecclestone já garantiu um lugar de destaque na história da Fórmula 1 – por todos os motivos e mais alguns (leia-se bons e maus).

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