Gran Turismo 6 é bom que valhas a pena!

A saga Gran Turismo conhecerá dentro em breve a sua 6ª edição. É bom que a Polyphony tenha feito o trabalho de casa. Caso contrário há uma consola que vai sofrer…
Tal como avançámos aqui, a Sony estava mesmo prestes a anunciar mais uma sequela do «the real driving simulator» Gran Turismo 6 para a Playstation 3. Mas sinceramente temi o pior. Temi que o anúncio do Gran Turismo 6 fosse para a próxima geração da Playstation e se isso acontecesse eu pegava numa marreta e partia a minha «PS3»! Promessa de escuteiro.

Confesso que já não me entusiasmo com jogos de plataformas ou FPS com carnificinas infindáveis. Por outro lado, os simuladores de condução continuam a fazer vibrar o «adolescente com borbulhas» que há dentro de mim. E foi por isso que comprei a Playstation 3. Somente para continuar a jogar a saga Gran Turismo. Jogo com que fiz escola desde os tempos da 1ª Playstation.
Foi a jogar Gran Turismo que aprendi que a vida é mais bela aos comandos de um tracção traseira. Que os tracção dianteira são «chatos» (ok… nem todos) e que os tracção integral até podem ser mais rápidos, mas são menos divertidos. Que as afinações têm um papel importante na dinâmica do automóvel e aprendi ainda o significado de palavras como toe-in, toe-out, camber e tantos outros termos que dizem mais a engenheiros do que à malta das consolas.

Ena, olhando para trás aprendi mesmo muito coisa sobre carros sentado no sofá a olhar para a televisão de comando na mão…
Memórias à parte, o Gran Turismo 6 parece determinado em cumprir as promessas que Gran Turismo 5 deixou por cumprir. Apesar das suas qualidade inequívocas e dos gráficos estonteantes o Gran Turismo 5 foi uma decepção. Em primeiro lugar porque os níveis de simulação estavam uns furos abaixo do previsto e em segundo lugar porque as corridas eram demasiado «limpinhas» para verdadeiros «petrolheads».
Já para não falar dos sucessivos adiamentos e daquele horrendo «demo pago» que resolveram vender como se fosse o jogo completo. Chamaram-lhe Gran Turismo Prologue. Enquanto isso, no estaminé ao lado – leia-se Microsoft… – saiam simuladores quem nem «pães quentes» para a consola X-Box.

Enquanto os clientes da X-Box tiveram direito a não-sei-quantos Forza’s, os clientes da Sony tiveram direito ao tal «demo pago» e apenas a um Gran Turismo. Manifestamente pouco. Até hoje, sem exagero já me arrependi umas 10.000 vezes dos 400 euros que paguei pela consola da Sony. Felizmente parece que os japoneses querem redimir-se.
As imagens do novo Gran Turismo 6 falam por si, o jogo está mais belo que nunca. Mas como de gráficos bonitos já estamos todos cheios é bom saber que a Polyphony promete níveis de simulação ainda mais próximos da «vida real». Para alcançar esse realismo a produtora muniu-se de dois grandes especialistas do mundo automóvel, a marca de pneus Yokohama e a KW Automotive, conhecida marca de suspensões. Pelo que é de esperar que encontremos no novo motor de «física» do Gran Turismo 6 algoritmos semelhantes aos usados por estas marcas, ou pelo menos com efeitos práticos semelhantes.

Quanto ao leque de automóveis, será extenso como sempre. Para além dos automóveis já presentes no 5, o Gran Turismo 6 acrescentará entre outros, modelos como o Alfa Romeo TZ3 Stradale, Alpine A110 1600S, Ferrari Dino 246 GT, KTM X-BOW R e Mercedes-Benz SLS AMG GT3. Num total de 1200 carros totalmente personalizáveis e com múltiplas possibilidades de afinação. O editor de pistas estreado no Gran Turismo 5 também foi melhorado, permitindo ao jogador «fabricar» o seu traçado de sonho.
Costuma-se dizer que quem “ri por último, ri melhor” e pode que depois de vários anos atrás da Microsoft no que toca a simuladores, a Sony dê a volta por cima. Sinceramente espero que o Gran Turismo 6 me dê muitas horas de diversão ao volante, caso contrário rezem pela minha pobre Playstation 3…

Texto: Guilherme Ferreira da Costa
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