Primeiro Contacto Já conduzimos o Dacia Jogger Hybrid 140. Um híbrido familiar acessível e muito mais

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Já conduzimos o Dacia Jogger Hybrid 140. Um híbrido familiar acessível e muito mais

Detentor do «título» de familiar híbrido mais acessível do mercado, o Dacia Jogger Hybrid 140 tem muito mais argumentos além do «preço canhão».

Dacia Jogger Hybrid 140

Primeiras impressões

8/10

Data de comercialização: Fevereiro 2023

A Dacia Jogger Hybrid 140 é a melhor relação custo-benefício do mercado? Provavelmente.

Prós

  • Economia
  • Espaço
  • Versatilidade
  • Preço

Contras

  • Tato do travão
  • Ruído do conjunto motor/caixa em acelerações a fundo

À primeira vista o Dacia Jogger Hybrid 140 até pode parecer um Jogger igual aos muitos que já andam nas nossas estradas, mas não se deixem enganar pelas aparências.

Por baixo das formas que já conhecemos encontramos uma motorização híbrida, a primeira da história da Dacia. E para o seu primeiro híbrido a marca romena usou uma «receita» que já conhece bem: recorreu a uma tecnologia estreada (e comprovada) pela Renault.

Desta forma, a animar o novo Jogger Hybrid 140 encontramos a mesma cadeia cinemática do Renault Clio E-Tech Full Hybrid, um modelo que já passou pela garagem da Razão Automóvel.

Dacia Jogger Hybrid 140 em movimento vista traseira 3/4
© Dacia

A Dacia descreve o novo Jogger Hybrid 140 como “o automóvel familiar híbrido mais acessível do mercado”, mas as suas qualidades não se resumem apenas ao preço, que é de 28 800 euros.

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Foi o que descobrimos durante a apresentação internacional do Dacia Jogger Hybrid 140, que aconteceu em Portugal, o que nos permitiu efetuar o primeiro contacto em «casa» na região de Lisboa.

Espaço para (quase) tudo

Ao contrário do que acontece com vários modelos que se tornam híbridos, o Jogger Hybrid 140 não viu a eletrificação afetar as suas cotas de habitabilidade. Tudo porque foi projetado desde o início para receber uma motorização híbrida.

Ao alojar a pequena bateria de 1,2 kWh no lugar do pneu sobresselente, a Dacia não só conseguiu manter os sete lugares, a única versão do Jogger Hybrid 140 que será comercializada em Portugal, como a capacidade da bagageira não foi afetada.

bagageira com os bancos da terceira fila recolhidos
© Dacia A capacidade da bagageira mantém-se inalterada face às restantes versões, sendo de 160 l com a terceira fila no lugar, subindo para os 595 l quando está rebatida.

Atrás há espaço para acomodar duas cadeiras de criança sem dificuldades e até os lugares da terceira fila de bancos permitem viajar com conforto, com certeza mais do que aquele que temos a bordo de muitos SUV de sete lugares.

Segunda fila de bancos
© Dacia O espaço nos bancos traseiros permite viajar desafogadamente.

A altura do piso do habitáculo também se manteve inalterada, o que é uma boa notícia, principalmente quando temos de aceder à terceira fila de bancos.

O som… do silêncio

Apesar de se tratar de uma motorização híbrida convencional (não é plug-in), mesmo assim é possível circular em modo 100% elétrico, mesmo que seja apenas por breves momentos.

Interior do Dacia Jogger Hybrid 140
© Dacia O interior do Jogger Hybrid 140 é praticamente idêntico ao dos restantes Jogger.

É nessas ocasiões, mais silenciosas, que a robustez do modelo romeno mais surpreende. A montagem não merece críticas, mesmo que os materiais não sejam os mais agradáveis — a maioria duros e não muito agradável ao toque —, antecipando uma bem vinda durabilidade. Já os ruídos aerodinâmicos fazem-se sentir um pouco mais, mas nunca se tornam incomodativos.

Face aos outros Jogger, o interior do Hybrid 140 distingue-se apenas pelo comando da caixa automática e o novo painel de instrumentos digital com 7”. Este último mostrou ser completo e de fácil leitura, aspeto que atualmente nem sempre pode ser dito acerca destas soluções.

Quanto gasta?

Sendo um híbrido, claro que a primeira pergunta que surge é saber o quão económico é o Dacia Jogger Hybrid 140. E sim, revelou ter um apetite muito comedido.

Num percurso que incluiu largos troços em autoestrada, mas também passagens pelas duas principais serras da região lisboeta — Sintra e Arrábida —, as médias andaram sempre abaixo dos cinco litros, chegando a fixar-se nos 4,3 l/100 km.

Dacia Jogger Hybrid 140 em movimento vista lateral
© Dacia

Neste primeiro contacto mais breve não foi possível averiguar como serão os consumos quando exploramos todas as potencialidades familiares do Jogger, pelo que teremos de aguardar por uma nova oportunidade para um teste mais prolongado.

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Tecnologia comprovada

Como referimos no início, o Dacia Jogger Hybrid 140 recorre à mecânica do Clio E-Tech Full Hybrid. Ou seja, lá à frente temos um quatro cilindros naturalmente aspirado com 1,6 l e 90 cv associado a dois motores elétricos. Um tem 50 cv e o outro é um motor-gerador de alta tensão. A alimentar os motores elétricos temos uma bateria com 1,2 kWh.

Dacia Jogger Hybrid 140 esquema do sistema híbrido
© Dacia Nesta imagem podemos ver como foi «arrumado» o sistema híbrido.

Tudo isto resulta numa potência máxima combinada de 140 cv e 205 Nm, o que faz do Jogger Hybrid 140 o mais potente da gama. A transmissão está a cargo de uma caixa de velocidades elétrica automática, que também é a primeira caixa automática da gama Jogger.

Esta combina uma caixa manual de quatro velocidades sem embraiagem — as relações são engrenadas por atuadores elétricos, sem intervenção do condutor —, com duas relações acopladas ao motor elétrico.

Ao volante do Jogger Hybrid 140

O resultado final convence pela suavidade a baixa velocidade, mas quando exploramos de forma mais decidida os 140 cv, acaba por lembrar em parte os híbridos com transmissões CVT devido ao ruído mais elevado do motor.

Também a performance deixou algo a desejar, tendo em consideração que temos mais 30 cv que os Jogger só a gasolina. A potência adicional do Jogger Hybrid 140 acaba por se «diluir» em parte devido à ação algo lenta da caixa.

O foco desta motorização híbrida está na obtenção de bons consumos e na suavidade geral de todo o conjunto, o que fica evidente ao volante.

Dacia Jogger Hybrid 140 em cidade
© Dacia

Dito isto, temos potência para impor bons ritmos em autoestrada e fazer ultrapassagens sem ter de efetuar grandes cálculos, mas a diferença face à versão somente a gasolina acaba por ser menor do que esperava.

A vocação familiar do Jogger também vem ao de cima no que ao comportamento dinâmico diz respeito. Mais confortável que acutilante e sempre previsível e segura.

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Uma nota menos conseguida apenas para o tato do pedal do travão, que nem sempre é o mais fácil de «ler». Uma característica comum a muitos modelos híbridos e elétricos, que ainda não dominam a conjugação da travagem elétrica (regenerativa) com a mecânica.

Por outro lado, a recuperação de energia quando em desaceleração merece elogios, sobretudo, quando usamos o “modo B”, que aumenta a intensidade desta.

Cada vez mais concorrencial

Ao lançar o Jogger Hybrid 140 a Dacia propõe-se a «democratizar» mais um tipo de motorização, depois de já o ter feito com os elétricos através do Spring.

Dacia Jogger Hybrid 140 estacionado junto ao mar
© Dacia

Disponível em Portugal apenas na versão mais equipada — a SL Extreme de 7 lugares —, os 28 800 euros pedidos pelo Jogger Hybrid 140 fazem dele, de longe, o familiar híbrido mais acessível do mercado.

Para quem circular maioritariamente em meio urbano ou a caixa automática for «obrigatória», o Jogger Hybrid 140 é «o Jogger a comprar».

Dacia Jogger Hybrid 140
© Dacia Prestem atenção a este logótipo pois é uma das poucas formas de distinguir o Jogger híbrido.

Contudo, para quem não tiver estas prioridades, o potencial de poupança permitido pela versão ECO-G, que é bifuel (GPL + gasolina) e o seu preço mais baixo fazem dela uma alternativa a ter em conta.

Seja como for, com a chegada da versão híbrida o Jogger acaba por ganhar argumentos para «convencer» mais uma faixa do mercado.

Veredito

Dacia Jogger Hybrid 140

Primeiras impressões

8/10
Às qualidades já reconhecidas do Jogger — espaço, versatilidade e um muito bom preço —, o novo Dacia Jogger Hybrid 140 junta uma frugalidade difícil de igualar. Ao estrear-se entre os híbridos, a Dacia vem democratizar uma tecnologia cujas mais valias ambientais e económicas estão mais do que comprovadas, e fá-lo em muito boa altura.

Data de comercialização: Fevereiro 2023

Prós

  • Economia
  • Espaço
  • Versatilidade
  • Preço

Contras

  • Tato do travão
  • Ruído do conjunto motor/caixa em acelerações a fundo

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