Após 32 anos o motor VR6 continua no ativo (excepto na Europa)

Descontinuado na Europa desde 2018 — motivado pelas normas de emissões cada vez mais apertadas — um dos mais icónicos motores da Volkswagen continua a fazer valer algumas das suas vantagens pelo mundo fora. Falamos do motor VR6.

A sua história remonta a 1991, altura em que a Volkswagen estreou com o Corrado a primeira geração deste motor, apelidada internamente de AAA. Mas o seu nome comercial, como sabemos, é outro: VR6.

Um nome que surge da associação das palavras alemãs “Verkürzt” e “Reihenmotor”, e que em português significa algo como “motor em linha curto”, já o “6” diz respeito ao número de cilindros.

A grande vantagem desta arquitetura — numa época em que os motores turbo a gasolina ainda tinham limitações em termos de eficiência — dizia respeito sobretudo às suas dimensões compactas. Os motores VR6 conseguiam aliar a performance dos V6 convencionais às dimensões dos motores de quatro cilindros em linha.

Um motor «velho» que continua no ativo

Na Europa este motor animou praticamente toda a gama da Volkswagen — e até alguns modelos da Porsche.

Começou a sua carreira no já referido Corrado e também na Passat. E nem o monovolume «português» Volkswagen Sharan — produzida na fábrica Autoeuropa, em Palmela — escapou aos seus serviços.

Mas sem dúvida que onde este motor se notabilizou mais foi no Volkswagen Golf R32. Um modelo que nós tivemos oportunidade de conduzir em 2022.

Esta unidade cedida pela Volkswagen Alemanha, deixou-nos um sorriso no rosto:

Regressando ao passado recente, a última vez que vimos este motor comercializado na Europa foi através dos Volkswagen Touareg e Porsche Cayenne.

Algo que aconteceu até 2018, na versão BWS deste bloco. Foi a derradeira evolução deste motor que, a pouco e pouco, foi perdendo os seus argumentos, pelo menos no mercado europeu, face aos motores turbo mais pequenos e eficientes.

Na China e EUA a sua caminhada continua, o que ajuda a mostrar como a indústria automóvel mundial está a evoluir a diferentes velocidades. Na China encontramos este motor nos SUV Volkswagen Talagon e Audi Q6, este último lançado há poucos meses.

Salão de Xangai 2021

VR6 ainda vive no novo e maior SUV da Volkswagen, o Talagon

Chama-se Volkswagen Talagon, é baseado na plataforma MQB Evo e passa a ser o maior SUV da Volkswagen. Já debaixo do capô conta com o “eterno” VR6.

João Delfim Tomé

Nos EUA, o motor VR6 continua no ativo também ao serviço de um SUV, o Volkswagen Atlas: um dos maiores SUV da marca alemã a nível mundial. Mas não será por muito tempo, pois no Salão de Chicago de 2023, foi mostrado um Atlas renovado e este vai prescindir dos préstimos do 3.6 VR6 de 280 cv, substituído por um mais comum 2.0 TSI com quatro cilindros em linha.

Um motor que para a Europa é passado e que em outras partes do mundo continua a cumprir o seu papel. No «velho continente» os motores de combustão têm o fim anunciado: 2035 é mesmo o fim, mas há algumas excepções.

Guilherme Costa

Desde muito cedo trocou a companhia dos brinquedos pelas revistas de automóveis. Alimentado por essa paixão em 2012 fundou a Razão Automóvel.

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