Autopédia Tiras antiestáticas. Ainda se lembram desta «moda»?

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Tiras antiestáticas. Ainda se lembram desta «moda»?

Um visão comum durantes os anos 80 e 90, as tiras antiestáticas estavam presentes nas traseiras de muitos automóveis. Mas cumpriam o prometido?

O mundo automóvel está recheado de modas peculiares e nas décadas de 80 e 90 do século passado houve uma que se destacou: as tiras antiestáticas colocadas na traseira do carro.

A verdade é que durante a minha infância estas tiras de borracha causavam-me particular curiosidade. Afinal de contas, para que serviam e porque é que havia tantos carros com este peculiar acessório.

Ao contrário do autocolante da discoteca Penelope que apenas servia para anunciar uma suposta visita ao famoso espaço de diversão noturna, esta «moda» tinha efetivamente uma função prática.

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Tira antiestática

Uma questão de… eletricidade

Quando um carro está a circular a passagem do ar pela carroçaria cria eletricidade estática, ou seja, há uma acumulação de cargas no material que só desaparece por meio de uma corrente ou descarga elétrica.

Ora, a função destas tiras antiestáticas, que costumam ser presas atrás, na parte inferior do veículo e prolongam-se até ao chão, é precisamente dissipar essa eletricidade estática, se bem que prometiam um pouco mais.

Além de supostamente evitarem que apanhássemos um choque (descarga elétrica) quando tocávamos em alguma parte metálica do carro, estas tiras de borracha prometiam também reduzir as interferências no rádio e até… os enjoos dos passageiros!

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Cumpriam o prometido?

A resposta a esta pergunta, ainda hoje, cria divisões. Contudo, tendo em conta que na década de 80 a entidade responsável por garantir os direitos dos consumidores (os Trading Standards Officers ou TSO) em Inglaterra processou uma empresa por vender estas tiras de borracha, a sua eficácia não parece garantida.

Na altura o processo deveu-se, precisamente, ao facto de estas tiras antiestáticas não cumprirem aquilo que a publicidade prometia. Aliás, segundo a ciência, os pneus dos automóveis são até 10 milhões de vezes mais eficazes na eliminação da eletricidade estática acumulada na carroçaria.

Mas há mais. Para que estas tiras de borracha possam mesmo cumprir aquilo que prometem, tinham de estar presas a uma parte metálica do automóvel e não fixas aos para-choques de plástico (que passaram a ser comuns nos anos 80), como tinham de estar em contacto com a estrada e não simplesmente a «flutuar» no ar como acontecia muitas vezes.

Ainda hoje é possível comprá-las, mas é um item que caiu em desuso. Mas será que as veremos voltar à ribalta com a crescente eletrificação do automóvel?

Atualização às 22h45: Partes do texto foram alteradas para efeitos de melhor clarificação.

Sabe esta resposta?
Qual foi o primeiro modelo a contar com um sistema start & stop?
Oops, não acertou!

Pode encontrar a resposta aqui:

O sistema START-STOP já era utilizado pelo FIAT Regata ES em…1982!