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Sistema de localização desvenda esquema de burla automóvel

Em maio deste ano, uma empresa foi alertada através do sistema de localização que um dos seus carros, um Lexus RX450h, teria sido desviado para o continente africano. A partir daí iniciou-se uma investigação e o resultado foi agora divulgado.

A empresa britânica Accident Exchange, que disponibiliza viaturas de substituição em caso de acidente, foi informada que um dos seus carros se encontrava fora do Reino Unido, o que não era suposto acontecer relativamente a esse veículo. Quem deu o alerta foi a APU, uma empresa associada que monitoriza viaturas, sendo o Lexus roubado, uma delas.

O alerta foi dado quando perceberam que o veículo estava a iniciar uma rota atlântica – tinha sido roubado e estava a ser transportado de barco. A empresa foi enganada por um “cliente” que alegadamente tinha estado envolvido num acidente com um camião de recolha e transporte de lixo. Após uma investigação, concluíram que este tinha usado dados falsos para conseguir a requisição do automóvel.

Ao seguirem o rasto do veículo, conseguiram visualizar o percurso na íntegra. A viatura fez paragens em Le Havre, França (onde foi dado o alerta e embarcou), passando pelo Quénia, onde desembarcou, e terminando no Uganda.

Operação revelou esquema de burla organizado

Através deste alerta, foram descobertos vários automóveis que tinham sido furtados no Reino Unido e depois transportados e vendidos nos países africanos. SUVs de luxo e carros desportivos eram os mais procurados pelos negociantes do mercado negro. A preferência por carros ingleses deve-se ao facto de nestes países, a circulação se fazer pelo lado esquerdo.

Transportados essencialmente por via marítima, em barcos roubados, os veículos eram escondidos em contentores e declarados como caixas de sapatos, máquinas de construção civil e artigos de mobiliário. O facto de entrarem no Quénia sem o documento que demonstra a sua legalidade, e depois no Uganda com essa burocracia normalizada, revela, segundo as autoridades envolvidas, indícios de corrupção.

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Os compradores eram chamados a um armazém para escolher e pagar o carro, inclusive as despesas de importação relacionadas com os mesmos. Ao serem confrontados, afirmavam que desconheciam a origem dos carros. Apesar da polícia responsável pela investigação não acreditar na afirmação dos compradores e segundo fontes oficias, não há qualquer prova que os identifique como culpados.

Numa tentativa de combater a escalada do tráfico automóvel nestes países, a polícia está a apreender os automóveis já comprados e a tentar devolvê-los ao país de origem.

O sistema de localização foi a chave essencial para o sucesso da investigação, não tendo sido desactivado ao longo dos 10 000 km de viagem entre Inglaterra e o Uganda. Só no primeiro trimestre de 2015, o total de veículos furtados rondava os 100 milhões de libras (cerca de 136 milhões de euros).

Fonte: Autocar

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