Poderiam os automóveis americanos vingar em Portugal?

Poderiam os automóveis americanos vingar em Portugal?

A pergunta que tenho é a seguinte: Será que os automóveis americanos conseguiriam vingar em Portugal?

Eu não tenho raízes americanas e muito menos tenho a sorte de ver, aqui em Portugal, o preço da gasolina igual ao de lá. É óbvio que as banheiras americanas para terem sucesso em Portugal seria necessário um reajustamento das motorizações, que por miúdos significa motores a gasóleo. Porque sinceramente, ninguém iria comprar um Cadillac Escalade.

Exceto alguns “malucos” – num sentido carinhoso e não pejorativo – que gostariam de possuir um motor V8 de 6.2 litros com consumos de 21 litros aos 100 km. E nem quero falar dos estupidificantes e inúteis impostos. A Cadillac por exemplo, já andou pela Europa com o BLS, equipado com um motor 1.9 diesel de origem Fiat, que não teve muito sucesso porque, muito honestamente, não prestava. Era sim muito bonito, mas a fraca qualidade de materiais e motor sem grandes horizontes traçou-lhe o destino.

Mas os dias de hoje são outros, os automóveis acompanharam o progresso, assim como o povo americano. Bem… O povo talvez não tenha evoluído assim tanto.

Em termos de consumos houve uma grande melhoria, em geral os automóveis americanos conseguem agora consumos mais comedidos e os interiores são capazes de rivalizar com os primogénitos europeus.

Mas o mais espetacular é estarem cada vez mais bonitos, um bom exemplo disso é o novíssimo Ford Mondeo, exuberante e extremamente capaz. Produzido na Bélgica mas de sangue americano. Tudo isto mostra que deixaram para trás o design quadrado e estão agora no bom caminho para a conquista do mercado europeu. Pelo menos em termos de sedans…

Já os SUV’s americanos continuam muito agarrados ao passado, matacões de mais de 3 toneladas capazes de esvaziar em poucos quilómetros um tanque de 100 litros de combustível. Nesse aspeto não ganham aos seus rivais europeus Audi, Range Rover, BMW e Mercedes. Mas alguns de vocês podem estar a pensar: “Até pode haver quem goste e tenha dinheiro para o sustentar!” Até pode haver, mas vai ser difícil conduzir nas nossas ruas mirradinhas.

Será como conduzir entre precipícios, um movimento mal executado e está tudo lixado. Seria, contudo, complicado andar com um GMC sem ser apontado como dono de um cartel de droga, sim, porque quem conduz um SUV deste calibre só pode ser “dealer” ou então “chulo” (estereótipos destes está o mundo cheio).

Depois existem os desportivos, e ai meus amigos a conversa torna-se empolgante. O Cadillac CTS-V, disponível em sedan, sportback e coupé é um dos automóveis mais bonitos existentes no mercado americano. A sua potencia deu-lhe a oportunidade de ser um dos sedan e sportback mais rápidos do mundo, comprovado pelo tempo feito na famosa pista de Nürburgring, 7:59.32 ocupando assim o 88º lugar da tabela.

Que tal um Chevrolet? O Camaro, um desportivo com esteroides e 432 cv de pura monstruosidade. Ou um Dodge Challenger SRT8, para mim, o derradeiro desportivo americano, com raízes bem vincadas, história, capacidade de derreter pneus e uma sinfonia capaz de abrir um buraco no tempo.

E como não pode deixar de ser, o Corvette, aquele desportivo feito de plástico e borracha, absolutamente potente e de design atraente, mas só é pena desfazer-se tão rapidamente devido à sua construção baseada em garrafas de Coca-Cola.

Também temos o Ford Mustang, carregado de feitio e raça, é aquele puto reguila que em vez de ir à escola vai grafitar paredes, com uma potência ao mais alto nível, principalmente se optar pelo Shelby, um dos melhores desportivos de todo o tempo.

E este assunto veio à baila devido ao aborrecido do parque automóvel português, necessitamos de um pouco de loucura, necessitamos de pular a cerca. Atenção! Não quero com isto dizer, que compres um carro azul às bolinhas. Apenas diversificar, para dar um certo toque de frescura em termos de design, algo pouco novo e que podemos encontrar no mercado americano.

Assim sendo, estarão os americanos a perder uma grande fatia de mercado? Sinceramente, penso que sim. Mas isso sou eu… secretamente americano.