Autopédia Porque é que não existem motores V7 ou V9?

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Porque é que não existem motores V7 ou V9?

Por norma, as marcas recorrem a motores V8, V10 ou V12 para equiparem os seus modelos de topo. Mas porque não motores com números ímpares de cilindros?

Motores BMW M Power
© BMW

À exceção das atuais gerações de blocos de três e cinco cilindros, não existem modelos de produção equipados com motores que tenham números ímpares de cilindros. Certamente já terás reparado que os modelos de segmentos superiores (com motores de maior capacidade), o número de cilindros é sempre par — desde o V6 do Alfa Romeo Giulia Quadrifoglio ao W16 do Bugatti Chiron, passando pelo V12 do Ferrari 812 Superfast. Porquê?

A regra é que a arquitetura dos motores com número ímpar de cilindros seja em linha — as exceções contam-se pelos dedos de uma mão e talvez o mais conhecido seja o motor VR5 do Grupo Volkswagen. Esta disposição dos cilindros (em linha) permite atenuar aquela que é apontada como uma das grandes desvantagens dos motores com número de cilindros ímpares: o aumento das vibrações (principalmente a altas rotações), devido à distribuição assimétrica de massas e forças.

Então, porque não fazer um motor com 7 ou 9 cilindros em linha?

Neste caso, como aconteceria nos motores 8, 10 ou 12 cilindros, impõe-se a limitação do espaço. Tal como não há atualmente motores de 8 cilindros em linha em modelos de produção, também não existem motores de 7 ou 9 cilindros em linha, ainda para mais quando a tendência é a disposição transversal do motor.

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Bugatti Chiron W16 - motor

Mas se recuarmos até à primeira metade do século passado, o caso muda de figura. Um dos exemplos mais paradigmáticos é o clássico Bugatti Type 35, equipado com um possante, mas pequeno, motor 2.0 litros de oito cilindros em linha.

Quando é necessário aumentar a potência — e o número de cilindros — a solução passa normalmente por uma configuração em V, W ou cilindros opostos (boxer), com um número par de cilindros. Esta alternativa permite ter um motor mais equilibrado, eficiente e que não obriga a grandes modificações na dianteira (ou na traseira) do carro.

Paralelamente a isto, estamos também a assistir a mudança completa do paradigma da indústria: têm sido várias as marcas a optar pelo «upsizing», depois de um período em que muitos construtores apostaram nas motorizações de três cilindros para equipar os seus familiares, utilitários e citadinos. Já nos debruçámos sobre os porquês neste artigo.

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