Ensaio Ao volante do Peugeot e-208. Vale a pena optar pelo 100% elétrico?

Desde 30 020 euros

Ao volante do Peugeot e-208. Vale a pena optar pelo 100% elétrico?

Vale a pena comprar um Peugeot e-208, quando temos uma gama de motores de combustão tão interessante na gama 208? A resposta está nas próximas linhas.

Peugeot e-208
© Guilherme Costa / Razão Automóvel

O Peugeot 208 tem sido um dos carros sensação do segmento B. Não é de agora, há muito que o 208 é presença assídua no topo das tabelas de vendas em Portugal. Mas esta nova geração teve uma receção melhor do que as previsões mais otimistas da marca, onde também podemos incluir o e-208.

O design exterior bem conseguido, o interior bem construído e agradável, preços ajustados, equipamento completo e uma gama de motores para todos os gostos têm sido os principais trunfos desta nova geração do utilitário francês.

No caso da versão 100% elétrica, o Peugeot e-208, devemos mencionar outros trunfos. Uma autonomia elétrica superior a 300 km (em condições reais), uma resposta muito agradável do motor e claro… silêncio a bordo. Há apenas um senão: o preço.

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Peugeot e-208
Será que compensa optar por esta versão 100% elétrica? Vamos tentar responder a esta questão nas próximas linhas. © Guilherme Costa / Razão Automóvel

Ao volante do Peugeot e-208

Não vou fazer mais considerações sobre o design exterior do 208 — podes rever este vídeo no canal de YouTube da Razão Automóvel sobre o Peugeot e-208. Vamos concentrar-nos naquilo que realmente importa: as sensações ao volante.

Quem procura um 100% elétrico procura um carro agradável de conduzir. Pois bem, o Peugeot e-208 é extremamente fácil de levar e muito confortável em cidade. Em estrada o cenário é em tudo similar. A resposta do motor elétrico de 136 cv é sempre imediata e os consumos surpreendem: 16,2 kWh/100 km em circuito misto sem fazer grandes concessões ao ritmo.

Peugeot e-208 infotainment
Sem sair da cidade — terreno de eleição do e-208 — é possível alcançar os 340 km de autonomia anunciados. © Guilherme Costa / Razão Automóvel

Em autoestrada, o Peugeot e-208 também dá muito bem conta de si. A velocidade máxima está limitada a 150 km/h, porém, não me parece que esse seja um fator dissuasor.

É mais importante destacar que num posto de carregamento rápido o Peugeot e-208 consegue carregar a 100 kW. Ou seja, podemos carregar 80% das baterias em apenas 30 minutos. Ou devo dizer “poderemos”, porque para já a infraestrutura não acompanha a evolução dos modelos que têm saído para o mercado.

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Tempo de carregamento
Num carregador normal de 7,4 kW, são necessárias oito horas para uma carga completa. Numa tomada trifásica de 11 kW são necessárias 5h15min.

Já numa estrada sinuosa, o Peugeot e-208 não é tão ágil como as versões equipadas com motor de combustão. Apesar de ser seguro e decidido na forma como aborda as curvas, nota-se a inércia dos 1530 kg de peso — são quase mais 300 kg do que as versões alimentadas a hidrocarbonetos. Ainda assim, o Peugeot e-208 não vira as costas a uma condução mais empenhada.

Resumindo e baralhando. O Peugeot e-208 é a versão mais agradável de conduzir da gama 208 — não é um elogio pequeno, estamos a falar de um dos melhores utilitários do segmento neste particular.

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É mais agradável. Mas compensa?

Não é a pergunta para «um milhão de Euros», mas é uma pergunta que vale pelos menos 12 000 euros no momento da aquisição — tendo em consideração a versão equivalente com motor a gasolina.

A partir de 30 020 euros já podes ter um Peugeot e-208 na garagem, na versão menos equipada (Active). Mas o melhor é mesmo considerares a versão intermédia (Allure) que nós testámos, e que já tem uma dotação de equipamento mais condizente com o preço deste 100% elétrico.

Peugeot e-208
© Guilherme Costa / Razão Automóvel

Porém, olhar apenas para o custo de aquisição é uma aritmética demasiado simplista. Deves considerar a poupança durante todo o ciclo de utilização do carro. O custo por quilómetro num elétrico é menor.

Dependendo da tua tarifa energética, cada 100 km num carro elétrico custa cerca de um euro, contra mais de nove euros num motor de combustão. A esta poupança devemos adicionar ainda os custos de manutenção mais reduzidos dos carros elétricos.

Compensa? Depende do que valorizares. A agradabilidade de condução adicional de um elétrico não é mensurável, mas é percetível. Já a questão da poupança, dependerá do número de quilómetros anuais que faças.

As contas poderão tornar-se mais simples se comprares o teu Peugeot e-208 através de uma empresa. Consulta este artigo da UWU Solutions — parceira da Razão Automóvel em assuntos fiscais — para perceberes do que estamos a falar.

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Ao volante do Peugeot e-208. Vale a pena optar pelo 100% elétrico?

Peugeot e-208 Allure

8/10

O Peugeot e-208 é um dos melhores elétricos da atualidade. O preço é mais elevado do que os seus congéneres a combustão, mas a essa desvantagem o e-208 responde com um silêncio e agradabilidade de condução assinalável. Ainda não é um elétrico para todas as carteiras, mas é a par do Peugeot 208 um excelente utilitário.

Prós

  • Condução muito agradável;
  • Design;
  • Autonomia convicente;
  • Resposta do motor.

Contras

  • Preço;
  • Infraestrutura de carregamento em Portugal é uma condicionante.

Versão base:€33.720

Classificação Euro NCAP: 4/5

Preço unidade ensaiada

  • Posição:Dianteira transversal
  • Carregamento: Bateria: de iões de lítio; Capacidade: 50 kWh (46 kWh úteis)
  • Potência: 136 cv
  • Binário: 260 Nm

  • Tracção: Dianteira
  • Caixa de velocidades:  Caixa redutora (1 velocidade)

  • Largura: 4055 mm
  • Comprimento: 1745 mm
  • Altura: 1430 mm
  • Distância entre os eixos: 2540 mm
  • Bagageira: 265 l
  • Jantes / Pneus: 195/55 R16
  • Peso: 1530 kg

  • Média de consumo: 16,4 kWh/100km
  • Emissões CO2: 0 g/km
  • Velocidade máxima: 150 km/h
  • Aceleração máxima: >8,1s