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Regresso dos botões? Euro NCAP vai exigir comandos físicos para funções essenciais

A presença de botões e outros comandos físicos para funções essenciais será necessária para obter as cinco estrelas nos testes do Euro NCAP.

Interior xpeng g9
© xpeng

Uma das principais críticas apontadas a muitos dos novos modelos tem sido o desaparecimento de botões e outros comandos físicos, que viram muitas funções serem «empurradas» para os ecrãs táteis, que têm crescido de tamanho ano após ano.

Mesmo as funções mais básicas, como ajustar a temperatura do sistema de climatização ou aumentar/reduzir o volume do som pode forçar os condutores a tirar os olhos da estrada por um tempo excessivo, podendo colocar em causa a sua segurança e a dos outros.

Tesla Model 3 - Interior
© Tesla O Tesla Model 3, após a renovação, perdeu as hastes destinadas aos «piscas» ou mesmo a da transmissão. Todas estas funções passaram para o ecrã tátil central ou para o volante.

Um dos principais motivos para esta concentração de funcionalidades no sistema de infoentretenimento está relacionado com custos de produção. É mais barato concentrar tudo num ecrã do que ter comandos físicos espalhados pelo tabliê, volante ou coluna de direção.

Mais recentemente vimos algumas marcas darem um passo atrás nesta «limpeza», reintroduzindo alguns comandos físicos, a bem da usabilidade e da segurança.

Agora, a Euro NCAP também quer ter uma palavra a dizer sobre esta questão. A partir de janeiro de 2026 vai incluir nos seus testes, a presença de certos comandos físicos para controlar funções consideradas essenciais. Parece que os comandos físicos vão ter mesmo de regressar.

O que vai ser avaliado?

Segundo as novas regras do Euro NCAP, previstas para o início de 2026, todos os modelos que pretendam obter a classificação mais desejada de cinco estrelas, vão ter de incluir botões, hastes ou comandos rotativos para cinco funções essenciais:

  • Controlo dos indicadores de mudança de direção (piscas);
  • Ativação das luzes de perigo ou de emergência (quatro piscas);
  • Utilização da buzina;
  • Controlo dos limpa para-brisas;
  • Ativação da função eCall SOS (ligação para os serviços de emergência em caso de acidente).

Recordamos, no entanto, que as avaliações do Euro NCAP são independentes e não têm valor vinculativo. Ou seja, os fabricantes automóveis não são obrigados a cumprir os requisitos impostos por este organismo, pois é a União Europeia que define e regula a homologação de novos modelos automóveis, onde se inclui os requisitos de segurança.

Porém, historicamente, os testes do Euro NCAP têm tido um peso considerável na percepção pelo mercado de quais são os automóveis mais seguros ou inseguros.

Veremos, assim, como a indústria irá reagir a esta nova exigência do Euro NCAP e em como afetará o design dos interiores dos novos modelos.

Fonte: The Times