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É a vez da Toyota lançar a sua ofensiva elétrica

A Toyota tem resistido aos automóveis elétricos a baterias, mas não mais. A marca anunciou meia dúzia de modelos globais para os próximos anos.

toyota e-tnga concepts

Apesar da Toyota ser uma das principais responsáveis pela eletrificação do automóvel, uma das poucas a conseguir viabilidade comercial e financeira com veículos híbridos, tem resistido fortemente a dar o salto para veículos 100% elétricos a baterias.

A marca japonesa tem-se mantido fiel à sua tecnologia híbrida, com a eletrificação total do automóvel a estar a cargo da tecnologia da pilha de combustível a hidrogénio, de alcance (ainda) bastante limitado no plano comercial.

Mudanças, no entanto, estão a chegar… e depressa.

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toyota e-tnga modelos
Seis modelos foram anunciados, dois dos quais a resultar de parcerias com a Subaru e com a Suzuki e Daihatsu

Nos últimos anos, a Toyota tem assentado as fundações para o desenvolvimento e comercialização de veículos elétricos a baterias, que culminaram num plano recentemente anunciado.

Ambição não falta ao construtor, que espera vender 5,5 milhões de veículos eletrificados em 2025 — híbridos, híbridos plug-in, fuel cell e elétricos a baterias —, dos quais um milhão deverão corresponder a 100% elétricos, ou seja, veículos fuel cell e a baterias.

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e-TNGA

Como o irá fazer? Desenvolvendo uma nova plataforma flexível e modular dedicada, a que chamou de e-TNGA. Apesar do nome, não tem fisicamente nada a ver com a TNGA que já conhecemos da restante gama Toyota, com a escolha do nome a ser justificada pelos mesmos princípios que guiaram a concepção da TNGA.

Toyota e-TNGA
Podemos ver os pontos fixos e flexíveis da nova plataforma e-TNGA

A flexibilidade da e-TNGA é demonstrada pelos seis modelos anunciados que dela derivarão, desde uma berlina a um SUV de grandes dimensões. Comum a todos eles é a localização do pack de baterias no chão da plataforma, mas no que toca ao motor haverá mais variedade. Tanto poderão ter um motor no eixo dianteiro, um no eixo traseiro ou em ambos, ou seja, poderemos ter veículos de tração dianteira, traseira ou integral.

Tanto a plataforma como a maioria dos componentes necessários aos veículos elétricos, irão nascer de um consórcio que envolve nove empresas, onde se inclui, naturalmente a Toyota, mas também a Subaru, Mazda e Suzuki. A e-TNGA, no entanto, será fruto de uma colaboração mais estreita entre a Toyota e a Subaru.

Toyota e-TNGA
A colaboração entre a Toyota e a Subaru estender-se-á aos motores elétricos, semi-eixos, e unidades de controlo.

Os seis modelos anunciados, abarcarão vários segmentos e tipologias, com o segmento D a ser aquele que mais propostas irá ter: uma berlina, um crossover, um SUV (desenvolvido em parceria com a Subaru que também terá uma versão deste) e até um MPV.

Os restantes dois modelos em falta são um SUV de grandes dimensões e no outro extremo da escala, um modelo compacto, que está a ser desenvolvido em conjunto com a Suzuki e a Daihatsu.

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Mas antes…

A e-TNGA e os seis veículos que dela derivarão são as grandes novidades na ofensiva elétrica da Toyota, mas antes dela chegar veremos a chegada do seu primeiro veículo elétrico de grande produção, na forma de um C-HR 100% elétrico que será vendido na China em 2020 e já apresentado.

Toyota C-HR, Toyota Izoa
O C-HR elétrico, ou Izoa (vendido pela FAW Toyota, à direita), serão comercializados em 2020, apenas na China.

Uma proposta necessária para estar em conformidade com o plano do governo chinês para os chamados veículos novas energias, que obriga a atingir um determinado número de créditos, só possível de conseguir através da venda de híbridos plug-in, elétricos ou fuel cell.

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Plano mais vasto

O plano da Toyota passa não só por produzir e vender os automóveis elétricos em si, insuficiente para garantir um modelo de negócio viável, mas também por obter receita extra durante o ciclo de vida do automóvel — o que inclui modalidades de aquisição como leasing, novos serviços em mobilidade, serviços periféricos, venda de carros usados, reutilização de baterias e reciclagem.

Só assim, diz a Toyota, os automóveis elétricos a bateria poderão ser um negócio viável, mesmo que o preço das baterias se mantenha elevado, devido à elevada procura e escassez de oferta.

O plano é ambicioso, mas o construtor japonês alerta para que estes planos possam desacelerar, caso não consiga garantir o fornecimento necessário de baterias; e também para a forte probabilidade da descida dos lucros durante esta fase inicial de forçar a adesão aos veículos elétricos.