De onde surgiram os principais logótipos da Rolls Royce?

Conhecida pelos seus modelos de luxo, a Rolls-Royce foi em tempos uma marca exclusiva da realeza e dos chefes de estado britânicos.

A empresa, foi originalmente fundada em 1904 — mas apenas teve o seu nome oficializado em 1906 — em Manchester, Inglaterra, sendo que atualmente é subsidiária do Grupo BMW, tendo alcançado ao longo dos anos o merecido estatuto de uma das mais conceituadas marcas do mundo.

Uma imagem mais monocromática

Mas como terá surgido o icónico símbolo da Rolls-Royce? O entrelaçado dos R’s é fácil de adivinhar, pois advém da junção dos apelidos dos seus fundadores: Frederick Royce e Charles Rolls. Primeiramente, a empresa foi batizada de Rolls and Royce Co., mas o “and” acabou por cair para dar lugar a um hífen.

Curiosamente, o logótipo original tinha acabamentos em encarnado, porém, esta cor acabou por dar lugar ao mais discreto preto, que simbolizava o profissionalismo e autoridade da marca. Reza a lenda que após a morte de Frederick Royce, em 1933, a cor preta seria um sinal de luto pelo falecimento de um dos fundadores da marca.

Spirit of Ecstasy

Mas se existe algo de marcante no logótipo da Rolls-Royce é sem sombra de dúvida a escultura feminina tridimensional, em prata, pousada sobre o capô.

As origens do “Spirit of Ecstasy” são o resultado de lendas, mitos e factos misturados com uma pitada de mistério e intriga. A escultura remonta então ao século XIX e está relacionada com uma história de amor e um estátua grega.

Tudo começou quando John Douglas-Scott-Montagu, um jornalista freelancer e um entusiasta automóvel, pediu ao seu ilustrador, Charles Skyes, que criasse uma ornamento para o capô do seu Rolls‑Royce Silver Ghost. Este criou uma mascote inspirada na amante de Montagu — Eleanor Thornton.

Quando em 1909, Claude Johnson, relações públicas da Rolls-Royce, quis criar oficialmente um emblema tridimensional para a marca inglesa, este chegou a contacto com Skyes — através do seu amigo Montagu —, que voltou a criar o emblema inspirado na mesma mulher e que denominou de Spirit of Ecstasy.

Johnson já tinha uma imagem mental do tipo de mascote que queria, inspirada na estátua grega Nike of Samothrace, Deusa da Vitória, esculpida 190 A.C., que é retratada como uma divindade alada a descer dos céus, envolta num manto fluído, o que justifica as asas no ornamento do capô da Rolls-Royce tem.

A mascote da marca inglesa, encontra-se até hoje representada nos carros da Rolls Royce e caracteriza a busca pela liberdade pessoal e da conformidade, assim como de energia, graça e beleza.

No entanto, esta mascote nunca foi «batizada» pelos seus fundadores, uma vez que Charles Rolls faleceu antes de esta estar concluída e Henry Royce nunca foi propriamente um fã» de mascotes.

A Rolls-Royce atualmente mantem-se leal à sua herança e raízes, e continua a utilizar o mesmo logo de 1907 — mesmo que tenham sido feitas algumas alterações, a essência permanece até aos dias de hoje.

O Spirit of Ecstasy entretanto já sofreu algumas alterações, mas mantem-se fiel à imagem originalmente desenhada por Skyes.

Manuel Mascarenhas

Trocou as planícies do Litoral Alentejano pelo asfalto da capital. Para se sentir realizado, apenas precisa de um modesto Bentley Continental.

Rolls Royce

Logótipos, Rolls-Royce