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“Vamos transformar a Europa em Cuba”. CEO da Iveco critica eletrificação

Gerrit Marx criticou a aposta nos combustíveis sintéticos e afirmou que as medidas atuais da UE vão "transformar a Europa em Cuba".

© Amadeus Bramsiepe, KIT

Multiplicam-se as vozes críticas em torno da decisão recente da União Europeia (UE) de permitir que se continuem a vender automóveis com motor de combustão após 2035, desde que usem combustíveis sintéticos neutros em carbono.

Depois de Carlos Tavares, que afirmou que esta decisão não irá mudar nada na estratégia da Stellantis e que esta discussão devia ter sido feita há vários anos, foi a vez de Gerrit Marx, diretor executivo do Grupo Iveco, lançar duras críticas aos decisores europeus, acusando os combustíveis sintéticos de serem “o champanhe da propulsão”, devido ao seu custo elevado.

“Se tiveres um Ferrari ou conduzires o teu Porsche Turbo uma vez por fim de semana, não te vais preocupar com o facto de um litro (de combustível sintético) custar cinco euros ou oito euros, mas esse não é um combustível para o futuro”, afirmou Gerrit Marx, citado pela Automotive News Europe.

Gerrit Marx, diretor executivo do Grupom Iveco criticou aposta nos combustíveis sintéticos
© Iveco Gerrit Marx, diretor executivo do Grupo Iveco

Marx vai mais longe e diz mesmo que a estratégia de emissões da Europa está enraizada “num sistema político disfuncional em Bruxelas”, ao mesmo tempo que revela não sentir qualquer coordenação entre as agências da UE que lidam com tecnologia, emissões e transportes.

Europa como Cuba?

Olhar para o futuro da indústria automóvel na Europa apenas com base nos veículos 100% elétricos e nos combustíveis sintéticos não vai levar a uma renovação do parque automóvel, explica Gerrit Marx, antes de dizer: “Vamos transformar a Europa em Cuba, onde vemos carros velhos nas estradas”.

Para Marx, se esta visão de futuro se mantiver, as «pessoas normais» não vão ter capacidade para comprar carros novos.

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Mas as críticas de Gerrit Marx não se esgotam aqui. É que para o diretor executivo do Grupo Iveco, os combustíveis sintéticos também não vão fazer com que a Europa se afaste dos atuais fornecedores de combustíveis fósseis.

“Adivinhem quem se quer tornar no produtor número um de combustíveis sintéticos — a Arábia Saudita”, disse, antes de concluir: “Estamos apenas a substituir uma fonte por outra, mas da mesma região”.

Fonte: Automotive News Europe

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