Autopédia As trotinetes elétricas partilhadas precisam de muita manutenção?

Mobilidade urbana

As trotinetes elétricas partilhadas precisam de muita manutenção?

As trotinetes elétricas vieram para ficar. Em conversa com Marco Lopes, da hive, ficámos a conhecê-las melhor, assim como as suas necessidades de manutenção.

hive

A hive, marca que disponibiliza um serviço de partilha de trotinetes elétricas em Lisboa, marcou presença na edição deste ano do MecanIST, onde tivemos oportunidade de estar à conversa com Marco Lopes, Global Head of Maintenance da hive.

O MecanIST, que decorreu no Instituto Superior Técnico, é um evento promovido pelo Fórum Mecânica que quer aproximar os alunos das empresas, funcionando como umas Jornadas da Engenharia Mecânica e composto por diversas conferências.

O tema das trotinetes elétricas que agora populam em algumas das nossas cidades, tem sido um dos mais publicamente discutidos nas últimas semanas. Marco Lopes, da hive, deixou-nos espreitar “por baixo do capot” das trotinetes, onde ficámos a conhecer os requisitos e necessidades deste pequeno veículo elétrico.

VÊ TAMBÉM: A SEAT apresentou uma… trotinete elétrica. Conhece a SEAT eXS

Razão Automóvel (RA): Quais os requisitos de mecânica destes veículos?

Marco Lopes (ML): A mecânica destes veículos é bastante simples, pois a sua parte mecânica embora seja uma maioria é bastante básica. Uma das maiores preocupações é assegurar o aperto ou re-aperto de todos os parafusos que compõem a trotinete visto que ao circular nas ruas de Lisboa onde a calçada impera e a trepidação é constante, estes se vão desapertando pondo em risco a segurança dos utilizadores e para nós a segurança dos utilizadores é a nossa maior preocupação.

A nível da sua parte electrónica, os requisitos são um bocado mais elevados, pois estes veículos são dependentes de toda a sua parte electrónica e de software para funcionarem, ai teremos que ter conhecimento em distinguir, soldar e substituir componentes electrónicos, saber fazer a detecção e interpretação de erros de software, e ter uma boa base de conhecimento em baterias, sistemas de GPS e afins.

RA: Quais os danos normais deste tipo de veículos apresenta?

ML: Numa utilização normal os danos destes veículos são mínimos. A nível de componentes mecânicos aquele que aponto como o mais fraco é sem duvida o descanso, embora seja uma das peças mais importantes.

Posso também referir o gasto das rodas, punhos danificados, folgas na caixa de direção, ou danos cosméticos como danos normais da utilização do veículo. Quanto à parte electrónica é bastante fiável e os erros de software são poucos e de fácil resolução.

RA: Qual a duração da bateria, quantos ciclos de carregamento suporta?

ML: A bateria destas trotinetes é uma bateria de iões de lítio de alta qualidade. Essas baterias chegam confortavelmente aos 1000 ciclos de carga, o que num uso regular significa entre 2 a 3 anos de duração. O tempo de carregamento de uma trotinete com bateria externa é de aproximadamente 5,5 horas, sem bateria externa esse tempo diminui para aproximadamente 3,5 horas.

RA: Quantos quilómetros dão para fazer com uma bateria carregada?

ML: Com a bateria externa e nas condições ideais de condução, estas trotinetes conseguem percorrer 45 km com uma carga completa. O que faz com que seja uma das melhores trotinetes para longas distâncias na cidade ou para partilha. Sem a bateria externa e nas mesmas condições de condução, essa distância encurta para apenas 25 km.