Notícias Adeus ecrãs? Audi activesphere antevê condução com óculos de realidade aumentada

Apresentação

Adeus ecrãs? Audi activesphere antevê condução com óculos de realidade aumentada

O Audi activesphere é o quarto modelo sphere revelado e destaca-se pela versatilidade e pelo uso avançado de realidade virtual e aumentada.

Audi activesphere concept
© Audi

A Audi acaba de apresentar o activesphere concept, o quarto modelo da série de modelos conceptuais sphere, que apresentam a visão da marca dos quatro anéis para o futuro.

Depois do roadster skysphere, da berlina grandsphere space e do monovolume urbansphere space, a Audi mostra agora um crossover «coupé» de quatro portas que pode transformar-se numa pick-up.

A não perder: Concepts Sphere. «Ao vivo e a cores» com o futuro elétrico da Audi

A somar a isso, apresenta um conceito de interior totalmente novo, centrado nas experiências sensoriais a bordo, que recorre a headsets de alta tecnologia que misturam a visão do ambiente real, com uma camada digital com informação adicional e com elementos 3D interativos, aproveitando todo o potencial da realidade virtual e aumentada.

Audi activesphere concept perfil
© Audi Os para-choques robustos, as cavas das rodas alargadas e as proteções proeminentes das saias laterais são inspiradas nos modelos All Road da Audi

Um crossover «coupé» com espírito all road

Mas vamos começar por olhar para a sua imagem, que no fundo é aquilo que começa logo por saltar à vista. Afinal o activesphere concept apresenta linhas que misturam várias tipologias, que vão de um coupé, mas com quatro portas, à adição de elementos mais aventureiros, típicos de um SUV.

Com 4,98 m de comprimento e 2,97 m de distância entre eixos, o activesphere concept aparenta ser muito esguio, apesar dos 1,6 m de altura, destacando-se por contar com os dois eixos muito próximos das extremidades, um detalhe que ajuda a reforçar a presença musculada deste protótipo.

A altura ao solo de 208 mm — pode ser aumentada em mais 40 mm, graças à suspensão pneumática —, os guarda-lamas volumosos e as enormes jantes de 22” também ajudam a reforçar esse caráter, que também se manifesta nos ângulos de condução fora de estrada: 18,9º de ataque e 28,1º de saída.

Audi activesphere concept proteções
© Audi O desenho das jantes tem preocupações aerodinâmicas visíveis

Mas o maior ponto de destaque da estética está «escondido» na traseira. É que apesar da silhueta coupé surgir associada a um «corpo» de crossover — que a Audi denomina de Sportback, como acontece no Q8 e-tron Sportback, por exemplo —, o Audi activesphere estreia o conceito “active back”.

Têm de ver: Hennessey VelociRaptoR 1000. Será esta a pick-up mais radical do mundo?

“active back”: uma traseira ao estilo pick-up

A secção traseira do activesphere está pensada para quem tem um estilo de vida ativo e torna possível o transporte de equipamento desportivo mais volumoso sem alterar em demasia a silhueta do modelo.

Audi activesphere concept
© Audi

Para isso o segmento inferior da traseira pode abrir para baixo, estendendo o plano de carga, e em combinação com o vidro traseiro, que desliza para cima do tejadilho, gera uma ampla plataforma de carga que pode contar, por exemplo, com suportes para bicicletas.

As superfícies laterais da traseira — os pilares C — permanecem em posição para manter a silhueta dinâmica do activesphere, enquanto uma antepara motorizada pode ser posicionada por detrás dos bancos traseiros, a fim de isolar o habitáculo dos elementos exteriores.

Já no tejadilho encontramos um suporte de esquis totalmente integrado que se estende somente quando é necessário (no resto do tempo permanece praticamente invisível no arco do tejadilho), abrindo assim a possibilidade de transporte de esquis em total segurança.

Audi activesphere concept 6
© Audi

Um habitáculo centrado nas pessoas

Se por fora o activesphere surpreende, por dentro não é diferente. O mote para todos os modelos “Sphere” foi sempre o mesmo: o ponto de partida foi sempre o interior. Ou seja, primeiro pensar e conceber o interior e só depois pensar na configuração, nas proporções e nas linhas exteriores.

As amplas portas de abertura opostas (não há pilar B) abrem o caminho para um habitáculo minimalista, espaçoso e muito acolhedor, com o contraste de cores entre o preto, o cinzento e o vermelho a saltar de imediato à vista.

O mesmo serve para os quatro bancos individuais, que surgem suspensos como extensões da consola central (elevada e a todo o comprimento) e que foram pensados como três conchas circunferenciais separadas (assento, costas e superfícies dos ombros), criando uma enorme sensação de leveza, quase como se estivessem a flutuar.

A não perder: A Audi tem um novo símbolo mas continua a ter quatro anéis

O interior deste concept também se destaca pelas metamorfoses que pode sofrer, já que quando estamos a circular em modo autónomo o tabliê, o volante e os pedais são recolhidos e ficam invisíveis.

Audi activesphere concept
© Audi No modo de condução autónoma os pedais, o volante e o tabliê são recolhidos e ficam totalmente invisíveis

Isso permite abrir mais espaço para os ocupantes dianteiros, que se estende até à extremidade frontal deste concept, onde a Singleframe, a típica grelha Audi que aqui perde essa função, e passa a ser uma superfície transparente que permite, inclusive, ver de dentro para fora.

O tabliê também funciona como uma soundbar (através das ripas de madeira), além de esconder uma saída de ar inteligente, a toda a largura, em qualquer uma das duas posições que pode assumir.

Escusado será dizer que quando o condutor pretende assumir o comando do Audi activesphere, o volante, os pedais e o tabliê voltam a surgir, deslizando da sua posição anterior.

Audi activesphere concept interior
© Audi

Audi Dimensions: uma dimensão totalmente nova

Pela primeira vez a Audi quer combinar a realidade física com a digital e fá-lo com um conceito que apelidou de Audi Dimensions.

Leiam também: Futuros Audi RS não terão quatro cilindros mas serão híbridos

Graças a um conjunto de quatro headsets (guardados numa pequena consola no tejadilho) de realidade mista — essencialmente uns óculos altamente sofisticados —, disponíveis para condutor e ocupantes, é possível ter acesso a um ecossistema digital capaz de representar conteúdos virtuais com referência espacial ao mundo real em três dimensões.

Audi activesphere concepp headset
© Audi

Com uma precisão ótica que a Audi revela ser “sem precedentes”, este sistema não só exibe informações (como mapas por exemplo) como apresenta superfícies de controlo e displays (invisíveis sem os óculos, naturalmente) que podem ser tocados e controlados através de gestos.

Confuso? Olhe que não…

Numa primeira fase, o utilizador pode ver apenas conteúdo virtual para informação. Só quando se focar na informação, mostrando assim o seu interesse, é que o sistema vai exibir dados mais detalhados e tornar-se um elemento interativo e controlável por gestos.

Audi activesphere concept volante
© Audi

Mas as potencialidades deste sistema não se esgotam aqui. Fora de estrada, por exemplo, o sistema será capaz de projetar na paisagem real gráficos de topografia 3D de alta resolução, bem como informações sobre navegação ou sobre a condução.

Audi activesphere concept realidade mista
© Audi

E apesar de existirem quatro óculos a bordo, eles são independentes. Ou seja, o condutor pode estar a consultar informações relativas à condução ou à navegação e os ocupantes estarem a percorrer o seu catálogo de músicas ou a controlar individualmente o ar condicionado para a sua zona dentro do carro.

Audi activesphere concept
© Audi

E chegados ao destino, os passageiros podem levar os óculos para fora do carro e usá-los enquanto descem uma pista de esqui ou percorrem um trilho de bicicleta.

Autonomia superior a 600 km

Na base de todo este conceito está a plataforma Premium Platform Electric (PPE) que foi desenvolvida pela Audi e pela Porsche: esta plataforma será estreada pela segunda geração do Porsche Macan, exclusivamente elétrica, em 2024.

Têm de ver: Chama-se Ludmilla (pelo menos para já…) e esconde o próximo elétrico da Porsche

Graças a uma bateria com 100 kWh de capacidade que alimenta dois motores elétricos (um por eixo) que garantem tração às… quattro rodas — potência total de 325 kW (442 cv) e binário máximo de 720 Nm —, o activesphere reclama uma autonomia superior a 600 km.

Audi activesphere concept frente
© Audi

A somar a isso, esta base permite acomodar uma arquitetura elétrica de 800 V, pelo que este concept será capaz de carregar a uma velocidade de até 270 kW: em apenas 10 minutos será possível repor mais de 300 km de autonomia e em menos de 25 minutos será possível carregar a bateria de 5% a 80%.

Naturalmente, o que a Audi nos mostra neste activesphere terá reflexo nos seus futuros modelos de produção. Não estamos somente perante um exercício de estilo: as soluções tecnológicas que vemos neste concept poderão servir os modelos elétricos da Audi da próxima geração.

Sabe esta resposta?
Qual destes Audi foi Carro do Ano em Portugal?
Oops, não acertou!

Pode encontrar a resposta aqui:

Audi TT. Vencedor do troféu Carro do Ano 1999 em Portugal